O verdadeiro Precursor de Cristo, na sua primeira vinda, é o Espírito Santo. Não se fala d’Ele no Antigo Testamento. Mas está presente! Está igualmente presente como Precursor de Cristo na preparação da sua segunda vinda, no fim dos tempos. Vivifica a Igreja, anima a sua Missão no mundo, e dispõe-nos para a Parusia.
O Espírito Santo falou pelos Profetas, inspirou os seus oráculos messiânicos, e antecipou, com primícias de alegria, aqueles que prepararam imediatamente a vinda de Cristo e o acolheram com amor.
O Evangelho de S. Lucas mostra o Espírito Santo presente na profecia e no louvor do Benedictus e do Magnificat. A sua inspiração que animou os carismáticos do Antigo Testamento transmite-se àqueles que preparam a vinda do Filho de Deus humanado, e o recebem, na fragilidade da carne, como são Zacarias, Isabel, João Batista, Maria e José.
O Padre Dehon reconhece a presença e a ação do Espírito Santo em toda a história da salvação, de modo especial, no mistério da Encarnação do Senhor: “o Verbo quis ser gerado no seio de uma virgem por ação do Espírito Santo; o Coração de Jesus é concebido do Espírito Santo, é obra do Espírito Santo…”. Ao meditar no Mistério da Visitação, escreve: “Isabel, sentindo a graça que se espelhou nos lábios de Maria, e advertida pelos estremecimentos de João Baptista, exclamou por um movimento do Espírito Santo: “Bendita és tu entre todas as mulheres”.
A pregação de João Batista, segundo o Fundador, também é inspirada pelo Espírito Santo: “Foi o Espírito Santo quem o encarregou da pregação e a fez com ele”. É ainda pelo Espírito que Jesus inicia a sua missão e a realiza: “Aos trinta anos, é confirmado na sua missão e no seu sacerdócio. Nas margens do Jordão, o Espírito Santo desce sobre ele e o seu Pai diz: “Este é o meu Filho muito amado”. E Leão Dehon conclui: “Jesus é sacerdote de direito, desde a sua incarnação; mas o seu sacerdócio é consagrado nas margens do Jordão pela descida do Espírito Santo.” “A unção do Espírito Santo constitui, ao mesmo tempo, Nosso Senhor Rei e profeta, Rei e Messias.”
Fernando Fonseca, SCJ