05º Domingo da Páscoa – Ano C [atualizado]
18 de Maio, 2025
ANO C
5.º DOMINGO DA PÁSCOA
Tema do 5.º Domingo do Tempo Pascal
No 5º domingo da Páscoa, a liturgia recorda-nos que a comunidade nascida de Jesus tem como tarefa fundamental, no mundo e na história, ser sinal vivo do amor de Deus por todos os seus filhos. Foi essa a tarefa que Jesus, ao despedir-se, deixou aos seus discípulos.
O Evangelho, leva-nos à sala onde Jesus, pouco antes de ser preso e condenado à morte, celebrou uma ceia de despedida com os discípulos. Convida-nos a escutar e a tomar nota do “testamento” de Jesus: “dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros”. Este “mandamento” resume toda a vida, todos os ensinamentos, todas as palavras e gestos, todas as propostas de Jesus.
A primeira leitura fala-nos de algumas das comunidades cristãs da Ásia Menor nascidas do labor missionário de Paulo e Barnabé. São comunidades que acolheram a Boa nova de Jesus e que aceitaram o desafio de viverem e de testemunharem o “mandamento novo”. Enquanto comunidades fraternas, animadas pelo dinamismo do Reino, elas são sal que dá sabor e luz que ilumina o mundo.
A segunda leitura apresenta-nos a meta final para onde caminhamos: o novo céu e a nova terra, “a morada de Deus com os homens”, a casa definitiva dos que foram chamados a viver no amor, a cidade nova onde os filhos amados de Deus encontrarão vida em abundância.
LEITURA I – Atos 14,21b-27
Naqueles dias,
Paulo e Barnabé voltaram a Listra, a Icónio e a Antioquia.
Iam fortalecendo as almas dos discípulos
e exortavam-nos a permanecerem firmes na fé,
«porque – diziam eles – temos de sofrer muitas tribulações
para entrarmos no reino de Deus».
Estabeleceram anciãos em cada Igreja,
depois de terem feito orações acompanhadas de jejum,
e encomendaram-nos ao Senhor, em quem tinham acreditado.
Atravessaram então a Pisídia e chegaram à Panfília;
depois, anunciaram a palavra em Perga e desceram até Atalia.
De lá embarcaram para Antioquia,
de onde tinham partido, confiados na graça de Deus,
para a obra que acabavam de realizar.
À chegada, convocaram a Igreja,
contaram tudo o que Deus fizera com eles
e como abrira aos gentios a porta da fé.
CONTEXTO
A partir de 13,1 o livro dos Atos dos Apóstolos descreve a grande aventura missionária que levou o Evangelho a ser anunciado no mundo greco-romano, até atingir Roma, o coração do império romano. Os primeiros grandes agentes da missão foram Paulo e Barnabé. Lucas acredita que, quando a comunidade cristã de Antioquia da Síria decidiu enviar Paulo e Barnabé em missão, o fez para corresponder a uma indicação do Espírito Santo (cf. At 13,2). A Igreja, guiada pelo Espírito, é chamada a dar testemunho no mundo de Jesus e do Evangelho.
Paulo e Barnabé partiram para a sua primeira grande viagem missionária por volta do ano 46. Depois de deixarem Antioquia da Síria dirigiram-se, por barco, para a ilha de Chipre, até à cidade de Pafos. Acompanhava-os João Marcos. De Pafos, os missionários continuaram, também por barco, para a costa da Ásia (atual Turquia), onde João Marcos os abandonou. Daí seguiram para Antioquia da Pisídia, e depois para Icónio, Listra e Derbe. O esquema era sempre o mesmo: chegados a determinada cidade, Paulo e Barnabé dirigiam-se à sinagoga e falavam de Jesus à comunidade judaica. Frequentemente eram mal recebidos e tinham de deixar a cidade apressadamente. Em Antioquia da Pisídia aconteceu um facto relevante: face à contestação dos judeus, Paulo e Barnabé resolveram apresentar a proposta de Jesus aos pagãos: estes pareciam mais disponíveis para acolher o Evangelho (cf. At 13,4452).
O texto que a liturgia deste domingo nos propõe como primeira leitura conta-nos os últimos passos de Paulo e Barnabé antes de regressarem a Antioquia da Síria, de onde tinham partido. Esta primeira viagem missionária de Paulo durou cerca de três anos.
MENSAGEM
Paulo e Barnabé, enviados pela comunidade de Antioquia, anunciaram o Evangelho em diversas cidades da Ásia Menor: Listra, Icónio e Antioquia da Pisídia. A proposta que eles, em nome de Jesus, apresentaram foi acolhida e, na sequência, nasceram diversas comunidades cristãs. Eram comunidades jovens, insuficientemente preparadas e dispersas no meio de um mundo que vivia de acordo com padrões e referências bem diferentes da proposta cristã. Seriam capazes de perseverar na fé, em circunstância pouco favoráveis?
