Solenidade de Cristo, Rei do Universo - Ano B [atualizado]
24 de Novembro, 2024
ANO B
34.º DOMINGO COMUM
SOLENIDADE DE CRISTO, REI DO UNIVERSO
Tema do 34.º Domingo do Tempo Comum
No 34.º Domingo do Tempo Comum, celebramos a Solenidade de Jesus Cristo, Rei e Senhor do Universo. É o corolário do caminho que percorremos ao longo do ano litúrgico. Depois do percurso feito com Jesus, depois de termos escutado as suas palavras e de termos visto os seus gestos, concluímos, proclamamos e confessamos que Ele é o nosso guia, o nosso mestre, o nosso Senhor, a nossa referência fundamental.
A primeira leitura anuncia que Deus vai intervir no mundo, a fim de eliminar a crueldade, a violência e a opressão que marcam a história dos reinos humanos. Através de “filho de homem” que vai aparecer “sobre as nuvens”, Deus vai devolver à história a sua dimensão de “humanidade” e fazer com que os seus filhos caminhem em paz. Os cristãos verão na figura desse “filho de homem”, um anúncio da realeza de Jesus.
Na segunda leitura, o autor do Livro do Apocalipse apresenta Jesus como o Senhor do Tempo e da História, o princípio e o fim de todas as coisas, o “príncipe dos reis da terra”, Aquele que há de vir “por entre as nuvens” cheio de poder, de glória e de majestade para instaurar um reino definitivo de felicidade, de vida e de paz. É, precisamente, a interpretação cristã dessa figura de “filho de homem” de que falava a primeira leitura.
No Evangelho, Jesus assume a sua realeza diante de Pilatos, o “prefeito” romano da Judeia. No entanto deixa claro que a sua realeza não assenta em lógicas de poder, de autoridade, de domínio, de ambição, como acontece com os reis da terra. A missão “real” de Jesus é dar “testemunho da verdade”; e concretiza-se no amor, no serviço, no perdão, na partilha, no dom da vida.
LEITURA I – Daniel 7,13-14
Contemplava eu as visões da noite,
quando, sobre as nuvens do céu,
veio alguém semelhante a um filho do homem.
Dirigiu-Se para o Ancião venerável
e conduziram-no à sua presença.
Foi-lhe entregue o poder, a honra e a realeza,
e todos os povos e nações O serviram.
O seu poder é eterno, não passará jamais,
e o seu reino não será destruído.
CONTEXTO
O livro de Daniel tem este nome, não por causa do seu autor, mas sim do seu protagonista. Daniel é apresentado, no livro, como um jovem judeu exilado na Babilónia, levado para a corte de Nabucodonosor e preparado para aí desempenhar cargos de algum relevo. Apesar da pressão social e das exigências do rei, Daniel nunca renegou a sua fé e os seus princípios: soube manter-se fiel a Deus, à religião tradicional e aos valores dos seus antepassados.
Na realidade, o livro de Daniel foi escrito na primeira metade do século II a.C., numa época em que o rei selêucida Antíoco IV Epífanes (reinou entre 174 e 164 a.C.) procurava impor, pela força, a cultura grega ao Povo de Deus. No entanto, as imposições de Antíoco IV Epífanes depararam-se com uma tenaz resistência, vinda sobretudo dos sectores mais tradicionais do judaísmo. Alguns judeus optaram abertamente pela insurreição armada (como foi o caso de Judas Macabeu e dos seus heroicos seguidores); outros, contudo, preferiram lutar contra a prepotência dos reis helénicos com a sua palavra e os seus escritos.
O Livro de Daniel foi composto neste cenário. O seu autor é um judeu fiel à cultura e aos valores religiosos dos seus antepassados, interessado em defender a sua religião, apostado em mostrar aos seus concidadãos que é possível, mesmo em contexto de perseguição, manter a fidelidade aos valores tradicionais. Contando a história de Daniel, o jovem judeu exilado na Babilónia que soube manter a sua fé, o autor do Livro de Daniel pede aos seus concidadãos que não se deixem vencer pela perseguição e que se mantenham fiéis à religião e aos valores dos seus pais. O desconhecido autor do livro de Daniel garante aos seus conterrâneos que Deus está do lado do seu Povo e que não deixará de recompensar aqueles que se mantiverem fiéis à Lei e aos mandamentos.
O texto que nos é proposto integra a segunda parte do Livro de Daniel (Dan 7,1-12,13). Aí o autor, recorrendo à “figura” da “visão”, apresenta-nos uma leitura profética da história, cuja finalidade é transmitir a esperança aos crentes perseguidos por causa da sua fé.
