Encontro Europeu da Juventude Dehoniana

Com o tema “Somos discípulos de Cristo”, estivemos cerca de 120 participantes (17 portugueses e os restantes de outros 6 países da Europa) no Encontro Europeu da Juventude Dehoniana de 7 a 14 de Julho, em Piekary, nos arredores de Cracóvia.

Os grandes objectivos do encontro eram:
Participar na criação da civilização do amor baseada nos ideais deixados pelo Padre Leão João Dehon e descobrir o que significa hoje ser discípulo de Cristo.
Para tal tivemos:
Celebrações – Eucaristia, adoração, e outros momentos de oração e meditação da Palavra de Deus.
Conferências – e trabalho por grupos.
Visitas – a locais de culto e património histórico-cultural polaco.
Convívio – encontros pessoais e de grupo entre os participantes no encontro.

A sede dos participantes, com excelentes condições foi uma escola de uma fundação dirigida pelos Padres Vicentinos. Tínhamos à nossa disposição pequenas casas, com lugares para dormir, duches e sala da reunião. Cada casa possuía capacidade para 27 pessoas. Além disso usámos a igreja, o salão dos encontros, a cantina, o ginásio, a piscina e o campo desportivo.

Dia 06 quinta-feira
Reunimo-nos em Alfragide depois do jantar para um momento de adoração preparado pelos jovens de Lisboa e presidida pelo Superior Provincial, que no fim nos enviou… De seguida tivemos um pequeno encontro em que os jovens se apresentaram e onde foram dadas umas “dicas” de aspectos importantes a ter em conta por todos, na viagem e no encontro. Os de Lisboa regressaram a casa e os do resto do país pernoitaram no seminário.

Dia 07 quinta-feira
O Padre Luciano, que nos acolheu com uma hospitalidade verdadeiramente dehoniana, levou os que ficámos em Alfragide ao aeroporto às 08h00. Todos muito bem-dispostos partimos às 10h00, na IBERIA, para Madrid, onde apanhámos um avião da LOT às 15h30 para Varsóvia, onde aterrámos pelas 19h00. Aí tínhamos o Padre Mykel, Secretário das Missões da Província Polaca à espera com um mini-bus para nos levar para Cracóvia. O primeiro percalço aconteceu ao não aparecer a mala do Rosário. Resolvidos os trâmites próprios que nos roubaram algum tempo, arrancámos em direcção a Cracóvia numa viagem que era suposto durar cerca de 3 horas, mas fomos logo avisados que duraria cerca de cinco. Começámos a falar inglês, que era a única língua do nosso guia e pusemo-nos a cantar e a jogar à sueca para passar o tempo. Parámos a meio da viagem para comer e chegámos a Piekary cerca das 03h00 da madrugada. Estavam à nossa espera o Padre Slawek, coordenador do encontro e mais alguns outros confrades polacos. Foi só tempo de nos indicar a “nossa casa” e dizer-nos que estávamos dispensados da oração da manhã que seria às 07h30, mas nós fizemos questão de estar presentes, o que os espantou. Afinal viemos para participar intensamente e em tudo!

Dia 08 sexta-feira
Tema – Mestre, onde moras?
O dia começou com a oração da manhã, seguida de pequeno-almoço e o grupo português fez a sua apresentação e cinco minutos de canto que empolgaram toda a gente. Hoje ficámos pela nossa sede e procurámos reflectir sobre o que é ser discípulo; o que o caracteriza; o que faz; como se comporta; quem é o mestre; o que o caracteriza; quem é o meu mestre; a quem escuto; quem me ensina; é Cristo o meu mestre? O patrono do dia foi S. João Apóstolo e o símbolo foi um livrete universitário para tomar notas.
Neste primeiro dia a sério começámos a conhecer pessoas, e a criar laços, no convívio e na oração. Entretanto chegou a mala do Rosário que andava a “viver de caridade”…

Dia 09 sábado
Tema – Vence o mal com o bem.
Os patronos do dia foram S. Massimiliano Kolbe, St.ª Edit Stein, St.ª Faustyna Kowalska e o símbolo foi uma pagela da Divina Misericórdia.
Pelo facto de não aprendermos com o Mestre, o mal acontece nas nossas vidas. De manhã partimos para Auschwitz e Birkenau onde vimos o auge da maldade humana. Até a chuva ajudou a percebermos as terríveis condições onde viveram e morreram tantos irmãos nossos… à tarde experimentámos a “resposta de Deus” ao mal visitando o Santuário da Divina Misericórdia, onde celebrámos a eucaristia. De regresso a casa jantámos e hoje fizemos a adoração à noite, com oportunidade para confessar-se quem achou oportuno.

Dia 10 domingo
Tema – Vós sois o sal da terra e a luz do mundo.
Os patronos do dia foram St.º Stanislau bispo e mártir e St.ª Jadwiga Rainha e o símbolo foi um pequeno sacom com sal e um fósforo.
Foi o nosso dia de animar a eucaristia. Tínhamos preparado tudo antecipadamente e correu muito bem. Os elogios à forma como o fizemos, em particular nos cânticos. À tarde visitámos Cracóvia e o nosso grupo teve como guia a Marzena, uma jovem de Lublin que fez um ano de intercâmbio no Brasil e fala excelentemente “português-com-sotaque” e que nos acompanhou em praticamente todas os momentos do grupo português, no qual se integrou muito bem e ao qual se dedicou de uma forma fantástica. Visitámos a parte velha da cidade, especialmente a Catedral, os monumentos referentes aos patronos do dia e o lugar de onde João Paulo II costumava falar quando visitava Cracóvia. Alguns ainda tiveram a oportunidade de matar saudades da “comida tradicional portuguesa” indo a um McDonald. O regresso ao nosso “campus” fez-se num autocarro-lagarta, e tal como na ida a “cantar ao desafio” em todas as línguas… os transeuntes até se assustavam… À noite tivemos convívio e oração antes da diária reunião dos responsáveis e da nossa de avaliação e programação.

