S. Luís de Gonzaga: 1568-1591

10 Placens Deo factus dilectus et vivens inter peccatores translatus est 11 raptus est ne malitia mutaret intellectum illius aut fictio decipiat animam illius 12 fascinatio enim nugacitatis obscurat bona et inconstantia concupiscentiae transvertit sensum sine malitia 13 consummatus in brevi explevit tempora multa (Sab 4, 10-13).

13 Como era agradável a Deus, foi por ele amado, e Deus retirou-o do meio dos pecadores, com medo que o seu espírito não fosse ganho pela malícia dos ímpios ou seduzido pelos falsos bens do mundo. Tendo vivido pouco, encheu o curso de uma longa vida (Sab 4, 10-13).
 

Primeiro Prelúdio. O amável jovem santo foi amado do Sagrado Coração, que muito cedo o chamou para si.

Segundo Prelúdio. S. Luís de Gonzaga, ensinai-nos a merecer a afeição do Coração de Jesus.

PRIMEIRO PONTO: O santo do Sagrado Coração. – S. Luís de Gonzaga é chamado com razão o santo do Sagrado Coração. Ele bebeu talvez esta devoção com o leite, estando a sua família, por um favor especial, em posse do sangue precioso que tinha corrido das feridas do Salvador.
Tinha uma união contínua ao Coração de Jesus nos actos da sua vida.
Nove anos depois da sua morte, Sta. Madalena de Pazzi, num dos seus arroubamentos, viu S. Luís de Gonzaga na glória celeste. Quando acordou do seu êxtase, exclamou: «Ó que glória tem Luís, o filho de Inácio! É um grande santo e um mártir desconhecido». Acrescentava: «Quando Luís estava na sua vida mortal, disparava sem cessar flechas de amor para o Coração de Jesus».
Pode ver-se um sinal providencial no facto de o caro santo morrer na noite que segue a oitava do Santíssimo Sacramento, depois da meia-noite, isto é, no dia que Nosso Senhor devia escolher para a festa do Sagrado Coração.
Margarida Maria considerava-o de tal modo como o santo do Sagrado Coração que escolheu o dia 21 de Junho, dia da sua morte e da sua festa, para se consagrar ao Sagrado Coração com o Padre de la Colombière.
O Padre Croiset, tão unido a Margarida Maria, no primeiro livro que trata oficialmente da devoção ao Sagrado Coração, indica o recurso a S. Luís Gonzaga como um dos meios principais para obter esta devoção.

SEGUNDO PONTO: A sua vida santa e a sua preciosa morte. – Este caro padroeiro da juventude elevou-se a uma grande santidade: «Depois do glorioso Sto. Inácio e de S. Francisco Xavier, dizia Belarmino, embora tenha havia já na Companhia muitos perfeitos religiosos e heróicos mártires, Deus não fez brilhar ninguém com tanto esplendor como este bem-aventurado jovem».
Com a idade de sete anos, consagrou-se a Maria e começou a recitar todos os dias o ofício da Santa Virgem. Com nove anos, fez o voto de virgindade.
Era a modéstia mesma. Amava a oração como as outras crianças amam o jogo.
Recebeu a primeira comunhão da mão de S. Carlos Borromeu, e desde então comungou todos os domingos, consagrando três dias da semana à preparação e três dias à acção de Graças.
Amava as vigílias, as disciplinas e a abstinência como um asceta.
A oração era o seu refúgio habitual. «Nunca recomendei a Deus, dizia, um grande ou um pequeno assunto que não tenha sido terminado como desejava».
A sua oração era sem distracções.
Não passava de uma criança e amava a Nosso Senhor como um serafim. Alimentava este amor na meditação da Paixão e da Eucaristia.
No noviciado, era o modelo de todos pela sua regularidade e pelo seu fervor.
Morreu mártir da sua caridade. Tinha pedido a autorização para ir cuidar os empestados. Ganhou ele mesmo os germes da doença.
Na noite da oitava do Corpo de Deus, disse ao Padre Provincial: «Vamo-nos embora com alegria. – Aonde ides, diz-lhe o Padre. – Para o Paraíso», respondeu o jovem santo. E expirava depois da meia-noite com o sorriso nos lábios.

TERCEIRO PONTO: O apóstolo do Sagrado Coração. – Todo dedicado na terra ao amor de Nosso Senhor e ao culto íntimo do Coração de Jesus, o nosso santo tornou-se do alto céu o seu promotor e o seu apóstolo.
No dia 6 de Janeiro de 1735, aparece, com o Padre de la Colombière e outros servos do Sagrado Coração, para confirmar a missão confiada ao P. de Hoyas, de promover em toda a Espanha este culto sagrado.
No dia 6 de Fevereiro de 1765, três dias depois da aprovação do ofício e da missa do Sagrado Coração por Clemente XIII, veio do céu declarar que este ofício estava ratificado, e como prova da sua missão, curou Nicolau Celestini  ao qual diz: «Pela minha oração Deus cura-te, mas é preciso que te apliques a adquirir a perfeição religiosa, e que durante toda a vida te esforces por propagar a devoção ao Sagrado Coração, muito agradável ao céu».
Alguns dias depois, mostrava-se ainda, brilhante de glória, a um jovem órfão de Roma, e curava-o também, fazendo-lhe prometer honrar os santos Corações de Jesus e de Maria.
Façamos dele o nosso auxiliar do nosso apostolado do Sagrado Coração.

Resoluções. – Caro santo, obtende-me a graça de ser como vós bem unido ao Coração de Jesus e de lançar sem cessar flechas de amor a este divino Coração, pelas minhas orações jaculatórias e pela oferta fiel de todas as minhas acções em espírito de amor e de reparação.
É ao pé do crucifixo e do tabernáculo que hei-de alimentar, a vosso exemplo, o fervor do amor.

Colóquio com S. Luís de Gonzaga.
 

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