Na primeira dessas “visões” (Dn 7,1-28), o autor do Livro apresenta “quatro grandes animais”, surgidos do mar: o primeiro “era semelhante a um leão” (Dn 7,4); o segundo era “semelhante a um urso” (Dn 7,5); o terceiro era “parecido com uma pantera” (Dn 7,6); o quarto era “horroroso, aterrador e de uma força excecional” e “tinha dez chifres”, embora lhe tivesse depois nascido um outro “chifre mais pequeno” que “tinha olhos como homem e uma boca que proferia palavras arrogantes” (Dn 7,7-8). Esses “quatro animais” evocam a sucessão dos impérios humanos… O primeiro seria o império neobabilónico, o segundo representaria o império dos medos, o terceiro referir-se-ia ao império persa e o quarto seria o império grego de Alexandre, do qual os reis selêucidas eram os herdeiros diretos. Os “dez chifres” desse quarto animal referem-se a dez reis selêucidas que herdaram parte do império de Alexandre; e o décimo primeiro chifre, mais pequeno do que os outros, seria, seguramente, Antíoco IV Epífanes, o rei perseguidor do Povo de Deus.
Em paralelo com o quadro histórico destes impérios – todos eles conotados com o mal, com o imperialismo, com a opressão, com a violência, com a perseguição ao Povo de Deus – o autor apresenta o tribunal de Deus. O supremo juiz (Deus) é “um ancião” com os cabelos e as vestes brancas “como a neve” (símbolo de pureza e retidão); está sentado num trono feito de chamas e é servido “por milhares e dezenas de milhares”. O tribunal decretou a morte do décimo primeiro chifre (Antíoco IV Epífanes): o seu corpo foi desfeito e atirado às chamas. Os “quatro animais” (os impérios do mal) foram privados do seu poder (Dn 7,9-12).
Derrotados os impérios que traziam sofrimento ao mundo e ao Povo de Deus, surge em cena uma nova figura. Os dois versículos que compõem a primeira leitura deste trigésimo quarto domingo comum (cf. Dn 7,13-14) descrevem precisamente a entrada em cena dessa figura que é “semelhante a um filho de homem”.
MENSAGEM
A “visão” descrita por Daniel desde 7,1 amplia-se, agora, com o aparecimento de um “filho de homem”. Ao contrário dos “quatro animais” referidos nos versículos anteriores (que vêm do mar – na simbólica judaica, o reino do mal, da desordem, do caos, das forças que se opõe a Deus e à felicidade do homem), esse “filho de homem” aparece “sobre as nuvens do céu” (vers. 13) e tem, portanto, uma origem transcendente: Ele vem de Deus e pertence ao mundo de Deus.
O “filho de homem” recebe de Deus um reino com as dimensões do universo (“todos os povos e nações O serviram” – vers. 14) e um poder que não é limitado pelo tempo, nem pela finitude que caracteriza os reinos humanos (“o seu poder é eterno, não passará jamais, e o seu reino não será destruído” – vers. 14).
Com o anúncio do aparecimento “sobre as nuvens” desse “filho de homem”, o autor do Livro de Daniel anuncia aos crentes perseguidos por Antíoco IV Epífanes a chegada de um tempo em que Deus vai intervir no mundo, a fim de eliminar a crueza, a voracidade, a ferocidade, a violência (os reinos dos “quatro animais”), que oprimem os homens; em contrapartida, Deus vai devolver à história a sua dimensão de “humanidade”, possibilitando que os homens sejam livres e vivam na paz e na tranquilidade.
Para a teologia judaica, esse “filho de homem” que há de chegar para instaurar o “reino de Deus” sobre a terra será o Messias (o “ungido”) de Deus. A sua intervenção irá pôr fim à perseguição dos justos e possibilitar a vitória dos santos sobre as forças da opressão e da morte. É esta esperança que anima os corações dos crentes na época imediatamente anterior à chegada de Jesus.
De acordo com diversos textos neotestamentários, Jesus aplicará esta imagem do “filho de homem que vem sobre as nuvens” à sua própria pessoa. Ao ser interrogado pelo sumo-sacerdote Caifás, Jesus assumirá claramente que é “o Messias, o Filho de Deus bendito”, o “Filho do Homem sentado à direita do Poder”, que virá “sobre as nuvens do céu” (Mc 14,61-62). A catequese cristã primitiva retomará esta imagem para sublinhar a glória de Cristo e o poder soberano de Cristo sobre a história humana (cf. At 7,55-56). Para os cristãos, Cristo é, efetivamente, esse “filho de homem” anunciado em Dn 7, que irá libertar os santos das garras do poder opressor e instaurar o reino definitivo da felicidade e da paz.