Dia 11 segunda-feira
Tema – Eis que venho, ó Deus, para fazer a vossa vontade.
O patrono do dia foi o Papa João Paulo II e o símbolo foi uma pulseira com a s iniciais WWJD (What Would Jesus Do?).
Animámos a oração “com beleza e competência” como diziam os outros a respeito de tudo o que os portugueses faziam.
Fomos depois para Wadovice visitar a terra natal de João Paulo II, a basílica onde foi baptizado e a casa onde nasceu (que infelizmente não estava aberta). Até provámos o seu pastel preferido, que por sinal era muito bom! Depois passámos por um parque lúdico com miniaturas dos monumentos mais famosos do mundo onde descontraímos um bocado antes do almoço. Seguimos para o santuário de Kalwaria Zebrzydowska onde celebrámos a missa e nos seus arredores fizemos a via-sacra. As nossas foram a IV e a XI estações. O percurso foi difícil mas todos gostaram porque viveram intensamente. A noite foi livre antes da oração e o encerramento normal do dia.

Dia 12 terça-feira
Tema – Acreditámos no amor.
O patrono do dia foi o Padre Dehon e o s&
iacute;mbolo foi uma bonita cruz de madeira.
De manhã tivemos conferência e depois do almoço partimos para Wieliczka visitar as famosas minas de sal com belas obras de arte. À tarde fomos para o nosso seminário de Stadniki onde celebrámos a eucaristia e “tirámos a barriga da miséria” com um churrasco preparado pela comunidade local no jardim. Depois ainda houve tempo para muita animação com o “regadinho”, o “buska” e outras músicas e jogos… Para terminar visitámos a casa e voltámos pelas 22h00 a Piekary.

Dia 13 quarta-feira
Tema – Ide por todo o mundo.
O patrono do dia foi S. Paulo e o símbolo foi uma bolsa de viagem.
Da parte da manhã tivemos conferência e eucaristia e começámos a avaliação. À tarde, tivemos tempo livre para convívio e desporto antes de continuar os trabalhos da manhã e da Celebração Conclusiva. Esta já começou a fazer correr lágrimas, pois o ambiente de fraternidade e os laços que se criaram foram fantásticos! À noite houve festa rija para a despedida.

Dia 14 quinta-feira
Tomámos o pequeno-almoço às 08h30 e, depois das despedidas, os nossos confrades levaram-nos à estação para apanharmos o comboio para Varsóvia. Acompanharam-nos os nossos inexcedíveis guias, a Marzena e o Padre Mykel. O jogo da viagem foi o Cassino. Por volta das 14h00 estávamos na Casa Provincial onde almoçámos e descansámos um pouco e pelas 16h00 fomos visitar Varsóvia, onde vimos um museu multimédia sobre a resistência de Varsóvia na Segunda Guerra Mundial e outros lugares desta bela cidade. Por ali Jantámos antes de regressas a casa.
À noite fizemos uma oração partilhada de acção de graças por estes belos dias vividos em “comunidade” e “condecorámos” a Marzena com as nossas insígnias, bem como à comunidade e ao Padre Mykel com garrafas de Vinho do Porto.

Dia 15 sexta-feira
O pequeno almoço foi às 09h00 e às 10h00 celebrámos a eucaristia da Assunção, com a participação da Marzena e da Katarzyna, a “guia” do grupo inglês que também fez questão de ir despedir-se de nós. Chuva e trovoada antes de chegarmos ao aeroporto fizeram-nos pensar que teríamos dificuldades no voo de regresso, mas felizmente tudo passou. Os nossos confrades levaram-nos ao aeroporto F. Chopin e levantámos voo às 14h30. A turbulência foi maior que a da ida, que já não tinha sido pouca, mas com algumas excepções até nos divertiu bastante. Durante a viagem e no tempo de espera em Madrid (quase uma hora de atraso) aproveitámos para por a sueca em dia.
Pelas 21h00 estávamos em Lisboa cansadinhos mas felizes e era só questão de mais uma hora para recebermos a bagagem, que desta vez chegou toda. Depois mais alguns minutos para os de Lisboa e mais umas horas para os do Porto e… home sweet home…

Conclusão
Pelo que se pôde constatar ao longo dos dias e pela avaliação contínua, bem como a final, cremos que foi uma experiência fantástica a nível pessoal, de discipulado de Cristo à maneira do Padre Dehon. Os momentos de oração e reflexão foram vividos com intensidade e os de convívio com enorme alegria. As visitas culturais foram pertinentes e muito interessantes. O nosso grupo ficou como o grupo de referência para quem todos olhavam com admiração pela alegria, animação, serenidade, maturidade e competência que disseram possuirmos… Chegámos muito cansados mas sentimo-nos irmãos de tantos outros irmãos com quem partilhámos a vida nestes dia e voltamos todos com ganas de ser mais e de fazer melhor na nossa vida do dia-a-dia como discípulos de Cristo ao estilo do Padre Dehon.

| Paulo Vieira, scj |
 

plugins premium WordPress