A festa das Missões no Seminário Nossa Senhora de Fátima, em Alfragide, contou, este ano, com a animação de um grupo de moçambicanos residentes na região de Lisboa.
A ideia encontrou eco muito positivo no coração de D. Ernestina de Sousa, moçambicana a viver na Amadora, que reuniu um grupo de outras senhoras leigas, religiosas e religiosos moçambicanos. Juntos organizaram tudo com grande entusiasmo e alegria.
No domingo, dia 20 de outubro, às 12 horas, iniciava-se a celebração da Eucaristia, presidida pelo Superior Provincial dos Dehonianos, P. João Pereira, concelebrada pelo P. Enzo Brenna, Conselheiro Geral, pelo P. Luca Zottoli, Ecónomo Geral, pelo P. Przemek Krol, dehoniano polaco, pelo P. Manuel Domingos, recém-regressado de Angola, depois de 20 anos de missão naquele país, e pelo P. Fernando Fonseca, da comunidade. O dehoniano moçambicano Roque Forma acolitou.
O coro, constituído por moçambicanos e moçambicanas, com a colaboração de alguns portugueses e cabo-verdianos, animou a celebração ao som do órgão, dos tambores e de outros instrumentos africanos. Em diversos momentos, ouviram-se os caraterísticos silvos das mulheres.
A capela, decorada pelos moçambicanos, onde se viam as bandeiras de Portugal e de Moçambique fraternamente juntas, estava repleta. Além de moçambicanos, havia portugueses, cabo-verdianos, angolanos e guineenses. No ofertório, com o dinheiro recolhido, foram entregues diversos símbolos e dons trazidos expressamente de Moçambique. Uma pequena cruz de madeira e metal, feita na região de Tete, estava colocada no centro do altar.
O P. João Pereira, a partir das leituras e da mensagem do Santo Padre, realçou aspetos significativos do encontro e da celebração, tais como a beleza do conhecimento entre povos e culturas, dos serviços prestados pelos missionários em diversos países do mundo e agora retribuídos entre nós por sacerdotes, religiosos e leigos oriundos desses mesmos países. Acentuou o dever de acolhermos devidamente os imigrantes e de lhes proporcionarmos condições que permitam a sua integração, aliás muito importante, no nosso país.
Terminada celebração na igreja, seguiu-se o almoço, onde continuou a partilha, agora sobretudo gastronómica. Além do caldo verde e da feijoada com arroz, servidos pelo seminário, pudemos deliciar-nos com iguarias típicas de Moçambique.
A festa continuou no auditório, com a colaboração do Sr. António Meneses e do jovem Martin Gaspar, na régie. Ouviram-se cânticos, viram-se imagens de Maputo de outros tempos. Escutámos testemunhos de um sacerdote comboniano, da D. Ernestina de Sousa, de jovens que recentemente fizeram voluntariado em Moçambique, e de jovens moçambicanos que manifestaram a sua fé e ideais humanos e cristãos. O P. Paulo Coelho apresentou a Mensagem do Santo Padre Francisco para este dia. O P. Fernando Fonseca apresentou a História da Igreja em Moçambique, enquanto o religioso Roque Forma falou da Igreja em Moçambique na atualidade.
Perto do fim uma senhora moçambicana cantou “Elisa ué gomara saiá”, ao célebre ritmo da marrabenta.
Uma tarde muito bela, que os amigos pudarem seguir através do Facebook do Seminário Nossa Senhora de Fátima.
À hora da despedida, houve ainda um lanche, com diálogos amigos, troca de informações e votos de que algo de semelhante se possa repetir brevemente.
P. Fernando Fonseca, SCJ