INTERPELAÇÕES
- O texto que nos é proposto como primeira leitura na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, faz parte de uma reflexão mais ampla sobre a história e sobre a forma como os impérios humanos se têm implantado e exercido o seu poder. Os reinos construídos pelos homens baseiam-se, frequentemente, num poder arrogante e são geradores de exploração, de violência, de escravidão, de sofrimento. Em pleno séc. XXI, este quadro mantém-se: a cada hora as nações e os blocos políticos e militares desenvolvem as suas estratégias imperialistas de conquista e de domínio, condenando milhões e milhões de homens e mulheres a viverem mergulhados numa espiral insuportável de violência e de morte. A humanidade estará, irremediavelmente, condenada a viver sob o domínio da arrogância, da opressão, da prepotência, de crueldade? Nunca nos libertaremos desse ciclo de morte? Deus assiste, indiferente e de braços cruzados, a esta dinâmica de violência e de violação dos direitos mais elementares dos povos e das nações? O autor do Livro de Daniel acredita que o reino do mal não será eterno e que Deus, a seu tempo, há de interromper a cadeia de brutalidade que oprime os seus filhos e os impede de viver em paz. Acreditamos que Deus não abandona o seu Povo em marcha pela história e saberá derrubar todos os poderes humanos que impedem a realização plena do homem? Estamos dispostos a trabalhar, ao lado de Deus, para que os impérios do mal não tomem conta do mundo? O que podemos fazer nesse sentido?
- O anúncio de um “filho de homem” que virá “sobre as nuvens” para instaurar um reino que “não será destruído” leva-nos a Jesus. Ele veio ao encontro dos homens para lhes propor uma nova ordem, em que os pobres, os débeis, os fracos, os marginalizados, aqueles que não podem fazer ouvir a sua voz nos grandes areópagos internacionais não mais serão humilhados e espezinhados. Jesus, vestindo a pele de um “filho de homem”, introduziu na história uma nova lógica, substituindo a lógica do da arrogância, da prepotência, da ambição e do egoísmo, por uma lógica de amor, de serviço, de doação, de humanidade. É verdade que, mais de dois mil anos depois, o “reino” proposto por Jesus ainda não baniu do mundo, de forma definitiva, a violência e a maldade; contudo, esse “reino” está presente na vida do mundo, como uma semente a crescer ou como o fermento a levedar a massa. Como discípulos de Jesus, assumimos a missão de fazer nascer no nosso mundo e na nossa história o reino da verdade, da justiça e da paz? Procuramos ser testemunhas e arautos do mundo novo, do Reino de Deus?
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 92 (93)
Refrão: O Senhor é rei num trono de luz.
O Senhor é rei,
revestiu-Se de majestade,
revestiu-Se e cingiu-Se de poder.
Firmou o universo, que não vacilará.
É firme o vosso trono desde sempre,
Vós existis desde toda a eternidade.
Os vossos testemunhos são dignos de toda a fé
a santidade habita na vossa casa
por todo o sempre.
LEITURA II – Apocalipse 1,5-8
Jesus Cristo é a Testemunha fiel,
o Primogénito dos mortos, o Príncipe dos reis da terra.
Àquele que nos ama e pelo seu sangue nos libertou do pecado
e fez de nós um reino de sacerdotes para Deus seu Pai,
a Ele a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Amen.
Ei-l’O que vem entre as nuvens,
e todos os olhos O verão, mesmo aqueles que O trespassaram;
e por sua causa hão de lamentar-se todas as tribos da terra.
Sim. Amen.
«Eu sou o Alfa e o Ómega», diz o Senhor Deus,
«Aquele que é, que era e que há de vir,
o Senhor do Universo».
CONTEXTO
“Apocalipse” é uma palavra de origem grega que significa “manifestação de algo que está oculto”. O nosso “Livro do Apocalipse” – do qual é retirado o trecho da segunda leitura deste domingo – é um livro que se apresenta como uma “revelação” sobre “as coisas que brevemente devem acontecer” (Ap 1,1) e que um tal João, exilado na ilha de Patmos (uma pequena ilha do Mar Egeu) por causa da sua fé, tem por missão comunicar aos seus irmãos na fé. Essa “revelação” é endereçada a “sete igrejas” da província romana da Ásia (atual Turquia), às quais o autor se sentia especialmente ligado e cuja problemática conhecia bem.
Estamos na parte final do reinado do imperador Domiciano (à volta do ano 95). As comunidades cristãs da Ásia Menor vivem numa grave crise interna, resultante das heresias (como a dos nicolaítas, referida em Ap 2,6.15), da falta de entusiasmo, da tibieza, da indiferença, da acomodação. Por outro lado, a perseguição contra os cristãos, ordenada pelo imperador, tinha criado um clima de insegurança e de medo: muitos seguidores de Jesus eram condenados e assassinados e outros, temendo pelas suas vidas, abandonavam o Evangelho e passavam para o lado do império. Na comunidade dizia-se: “Jesus é o Senhor”; mas lá fora, quem mandava mesmo, como senhor todo-poderoso, era o imperador de Roma.
