Dia Mundial da Paz

O Papa Francisco, a semelhança dos seus antecessores, escreveu uma carta a toda a Igreja para nos preparar para o primeiro dia do ano, o Dia Mundial da Paz.

Este ano o tema proposto é o perdão das ofensas e a paz.

Francisco deixa nesta breve mensagem algumas considerações que gostaríamos de partilhar para vossa reflexão, meditação e oração.

Reconhecendo que o ano 2025 deve ser para todos um ano de graça fruto do Jubileu que nos preparamos para celebrar Francisco chama a nossa atenção para o grito da humanidade ameaçada e suplica para que não sejamos cúmplices das diversas injustiças que vagueiam a nossa casa comum, afirmando que,

«Estas injustiças assumem, por vezes, o aspeto daquilo a que São João Paulo II definiu como «estruturas de pecado», porque não se devem apenas à iniquidade de alguns, mas estão, por assim dizer, enraizadas e contam com uma cumplicidade generalizada».

e continua,

«(…) queremos escutar este grito da humanidade para nos sentirmos chamados, todos nós, juntos e de modo pessoal, a quebrar as correntes da injustiça para proclamar a justiça de Deus. Alguns atos esporádicos de filantropia não serão suficientes. Em vez disso, são necessárias transformações culturais e estruturais, para que possa haver também uma mudança duradoura».

A mudança cultural é outro desejo manifestado pelo Bispo de Roma assumindo que essa mudança é necessária porque o nosso tempo é um tempo de crise. Diz – nos Francisco no ponto 8,

«A mudança cultural e estrutural para superar esta crise ocorrerá quando finalmente reconhecermos que somos todos filhos do mesmo Pai e, perante Ele, confessarmos que somos todos devedores, mas também todos necessários uns aos outros, segundo uma lógica de responsabilidade partilhada e diversificada. Poderemos descobrir, enfim, «que precisamos e somos devedores uns dos outros»

Nesse sentido, o Papa Francisco apresenta-nos um caminho de esperança com três ações possíveis para vivermos a esperança da paz.

A primeira ação é a redução ou mesmo perdão total da dívida internacional dos países mais pobres ou em desenvolvimento; a segunda ação é um gesto concreto para que se possa promover a cultura da vida pedindo a abolição total da pena de morte em qualquer país e a terceira sugestão é a utilização do dinheiro gasto em armamento para a criação de um fundo mundial que elimine a fome.

A meta a alcançar em 2025, segundo o próprio Papa Francisco, é a paz.

«Que 2025 seja um ano em que a paz cresça! Aquela paz verdadeira e duradoura, que não se detém nas querelas dos contratos ou nas mesas dos compromissos humanos. Procuremos a verdadeira paz, que é dada por Deus a um coração desarmado: um coração que não se esforça por calcular o que é meu e o que é teu; um coração que dissolve o egoísmo para se dispor a ir ao encontro dos outros; um coração que não hesita em reconhecer-se devedor de Deus e que, por isso, está pronto para perdoar as dívidas que oprimem o próximo; um coração que supera o desânimo em relação ao futuro com a esperança de que cada pessoa é um bem para este mundo».

Sua Santidade, o Papa Francisco, termina a sua mensagem apelando a tomarmos uma atitude orante propondo ele mesmo uma breve mas singular oração.

«Perdoa-nos as nossas ofensas, Senhor, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e, neste círculo de perdão, concede-nos a tua paz, aquela paz que só Tu podes dar para aqueles que deixam o seu coração desarmado, para aqueles que, com esperança, querem perdoar as dívidas aos seus irmãos, para aqueles que confessam sem medo que são vossos devedores, para aqueles que não ficam surdos ao grito dos mais pobres».

A comissão Provincial Justiça e Paz e Integridade da Criação.