Dia 28 – Fundador

 

 

Os Dehonianos na Itália

A presença dos dehonianos na Itália remonta ao próprio Pe. Dehon. Ele amava Roma e considerava-a como a sua segunda pátria: aí havia terminado os estudos eclesiásticos como seminarista e desejava que também os seus clérigos se especializassem nas Universidades romanas. Por isso em 1891 abriu uma casa na Via Giulia como sede para estudantes e para a Procuradoria Geral da Congregação. Nos últimos anos de vida quis edificar em Roma um templo votivo ao Sagrado Coração de Jesus, o Templo de Cristo Rei na rua Mazzini; e para financiar a sua construção (1920), o Pe. Dehon não teve medo de recorrer mesmo à esmola.

Mas o Pe. Dehon desejava que a sua Obra se desenvolvesse também na Itália. Para poder realizar tal projecto ele procurou rapazes aspirantes ao sacerdócio, enviando-os à Escola Apostólica de Fayet na França ou à de Brugelette na Bélgica. Entre eles, que se tornaram sacerdotes, recordamos em primeiro lugar o Pe. Ottavio Gasparri de Vibo Valentia e depois o Pe. Vincenzo Santulli de Monteforte Irpino. Sucessivamente quis fundar uma Escola Apostólica em Itália, procurando no Lázio e na Ligúria; depois escolheu Bérgamo, quando Monsenhor Radini-Tedeschi, seu velho amigo, foi nomeado Bispo dessa cidade. Na estação do combóio estava à sua espera Dom Roncalli, que era secretário do Bispo, e que se tornou o futuro Papa João XXIII, e foi ele que o acompanhou à procura de uma localidade conveniente. Foi aberta assim a Escola Apostólica em Albino no ano de 1907.

Também em Bologna estava um grande amigo do Pe. Dehon, Monsenhor Giacomo Della Chiesa, o futuro Papa Bento XV; dele recebeu o Pe. Dehon a Igreja de “Nossa Senhora dos Pobres” na Rua Nosadella, que possuía uma residência anexa para os nossos clérigos de Filosofia e Teologia.

Para a criação de uma futura Província religiosa autónoma, era necessário ter um Noviciado com noviços. Pe. Gasparri tomou a seu cuidado esse assunto e pouco tempo depois abriu (24.08.1919) o Noviciado do Sagrado Coração em Albisola Superiore junto do Santuário de Nossa Senhora da Paz; havia 8 noviços.

A 2 de Dezembro de 1920 a Santa Sé erigia a Província Italiana dos Sacerdotes do Sagrado Coração. Tinha 12 sacerdotes, dos quais 5 eram italianos, e 8 escolásticos.

A pequena semente teve tal desenvolvimento que no dia 1 de Maio de 1960 dava origem às duas Províncias Italianas: a Província Setentrional e a Província do Centro-Sul de Itália. A 2 de Dezembro de 1995 as duas Províncias celebraram o 75º aniversário da Província Italiana.

As actividades dos dehonianos em Itália são diversas e demasiado conhecidas para delas fazermos aqui um elenco exaustivo. Quero apenas recordar a acção da Província Italiana no desenvolvimento da própria Congregação no mundo. Deve-se aos dehonianos italianos o nascimento da Província Portuguesa (1966) e da Província Argentina-Uruguay (1988); as Missões de Moçambique e de Madagascar, além de uma presença significativa de dehonianos italianos no Zaire e nos Camarões. Muito recentemente, alguns dehonianos, com outros confrades estrangeiros, estão nas Filipinas e na Lituânia; dois padres italianos trabalham na Albânia.
Tudo isto é sinal de que o carisma do Pe. Dehon continua ainda a produzir fruto.

Da entrevista do P. Umberto Chiarello Scj à TeleDehon em Março de 1996, publicada como opúsculo para os benfeitores na revista “Piccola Opera Sacro Cuore” de Vitorchiano, em Março de 1997.

Tradução: P. Manuel Chícharo, scj

 

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