É neste contexto de crise, de perseguição, de medo e de martírio que vai ser escrito o Apocalipse. O objetivo do autor é levar os crentes a revitalizarem o seu compromisso com Jesus e a não perderem a esperança. Nesse sentido, o autor do livro começa por fazer um convite à conversão (cf. Ap 1-3), convidando as “sete igrejas” a corrigirem as suas opções erradas e a revitalizarem a sua fé; passa, depois, a apresentar uma leitura profética da história humana, que promete a vitória final de Deus e dos seus fiéis sobre as forças do mal (cf. Ap 4-22). Estes conteúdos são apresentados com o recurso sistemático a símbolos e imagens (como é típico da literatura apocalíptica), o que torna este livro estranho e difícil, mas, ao mesmo tempo, muito belo e interpelante.
O texto da segunda leitura de hoje faz parte da “introdução” ao livro do Apocalipse (cf. Ap 1,1-8). Numa espécie de diálogo litúrgico entre um leitor e a comunidade reunida para escutar uma proclamação, os crentes são convidados a glorificar o Senhor Jesus, a vê-lo como o centro da história humana, a considerá-lo como a coordenada fundamental à volta da qual se estrutura e organiza toda a vida cristã.
MENSAGEM
O leitor começa por apresentar Jesus à comunidade reunida para celebrar o seu Senhor, recorrendo a três títulos cristológicos (vers. 5a) que, provavelmente, faziam parte da catequese da comunidade joânica: “testemunha fiel”, “primogénito dos mortos”, “príncipe dos reis da terra”. Jesus é a “testemunha fiel” porque, com a sua vida, com as suas palavras, com os seus gestos de serviço, de amor e de doação, com a sua entrega até à morte, testemunhou, de forma perfeita, o que Deus queria revelar aos homens e mostrou aos homens o rosto do Deus-amor. Jesus é o “primogénito dos mortos”, porque foi o primeiro a vencer a morte e o pecado e demonstrou-nos, com essa vitória, que quem vive nos caminhos de Deus não será vencido pela morte, mas está destinado à vida eterna. Jesus é o “príncipe dos reis da terra”, porque anunciou e inaugurou um reino novo, de vida e de felicidade sem fim.
Depois de escutar esta proclamação, a comunidade, reconhecida, aclama o seu Senhor e declara a sua concordância com o que foi afirmado sobre Jesus: “àquele que nos ama e pelo seu sangue nos libertou do pecado e fez de nós um reino de sacerdotes para Deus seu Pai, a Ele a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Amen” (vers. 5b-6). Os membros da comunidade cristã têm consciência de que a entrega de Jesus na cruz é expressão do amor sem medida com que Ele ama todos os homens… Porque ama, Jesus libertou os homens do egoísmo e do pecado; porque ama, Jesus convidou os homens a integrar um reino novo, de amor e de paz; porque ama, Jesus associou os homens à sua missão, tornando-os sacerdotes que oferecem a Deus o culto das suas próprias vidas. Jesus inseriu os homens numa dinâmica de vida nova, aproximou-os de Deus, convidou-os a integrar a família de Deus. A comunidade cristã, consciente desta realidade, manifesta no culto o seu reconhecimento.
A “liturgia” prossegue com o leitor a recordar à comunidade reunida que Jesus há de vir ao encontro dos seus, cheio de poder e majestade, a fim de inaugurar uma nova era de vida e de paz sem fim (“ei-l’O que vem entre as nuvens” – vers. 7). A imagem é tirada do texto de Daniel que hoje escutamos como primeira leitura, onde o “filho de homem” que aparece sobre as nuvens está associado à vitória de Deus sobre os reinos e os poderes do mundo (cf. Dn 7,13). Declara-se assim que Jesus é o verdadeiro Senhor da história e que as forças do mal – inclusive as de Domiciano, o imperador que persegue os cristãos – não terão a última palavra. Por outro lado, todos os homens poderão ver o coração trespassado de Cristo (vers. 7a.b) e tomarão consciência de quanto Ele ama os homens. A vitória de Cristo concretizar-se-á através do seu amor, feito dom a todos os homens, sem exceção. A comunidade manifesta a sua adesão a Cristo e às verdades proclamadas respondendo novamente: “sim. Amen” (vers. 7c).
O leitor que dirige a liturgia conclui a sua apresentação de Jesus, definindo-O como o princípio e o fim de todas as coisas (o “alfa” e o “ómega”, a primeira e a última letra do alfabeto grego), Aquele que é Senhor da História e que abarca a totalidade do tempo (“Aquele que é, que era e que há-de vir” – vers. 8). Os cristãos que participam nesta “liturgia” percebem, assim, que podem confiar incondicionalmente nesse Jesus que é a referência fundamental da história humana; e percebem, também, que são convidados a fazer de Jesus o centro das suas vidas.
