Do Evangelho segundo S. Mateus (1, 39-45)
Naqueles dias,
Maria pôs-se a caminho
e dirigiu-se apressadamente para a montanha,
em direção a uma cidade de Judá.
Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.
Quando Isabel ouviu a saudação de Maria,
o menino exultou-lhe no seio.
Isabel ficou cheia do Espírito Santo
e exclamou em alta voz:
“Bendita és tu entre as mulheres
e bendito é o fruto do teu ventre.
Donde me é dado
que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?
Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos
a voz da tua saudação,
o menino exultou de alegria no meu seio.
Bem-aventurada aquela que acreditou
no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito
da parte do Senhor”.
“Bem-aventurada aquela que acreditou”. A narrativa da visitação de Maria à sua prima Isabel é uma página rica de referências bíblicas, de humanidade e de espiritualidade. Maria percorre o caminho feito antes pela Arca da Aliança, quando David a fez transportar para Jerusalém. É o mesmo caminho que Jesus fará quando se dirigir corajosamente rumo à sua Paixão. É sempre Deus que, em diferentes momentos da história, vai ao encontro do homem para o salvar.
A narrativa da visitação está ligada à da anunciação, não só pelo clima humano, cheio de gestos de serviço, mas porque se torna a verificação do “sinal” dado pelo Anjo a Maria. O salto de João no seio de Isabel representa a exultação de todo o Israel pela vinda do Salvador. As palavras de bênção, inspiradas pelo Espírito, dirigidas por Isabel a Maria, são prova do especial agrado de Deus pela Virgem. A salvação que leva no segredo da sua maternidade é fruto da sua fé na palavra de Deus: “Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor”.
Vem, Senhor Jesus! Pomos a nossa alegria em louvar-te. Vem visitar-nos com a tua salvação.
Pensamento do Padre Dehon
A visitação é um dos belos mistérios do evangelho. Nosso Senhor santifica o seu precursor. Maria dá-nos exemplo de caridade e pronuncia o seu Magnificat, que se tornou a fórmula da nossa ação de graças. (ASC 21).