17º Domingo do Comum – A melhor jóia

Ao tomar a praça de Winsberg, Conrado III, duque de Franconia, permitiu às mulheres que saíssem, levando o que tivessem de mais precioso. Elas então pegaram nos maridos às costas, e o triunfador, comovido por este acto de amor conjugal, perdoou aos vencidos. Onde estiver o teu coração aí se encontrará o vosso tesouro, disse Jesus. É bom dizer que Deus é o nosso melhor tesouro, mas é melhor saber que nós somos o único tesouro de Deus. Ele bem sabe o que escolheu.
Conta-se que Pandita Nerhu, ao tratar com representantes da Igreja, a fim de conhecer os seus pontos de vista em assuntos de controvérsia, disse uma vez com perspicácia e respeito:
– Há uma coisa que de facto notei nestes cristãos, sabem o que querem.
Um cristão é uma pessoa que sabe o que quer. O homem vai-se construindo por meio de decisões. Elas formam a sua personalidade, definem o seu carácter e integram a sua vida. As ideias, estudos, leituras, inclinações, também influenciam e exprimem aquilo que cada um é, mas a base da pessoa são as suas decisões, as suas determinações, aquilo que faz diariamente ao escolher o seu caminho. Escolher é viver, e decidir-se é definir-se. Eu sou o que forem as minhas decisões.
A Parábola do Tesouro Escondido lembra-nos que afinal Deus é o nosso tesouro porque nós somos a sua melhor jóia. Para decidir-se é preciso saber o que se quer.

Pe. José David Quintal Vieira, scj
davidvieira@netmadeira.com