INTERPELAÇÕES
- Quase no final do séc. I, as comunidades cristãs do mundo greco-romano caminhavam sufocadas pelo medo. Domiciano, o imperador de Roma, tinha atribuído a si próprio o estatuto de dono do mundo e ordenara uma violenta perseguição contra a Igreja de Jesus. Os cristãos sentiam-se impotentes diante desse poder arrogante que nada parecia poder deter. É neste contexto que um “profeta”, exilado na ilha de Patmos por causa da sua fé, proclama corajosamente aos cristãos da Ásia Menor: “o senhor da História não é o imperador de Roma, mas sim Jesus, o nosso Salvador. Confiai n’Ele e no seu poder. Ele vem sobre as nuvens do céu para nos livrar da opressão e da violência dos líderes humanos que se arrogam o direito de definir os destinos do mundo e de determinar o sentido da História”. E os cristãos, destinatários desta mensagem libertadora, respondem: “Sim, confiamos incondicionalmente em Jesus; que Ele seja louvado pelos séculos dos séculos”. A mensagem do “profeta” de Patmos continua a ecoar hoje, num tempo em que os nossos líderes humanos, titubeantes e pouco esclarecidos, mas com uma arrogância semelhante à de Domiciano, nos arrastam para becos sem saída e deixam que a maldade, a violência, a injustiça, a exploração encham de sombras o caminho dos homens… Acreditamos nós também, neste tempo difícil que nos toca viver, que Jesus é o verdadeiro Senhor da História, o Salvador que há de aparecer sobre as nuvens do céu para derrotar os poderes arrogantes e para instaurar um reino de felicidade, de vida e de paz sem fim? Essa convicção dá-nos forças para avançar e para enfrentar as vicissitudes que a vida nos traz?
- O “profeta” de Patmos refere-se a Jesus como “o Alfa e o Ómega”, “aquele que é, que era e que há de vir”, “o Senhor do Universo”. Convida-nos a vê-lo como o centro do Tempo e da História dos homens, aquele de quem tudo parte e para quem tudo converge, a referência fundamental à volta da qual toda a nossa vida se constrói. Como os cristãos das comunidades joânicas, talvez nós sejamos capazes de dizer, nas nossas assembleias litúrgicas: “sim. Amen. Aceitamos tudo isso como verdade”. No entanto, no dia a dia da nossa vida, Cristo está efetivamente no centro dos nossos interesses, das nossas opções, do nosso caminho? As nossas vidas alimentam-se das suas propostas, das suas palavras, dos seus gestos? Vivemos ao seu estilo, amamos como Ele amava, pensamos como Ele pensava, perdoamos como Ele perdoava, servimos como Ele servia? Jesus Cristo é, de verdade, o nosso “rei”, a nossa referência fundamental, aquele a quem seguimos de olhos fechados?
- O “profeta” exilado na ilha de Patmos por causa da sua fé lembra-nos tantos e tantos homens e mulheres que, em contextos adversos, insistem em dar testemunho de Jesus e do seu Evangelho. Incompreendidos, maltratados, caluniados, mantêm-se coerentes com o Evangelho de Jesus; com coragem profética, procuram ser sal que dá sabor ao mundo e luz que brilha no meio das trevas; mesmo contra a corrente, são testemunhas corajosas dos valores de Deus e sinais que apontam para um mundo novo. Também nós, discípulos de Jesus e arautos do seu projeto, temos a coragem do testemunho, da coerência, do compromisso com os valores do Reino de Deus?
ALELUIA – Marcos 11,9.10
Aleluia. Aleluia.
Bendito o que vem em nome do Senhor,
bendito o reino do nosso pai David.
EVANGELHO – João 18,33b-37
Naquele tempo,
disse Pilatos a Jesus:
«Tu és o Rei dos judeus?»
Jesus respondeu-lhe:
«É por ti que o dizes,
ou foram outros que to disseram de Mim?»
Disse-Lhe Pilatos:
«Porventura eu sou judeu?
O teu povo e os sumos sacerdotes é que Te entregaram a mim.
Que fizeste?»
Jesus respondeu:
«O meu reino não é deste mundo.
Se o meu reino fosse deste mundo,
os meus guardas lutariam
para que Eu não fosse entregue aos judeus.
Mas o meu reino não é daqui».
Disse-Lhe Pilatos:
«Então, Tu és Rei?»
Jesus respondeu-lhe:
«É como dizes: sou Rei.
Para isso nasci e vim ao mundo,
a fim de dar testemunho da verdade.
Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz».
CONTEXTO
O Evangelho da Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo leva-nos até ao “pretório”, situado em Jerusalém, na fortaleza chamada “Antónia” (em homenagem ao triúnviro romano Marco António), que albergava a guarnição romana de Jerusalém. Jesus tinha sido para aí levado depois de, na madrugada desse dia, ter sido considerado “réu de morte” pelas autoridades religiosas judaicas reunidas no palácio do sumo-sacerdote.
