Do Evangelho segundo S. Mateus (14-15.19-21)
Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola:
«Um homem, ao partir de viagem,
chamou os seus servos e confiou-lhes os seus bens.
A um deu cinco talentos, a outro dois e a outro um,
conforme a capacidade de cada qual;
e depois partiu.
Muito tempo depois, chegou o senhor daqueles servos
e foi ajustar contas com eles.
O que recebera cinco talentos aproximou-se
e apresentou outros cinco, dizendo:
‘Senhor, entregaste-me cinco talentos:
aqui estão outros cinco que eu ganhei’.
Respondeu-lhe o senhor:
‘Muito bem, servo bom e fiel.
Porque foste fiel em coisas pequenas,
confiar-te-ei as grandes.
Vem tomar parte na alegria do teu senhor’».
“Vem tomar parte na alegria do teu senhor”. A “parábola dos talentos”, na boca de Jesus, refere-se ao “Reino”. O amo exigente é Deus. Os servos a quem confia os valores do Reino devem pô-los a render, para que o Reino seja uma realidade.
Mateus situa a parábola no contexto da vinda do Senhor Jesus, no final dos tempos… Então, julgará os homens conforme o comportamento que tiverem assumido na sua ausência, nomeadamente na administração dos bens que lhes confiou ao partir: a Palavra de Deus, os valores do Evangelho, o amor que se faz serviço aos irmãos e que se dá até à morte, a partilha, a misericórdia, a fraternidade, os carismas e ministérios que ajudam a construir a comunidade do Reino… Os discípulos de Jesus são os depositários desses “bens”, que devem fazer render, e não apenas conservar. Mateus exorta a comunidade a estar alerta e vigilante, sem se deixar vencer pelo comodismo e pela rotina, porque, esquecer os compromissos assumidos com Jesus e com o Reino, demitir-se das próprias responsabilidades, é privar a Igreja e o mundo dos frutos a que têm direito.
Senhor, que os ministros e leigos da Igreja trabalhem com esperança, pondo a render os seus talentos.
Pensamento do Padre Dehon
Poucas pessoas alcançam as graças que Deus lhes destinou. A maior parte não tem coragem para se vencer nem fidelidade para bem administrar os dons de Deus. (ASC 544s.).