Dehonianos na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus de Gentilly

O tempo passa, inexoravelmente! Hoje, o Sol nasceu, como ontem, e, talvez, despontará de novo amanhã. Esta é a ordem natural das coisas, porém, nenhum dia é vivido da mesma forma. Existem constantes, coisas que não mudam, mas cada dia tem o seu lote de peripécias, tornando-o único e irrepetível. Ontem começou algo que terminou hoje e que, quiçá, será retomado amanhã. Esta é a odisseia da vida, caminho que se faz caminhando.

A caminhada do Padre Leandro Garcês conduziu-o, em 2018, à paróquia portuguesa do Sagrado Coração de Jesus de Gentilly. À primeira vista, dado o seu histórico de missões, muitas vezes em condições adversas, nos mais diversos pontos do globo, nada o predispunha a tal aventura. Mas a mediocridade do ser humano é universal, pelo que a missão nunca deixa de ser, no fundo, a mesma. Mediocridade tanto mais pronunciada na medida em que a França, vítima de si mesma (ou melhor, dos seus inimigos) desde 1789, está atolada no lamaçal da decadência e da degenerescência. Gentilly reflecte essa realidade. A igreja do Sagrado Coração de Jesus referida supra é, porém, uma autêntica ilha num território em grande medida descristianizado e crescentemente islamizado. Fazer da comunidade portuguesa um farol apontado e apontando para Cristo foi, é e será sempre um imperativo. Essa tarefa foi assumida pelo Padre Leandro Garcês ao longo de todo o seu tempo de ministério entre nós, e a obra está à vista, na pedra e nas mentes.

A pintura do interior da igreja, a tela e projetor, a reparação do sistema de aquecimento, a reparação do grande órgão de tubos, a reparação dos sinos, o novo mobiliário litúrgico… A pastoral também passou por aí. Um especial cuidado foi dado à perpetuação de um espírito de “portugalidade” indispensável para a coesão de uma comunidade cuja pátria é a língua, a história, a geografia, a cultura portuguesas, em suma, Portugal. Reorganização das comissões, redinamização das actividades pastorais e culturais, reorganização em profundidade do movimento jovem. A lista não é exaustiva, convém, porém, assinalar que nada foi feito sem o seu lote de sofrimentos e enfrentamentos. A reparação dos vitrais e remodelação das infraestruturas estão bem encaminhados pois o sonho comanda a vida.

Como é óbvio, coisas ficaram por fazer pois o sucesso total, completo e absoluto é uma quimera. Não obstante, pode agora iniciar-se um novo ciclo com a serenidade que os bons alicerces possibilitam. Afinal de contas, amanhã, talvez, nascerá um novo dia!

Obrigado, Pe. Leandro

Helder Tavares