É de manhã cedo. Pôncio Pilatos, o “prefeito” romano que administrou a Judeia e a Samaria entre os anos 26 e 36, está sentado na sua cadeira do poder. Jesus está diante dele, manietado como um delinquente. Pôncio Pilatos vivia habitualmente no seu palácio de Cesareia Marítima, junto do mar, a cerca de cem quilómetros de Jerusalém; mas, por altura das grandes festas, dirigia-se a Jerusalém com tropas de reforço, a fim de manter a ordem na cidade. Nesta altura Pilatos está em Jerusalém por causa das festas da Páscoa.
As informações de Flávio Josefo e de Fílon apresentam Pôncio Pilatos como um governante duro e violento, obstinado e severo, culpado de ordenar execuções de opositores sem um processo legal. As queixas de excessiva crueldade apresentadas contra ele pelos samaritanos no ano 35 levaram Vitélio, o legado romano na Síria, a tomar posição e a enviá-lo a Roma para se explicar diante do imperador. Pôncio Pilatos foi deposto do seu cargo de governador da Judeia logo a seguir.
Curiosamente, o autor do Quarto Evangelho, no seu relato do julgamento de Jesus, apresenta Pôncio Pilatos como um homem fraco, indeciso e volúvel, uma espécie de marioneta habilmente manobrada pelos líderes judaicos. Esta apresentação – que contradiz aquilo que os historiadores da época dizem sobre Pilatos – não deve ter grandes bases históricas: deve ser, apenas, uma tentativa de lançar a culpa e a responsabilidade da condenação de Jesus para cima das autoridades judaicas: foram elas que promoveram e insistiram na condenação de Jesus, enquanto que Pilatos tentou, por todos os meios, libertá-lo. Na altura em que o autor do Quarto Evangelho escreve (por volta do ano 100), os cristãos tratavam de evitar quaisquer polémicas com o poder imperial, que poderiam ter consequências nefastas na vida da Igreja.
MENSAGEM
O interrogatório de Jesus começa com uma pergunta direta, lançada por Pôncio Pilatos (vers. 33b): “Tu és o Rei dos judeus?” Este início de interrogatório revela qual era a acusação apresentada pelas autoridades judaicas contra Jesus: Ele tinha pretensões messiânicas; pretendia restaurar o reino ideal de David e libertar Israel dos opressores. Esta linha de acusação vê em Jesus um agitador político empenhado em mudar o mundo pela força, que fundamenta as suas pretensões e a sua ação no poder das armas e na autoridade dos exércitos. Esta acusação tem fundamento? Jesus aceita-a?
A resposta de Jesus situa as coisas na perspetiva correta. Ele assume-se como o messias que Israel esperava e confirma a sua qualidade de “rei”; no entanto, descarta qualquer identificação com os reis que Pôncio Pilatos conhece e com a forma como eles exercem a realeza (vers. 36). Os reis deste mundo apoiam-se na força das armas e impõem aos outros homens o seu domínio e a sua autoridade; a sua realeza baseia-se no poderio, no autoritarismo, na prepotência, e gera opressão, injustiça e sofrimento… Jesus, em contrapartida, é um prisioneiro indefeso, abandonado pelos amigos, ridicularizado pelos líderes judaicos, desprezado pelo povo; não procurou ter poder, mas disponibilizou-se para servir todos, especialmente os pobres e os humildes; não se interessou por defender os seus próprios interesses, mas por obedecer à vontade de Deus, seu Pai; não pensou em acumular riquezas, mas em amar os homens até ao dom da própria vida… A sua realeza é de uma outra ordem, da ordem de Deus. É uma realeza que contrapõe o amor ao poder; é uma realeza que toca os corações e que, em vez de produzir morte, produz vida. Jesus é rei e messias, mas não vai impor a ninguém o seu reinado; vai apenas propor aos homens um mundo novo, assente numa lógica de amor, de doação, de entrega, de serviço.
A declaração de Jesus causa estranheza ao “prefeito” romano da Judeia. Pilatos não consegue entender que um rei renuncie ao poder e à força e fundamente a sua realeza no amor e na doação da própria vida. O comentário posto na boca de Pôncio Pilatos – “então, Tu és Rei” (vers. 37a) – parece uma “deixa” de alguém para quem as declarações do seu interlocutor não são claras e que conserva a porta aberta a ulteriores explicações… Na sequência, Jesus confirma a sua realeza e o sentido e do seu reinado.
