– Hoje, senhor padre, não posso concordar com o Evangelho que foi lido na Igreja. Então aquelas Virgens não quiseram partilhar do seu azeite com as colegas e foram elogiadas? Isso não pode ser pois é um convite ao egoísmo.
– Ainda bem que estavas atento à leitura e não dormiste como aquelas personagens – respondi timidamente. Como és responsável por aquilo que pensas não vás a reboque de ninguém. É isso mesmo que se passa nesta parábola. Ninguém partilhou porque cada uma devia responder pela sua vida. É uma experiência pessoal que não pode ser responsabilizada aos demais.
Não sei se o meu amigo ficou mais esclarecido. Ao voltar para casa fui pensando que afinal é preciso vigiar, estar atento porque na hora em que menos esperamos vem uma lição e de quem não contamos vem uma chamada de atenção. E fui preparando o sermão que devia ter feito:
Estes dois grupos de pessoas representam cada um de nós. Estamos divididos: às vezes preparados, outras vezes pensado em tudo menos naquilo que de facto tem importância. Dentro de nós coexiste o bem e o mal. Ninguém nos poderá emprestar uma parte da sua vida. Devemos ser responsáveis.
O homem prudente é como um alfinete: É a sabedoria, isto é, a sua cabeça que lhe dá a força para ir até onde deve e o impede de ir além de mais.
Pe. José David Quintal Vieira, scj
davidvieira@netmadeira.com