Antananarivo: última celebração jubilar

Pouco passava do meio-dia quando ontem, 28 de outubro, chegámos a Antananarivo, vindos do Sul, numa viagem que compreendeu várias etapas. Pelo caminho parei e pernoitei nas nossas casas de formação de Fianarantsoa (onde se encontramos jovens aspirantes) e de Antsirabe (Postulantado e Noviciado). Em Fianarantsoa não há portugueses, mas todos sabemos o quanto significa aquela casa para os missionários portugueses e para a Província Portuguesa. Este ano estão lá 24 estudantes. O Superior de Antsirabe é o Padre Álvaro e este ano estão lá 11 Postulantes e 4 Noviços.

A grande dificuldade de quem visita Madagáscar é mesmo o tempo que se gasta em viagens, porque não é fácil fazer viagens longas em estradas que nem sempre estão em estado satisfatório de circulação. Mas lá nos fomos arranjando. Na primeira etapa da viagem tive a companhia dos PP. Dinis, Álvaro e Joaquim António; na segunda etapa foi apenas o Padre Álvaro que me acompanhou.

Aqui em Antananarivo tivemos hoje, dia 29, domingo, a grande celebração dos 25 anos da Casa Sagrado Coração, o Escolasticado da Região, de que é Superior o Padre Agostinho Clemente. O Padre Yvon, Superior Regional, presidiu à Eucaristia, não no Oratório da Comunidade, mas numa igreja construída há relativamente pouco tempo e que serve, entre outras coisas, para acolher o Centro Universitário Dehoniano (CUD). A igreja é ampla e não esteve a abarrotar. Mas esteve muita gente e a celebração foi muito animada, como sempre. A animação esteve a cargo sobretudo dos estudantes e professores que fazem parte do CUD e dos nossos Escolásticos, que este ano são 11. Como tem acontecido nas outras celebrações jubilares, no fim não faltaram os discursos, incluindo o do Superior Provincial de Portugal, desta vez sem necessidade de tradução, não porque já fale malgaxe, mas porque a grande maioria dos presentes percebe e fala bem francês. Na celebração esteve também o nosso bem conhecido Ando, que veio lá do Norte, da Comunidade em que se encontra, tendo estado muito ativo, seja na celebração, seja no que se lhe seguiu.

E o que se seguiu foi que, terminada a Missa, praticamente toda a gente que estava na igreja subiu para a Casa Sagrado Coração – não é longe – para continuar as celebrações jubilares. Foi descerrada uma lápide alusiva ao acontecimento e depois toda a gente foi para a grande sala, para o aperitivo que a Comunidade oferecia. No almoço é que já não pôde participar toda a gente, apenas os convidados, que eram em número assinalável, com a presença de diversos Confrades que vieram das redondezas, alguns dos quais não puderam participar na Missa devido a compromissos pastorais à mesma hora.

A Comunidade, seja o Superior como os Escolásticos e restantes membros, esteve incansável no acolhimento. Tanto o aperitivo como o almoço contaram com muita animação, a cargo dos mesmos, que não se cansaram de cantar e dançar todo o tempo.

Chega ao fim esta minha visita a Madagáscar. Apesar do cansaço das constantes e longas deslocações, valeu muito a pena. Tive oportunidade de falar longamente com cada um dos portugueses em particular e em grupo, e vi in loco o muito que foi e é feito pelos portugueses que aqui estiveram e pelos que ainda cá estão. Tive também oportunidade de falar com o Superior Regional, de trocar impressões sobre o que tinha visto e ouvido, de tudo quanto foi passado, é presente e será futuro na história da presença de missionários portugueses em Madagáscar e o que tem sido e poderá vir a ser a colaboração entre as duas Entidades. A Província Portuguesa está inegavelmente ligada à história da Região de Madagáscar e não queremos que essa ligação se fique apenas nos memoriais da história, mas que continue a ser vida e história para contar.

P. José Agostinho Sousa

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