A realeza de que Jesus Se considera investido por Deus consiste em “dar testemunho da verdade” (vers. 37b). Para o autor do Quarto Evangelho, a “verdade” é a realidade de Deus. Essa “verdade” manifesta-se nos gestos de Jesus, nas suas palavras, nas suas atitudes e, de forma especial, no seu amor vivido até ao extremo do dom da vida. A “verdade” (isto é, a realidade de Deus) é o amor incondicional e sem medida que Deus derrama sobre o homem, e que, uma vez acolhido, conduz à vida verdadeira e definitiva. Essa “verdade” opõe-se à “mentira”, que é o egoísmo, o pecado, a opressão, a injustiça, tudo aquilo que desfeia a vida do homem e o impede de alcançar a vida plena. A “realeza” de Jesus concretiza-se, por um lado, na luta contra o egoísmo e o pecado que escravizam o homem e que o impedem de ser livre e feliz; e, por outro lado, na proposição de uma vida feita amor e entrega a Deus e aos irmãos. Esta meta não se alcança através de uma lógica de poder e de força (que só multiplicam as cadeias de mentira, de injustiça, de violência); mas alcança-se através do amor, da partilha, do serviço simples e humilde em favor dos irmãos. É esse “reino” que Jesus veio propor; é a esse “reino” de amor que Ele preside.
A proposta de Jesus tende a provocar uma resposta do homem. Quem é de Deus e pretende viver de acordo com a realidade de Deus, escuta a voz de Jesus; compromete-se a segui-l’O, renuncia ao egoísmo e faz da sua vida um dom de amor a Deus e aos irmãos (vers. 37c). Passa, então, a integrar a comunidade do “Reino de Deus”.
INTERPELAÇÕES
- O que significa concluirmos o ano litúrgico celebrando a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, rei do universo? Significa que, depois de termos caminhado com Jesus ao longo de um ano inteiro, sentimos que Ele é o nosso verdadeiro guia, o nosso verdadeiro mestre, o nosso verdadeiro Senhor; significa que, depois de termos andado com Ele por tantos caminhos e de termos enfrentado com Ele tantos desafios, confiamos incondicionalmente nas suas orientações e propostas; significa que, depois de termos experimentado a sua amizade e o seu amor, queremos apostar n’Ele toda a nossa vida; significa que, depois de termos caminhado ao ritmo das suas palavras e de termos sido alimentados com o seu Pão, nos sentimos mais fortes, mais livres, mais próximos da vida verdadeira que buscamos; significa que, tendo constatado a centralidade e a importância de Jesus na nossa vida, queremos construir à volta d’Ele toda a nossa existência. Aceitamos a “autoridade” de Jesus, não porque Ele nos impõe o seu poder, mas porque Ele nos toca com o seu amor. Como é que entendemos a realeza de Cristo? Reconhecemos Jesus como o nosso rei?
- Diante de Pôncio Pilatos, o “prefeito” romano da Judeia, Jesus admite a sua realeza; mas deixa claro que essa realeza não assenta em poder, em autoridade, em riqueza, em domínio, em mordomias, em distinções humanas. Diante daquele funcionário do império que o questiona, Jesus está só, indefeso, prisioneiro, armado apenas com a força do amor e da verdade. A sua atitude, naquela hora decisiva, corresponde àquilo que foi toda a sua vida: obediência a Deus, serviço aos homens, solidariedade com as vítimas, doação total de si, testemunho da verdade. É com estas “armas” que Ele vai combater o egoísmo, a autossuficiência, a injustiça, a exploração, tudo o que gera sofrimento e morte. A lógica da vida de Jesus é uma lógica desconcertante e incompreensível, à luz dos critérios que o mundo avaliza e enaltece. Consideramos que a opção de Jesus faz sentido? O mundo novo, de vida e de felicidade plena para todos os homens nascerá de uma lógica de força, de autoridade e de imposição, ou de uma lógica de amor, de serviço e de dom da vida?
- Se acolhemos o convite de Jesus e decidimos ir atrás d’Ele, como discípulos, é porque acreditamos que a proposta d’Ele é a receita certa para a construção de um mundo novo, de um mundo mais humano, mais feliz, mais pacífico, mais harmonioso, mais cheio de amor; se aceitamos Jesus como rei, é porque estamos dispostos a seguir as suas orientações e a viver, como Ele viveu, numa atitude de serviço humilde, de dom gratuito, de respeito, de partilha, de amor; se estamos seguros de que Jesus é a nossa grande referência, é porque nos dispomos a lutar ao lado d’Ele, não com a força do ódio e das armas, mas com a força do amor, contra todas as formas de exploração, de injustiça, de alienação e de morte… Estamos disponíveis para testemunhar e fazer aparecer o Reino de Cristo no nosso mundo e nos corações dos homens?
