II Encontro Europeu de Noviciados SCJ

De 8 a 12 de Julho, realizou-se em Puente La Reina, Espanha, o II Encontro Europeu de Noviciados SCJ. Estiveram presentes os Noviciados de Espanha, Portugal e Polónia, com os respectivos mestres e noviços, bem como o mestre da Província Britânico-Irlandesa, que, este ano, não tem noviços. Como observador, participou o Pe. Mariano Fernandes, do Distrito da Índia.
Os diferentes participantes chegaram a Puente La Reina ao fim da tarde do dia 8, a tempo de se integrarem na adoração eucarística que diariamente se faz na igreja do Crucifixo, às 19.15 horas, sempre com a presença de duas a três dezenas de peregrinos de Santiago de Compostela. É que, em Puente La Reina, juntam-se dois caminhos de Santiago: o que vem pela Catalunha e o que vem por Irún. São mais de 20 mil os peregrinos que, ao longo do ano, são acolhidos no albergue da comunidade. Um óptimo campo de pastoral, onde não é preciso ir à procura das pessoas, mas onde elas se apresentam geralmente sedentas de sobrenatural e, muitas vezes, explicitamente, à busca de Deus e da sua vontade. Um campo de pastoral a aproveitar cada vez melhor, inclusivamente para o que se poderia chamar uma pastoral vocacional internacional.
O dia 9 começou com a oração de Laudes e a celebração da Eucaristia. Muito ajudou o caderno com textos em espanhol, português e polaco, e com vários cânticos usados em Taizé. Presidiu o Pe. Jesús Valdezate Soto, novo superior da Província SCJ de Espanha, que já nos acolhera cordialmente na véspera, e também abriu os trabalhos, na manhã do dia 9. A sua presença no encontro foi o seu primeiro acto oficial, depois da recente tomada de posse como Superior Provincial. A manhã foi utilizada para a apresentação das respectivas Províncias, feita pelos noviços, e para visitar a povoação, particularmente o cemitério local onde repousa o Pe. Guilherme Zick, fundador da Província Espanhola, e alguns outros confrades. Da parte da tarde, visitámos Javier. Lá estivemos no castelo onde nasceu e viveu S. Francisco Xavier. Foi uma visita emocionante para todos, particularmente para o Pe. Mariano, natural de Goa, onde agora repousam os restos mortais do grande apóstolo do Oriente, respeitado por cristãos, hindus e muçulmanos.
Regressados a casa, foi o acolhimento aos peregrinos e a adoração eucarística, que inclui sempre o gesto simbólico do lava-pés, muitas vezes realmente praticado na assistência oferecida a quem pára no albergue.
O dia 10 foi destinado à experiência da peregrinação. Às 7 horas, os noviços já estavam em Pamplona, munidos de um guião apropriado, para iniciar uma etapa do caminho de Santiago, que passa pelo Monte do Perdão (672 metros de altitude) e termina em Puente La Reina, com um total de cerca de 25 quilómetros. Pouco depois das 12 horas, já chegavam ao destino, cansados e felizes. Depois da Eucaristia, celebrada às 16 horas, os noviços foram para o albergue acolher e assistir outros peregrinos, que chegaram mais tarde do que eles e que, geralmente já percorreram muitas outras etapas. Depois da adoração eucarística e do jantar, ainda houve forças para ir, de carro, a Pamplona assistir ao belo espectáculo do fogo de artifício nas muralhas da cidade, que celebrava o seu padroeiro, S. Firmino.
A manhã do dia 11 foi dedicada ao Beato João Maria da Cruz, protomártir da Congregação, que repousa na igreja do Crucifixo. O jovem Pe. Domingos Ramón fez uma linda conferência, acompanhada por um esclarecedor powerpoint, e presidiu à celebração da Eucaristia, no fim da qual nos recolhemos junto ao mausoléu do Beato para cantar uma antífona e recitar uma oração. Noutro momento do dia, pudemos, não só ver, mas também tocar alguns dos objectivos que pertenceram ao mártir, como a cruz da sua profissão religiosa, o seu rosário, o seu breviário, etc. Pudemos até tocar a urna que contém os seus restos mortais. Que interceda por nós e nos alcance a graça da perseverança na fé e na vocação, até ao fim.
Neste último dia de actividades, também o Pe. John Kelly teve oportunidade de falar da Província Britânico-Irlandesa, e o Pe. Mariano Fernandes de falar do Distrito da Índia. O dia terminou com os habituais acolhimento e assistência aos peregrinos e com a adoração eucarística. Fez-se também a avaliação do encontro, unanimemente julgado muito útil e bem organizado.
Na manhã em que os noviços fizeram a etapa da peregrinação, os mestres encontraram-se para reflectir sobre a oportunidade, o ritmo, os temas, o lugar e o modo como organizar estes encontros. Reflectiram também sobre um possível Noviciado internacional na Europa e apresentaram algumas ideias para a pastoral vocacional. As conclusões serão oportunamente apresentadas a quem de direito.
Uma palavra de muita gratidão à Província Espanhola, particularmente ao Pe. Jesús Valdezate Soto, ao Pe. Valentín Pérez Flores e à comunidade de Puente La Reina pelo fraterno acolhimento, pela generosidade e pelos excelentes serviços prestados a todos.

| Fernando Fonseca, scj |