- No seu diálogo com Pôncio Pilatos, Jesus define, de forma muito bela, o seu programa de vida: “nasci e vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade”. O seu grande objetivo é que o projeto de Deus – aquilo a que Jesus chama “a verdade” – seja assumido e concretizado pelos homens. Para dar testemunho da verdade, Jesus mostrou-nos o rosto misericordioso de Deus; para dar testemunho da verdade, Jesus disse-nos que Deus queria ver todos os seus filhos queridos caminharem livres e felizes; para dar testemunho da verdade, Jesus lutou contra o egoísmo, a injustiça, a discriminação, a intolerância, a violência, a mentira nas suas mil e uma formas; para dar testemunho da verdade, Jesus acolheu e abraçou os pecadores, os malditos, os que não tinham voz nem direitos; para dar testemunho da verdade, Jesus denunciou os mecanismos obscuros que os “donos do mundo” utilizavam para perpetuar os seus privilégios e para defender os seus interesses egoístas; para dar testemunho da verdade, Jesus amou até ao extremo e deu a própria vida para nos ensinar a viver… Aceitamos nós também fazer do “testemunho da verdade” o nosso programa de vida? Como Jesus, dispomo-nos a combater objetivamente todas as formas de mentira que tornam mais feio o nosso mundo?
- A forma simples e despretensiosa como Jesus, o nosso Rei, Se apresenta diante dos poderes do mundo, convida-nos a repensar certas atitudes, certas formas de organização e certas estruturas que criamos para enfrentar a história… A comunidade de Jesus (a Igreja) não pode estruturar-se e organizar-se com os mesmos critérios dos reinos da terra… Deve interessar-se mais em dar um testemunho de amor e de solidariedade para com os pobres e marginalizados, do que em agradar às autoridades políticas e aos chefes das nações; deve preocupar-se mais com o serviço simples e humilde aos homens, do que com os títulos, as honras, as mordomias, os privilégios; deve apostar mais na partilha e no dom da vida, do que na posse de bens materiais ou na eficiência das estruturas. Se a Igreja não testemunhar, no meio dos homens, essa lógica de realeza que Jesus apresentou diante de Pôncio Pilatos, está a ser gravemente infiel à sua missão. Como é que a Igreja de Jesus entende e vive hoje, no séc. XXI, o seu serviço ao mundo e aos homens? Ao estilo de Jesus, o “rei” sem trono e sem poder, que se apresenta diante do mundo apenas “armado” com a humildade, o serviço, o amor?
ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS PARA O 34.º DOMINGO DO TEMPO COMUM
(adaptadas, em parte, de “Signes d’aujourd’hui”)
1. A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 34.º Domingo do Tempo Comum (Solenidade de Cristo Rei), procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.
2. BILHETE DE EVANGELHO.
Dois homens presentes para um processo: Pilatos e Jesus. O primeiro tem uma autoridade que vem dos homens, tem um poder sobre eles, é ele, em último grau, que decide sobre a vida de Jesus, libertação ou condenação à morte. Mas Pilatos exerce o seu poder sob o medo, a verdade mete-lhe medo. Face a este homem, Jesus apresenta-Se com a fraqueza de um condenado, a sua única força é o testemunho que presta à verdade. Jesus desarma Pilatos que pergunta: «que é a Verdade?». Este rei sem exército, com uma coroa de espinhos na cabeça, revestido de um manto vermelho, só pede uma coisa: que se escute a sua voz a fim de se pertencer como Ele à verdade. O drama que se desenrola no palácio de Pilatos é o drama da humanidade que procura onde está a verdade. Por vezes, ela vira-se para os poderosos deste mundo, que não sabem que só um pôde dizer «Eu sou a Verdade!» e que só a verdade nos pode tornar livres.
3. À ESCUTA DA PALAVRA.
«Eu vim ao mundo para dar testemunho da verdade». E que é a verdade? – pergunta Pilatos. E nós também… Tantas formas de ver a verdade, mesmo nas religiões… Cada um procura fabricar a sua pequena verdade pessoal… Porém, a verdade só se pode encontrar em Jesus. Ele veio para olhar os homens à luz do olhar de seu Pai, para testemunhar esse olhar. Jesus pôde dizer “Eu sou a Verdade”, porque seu Pai encarregou-O de chegar a cada ser humano na última profundidade do ser. Só o olhar do Pai pode dizer a última verdade de cada ser. Este olhar só pode ser amor infinito. Eis porque Jesus não pode condenar ninguém, nem sequer Pilatos, nem os seus carrascos. Cristo Rei do universo? Sim, sob a condição de não se esquecer que o seu Reino não é somente o amor da verdade. É primeiramente a Verdade do Amor.
4. PARA A SEMANA QUE SE SEGUE…
Balanço anual… Acabar um ano é também dar graças por tudo aquilo que pudemos viver. Individualmente, em família e em comunidade, fazer o balanço do ano que passou… Recordar alguns momentos concretos do ano litúrgico que marcaram o dinamismo do crescimento da fé, a nível pessoal e comunitário…
UNIDOS PELA PALAVRA DE DEUS
PROPOSTA PARA ESCUTAR, PARTILHAR, VIVER E ANUNCIAR A PALAVRA
Grupo Dinamizador:
José Ornelas, Joaquim Garrido, Manuel Barbosa, Ricardo Freire, António Monteiro
Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)
Rua Cidade de Tete, 10 – 1800-129 LISBOA – Portugal
www.dehonianos.org