Antes de regressarem a Antioquia da Síria, Paulo e Barnabé, cheios de solicitude pastoral, quiseram visitar outra vez as jovens Igrejas recém-formadas, a fim de as consolidar na sua adesão a Jesus. Lucas diz que os dois missionários “iam fortalecendo as almas dos discípulos e exortavam-nos a permanecerem firmes na fé” (vers. 22a). Não basta tomar, a determinado momento, a decisão de aderir a Jesus; essa decisão tem de ser renovada a cada passo e mantida apesar das deceções e vicissitudes que abalam o mundo e a vida dos discípulos. Por isso, Paulo e Barnabé insistiam que era preciso manter o entusiasmo e a decisão inicial, apesar das “muitas tribulações” (vers. 22b) que aparecem ao longo do caminho.
Paulo e Barnabé quiseram também cuidar da estruturação das comunidades. Nesse sentido, “estabeleceram anciãos em cada Igreja” (vers. 23). É a primeira vez que, nas comunidades cristãs fora de Jerusalém, se fala nestes “anciãos”. Correspondem, provavelmente, aos “conselhos de anciãos” que estavam à frente das comunidades judaicas tradicionais. Os “Atos” não explicitam as funções exatas destes dirigentes das Igrejas; mas o discurso de despedida que Paulo faz aos anciãos de Éfeso parece sugerir que eles tinham como tarefa administrar, vigiar e defender a comunidade face aos perigos internos e externos (cf. At 20,28-31). Convém notar que este ministério não era um valor absoluto, mas era algo que só se entendia e só fazia sentido em função de uma determinada comunidade: eles não eram escolhidos de forma abstrata para um serviço geral, mas para o serviço daquela comunidade, em concreto.
No final deste texto, Lucas conta como Paulo e Barnabé, chegados a Antioquia da Síria, apresentaram à comunidade que os tinha enviado um “relatório” da missão. Está bem presente, nas entrelinhas, a ideia de que a missão não foi uma obra puramente humana, mas foi obra de Deus. No início da aventura missionária já se havia sugerido que o envio de Paulo e Barnabé não era apenas iniciativa da Igreja de Antioquia, mas uma ação do Espírito (cf. At 13,2-3); foi esse mesmo Espírito que acompanhou e guiou os missionários a cada passo da sua viagem. E aqui repete-se que o autêntico ator da conversão dos pagãos ao Evangelho é Deus e não os homens (cf. vers. 27).
INTERPELAÇÕES
- Notemos, antes de mais, a forma como a comunidade cristã de Antioquia da Síria primeiro, e Paulo e Barnabé depois sentem e abraçam o desafio missionário. Tinham encontrado Jesus e tinham experimentado como Jesus lhes abrira horizontes novos. Apaixonados por Jesus e pelo seu projeto, sentiam necessidade de o levar a todos os homens e mulheres, para que todos pudessem fazer uma experiência libertadora semelhante à que eles tinham feito. “Ai de mim se eu não evangelizar!” (1Cor 9,16) – dizia Paulo. Se não nos apetece falar daquilo que nos apaixona, é porque não estamos apaixonados; se não sentimos necessidade de falar aos nossos irmãos do projeto de Jesus, é porque não estamos agarrados por ele; se não anunciamos Jesus ressuscitado, com as nossas palavras e com a nossa vida, é porque Jesus não tem um lugar determinante no caminho que percorremos. O nosso mundo precisa de escutar a Boa nova de Jesus. Não apenas nos países onde o Evangelho ainda não chegou, mas também nos países onde o Evangelho está esquecido. Há, nas nossas comunidades cristãs, este ardor missionário? Sentimo-nos enviados de Jesus a qualquer lado onde a vida nos leva? Somos testemunhas entusiastas de Jesus, que espalham por toda a parte o contágio do Evangelho?
- Paulo e Barnabé tinham consciência de que a decisão por Jesus tem de ser renovada e alimentada a cada passo. Por isso, decidiram, no final da sua primeira viagem missionária, rever as jovens comunidades cristãs nascidas nos lugares onde tinham pregado e animá-las na sua adesão a Jesus. Isto recorda-nos a necessidade de, a cada passo, renovarmos a nossa adesão a Jesus. Não basta termos, um dia, sido batizados; nem basta termos feito a primeira comunhão ou o crisma; nem basta termos celebrado na igreja o nosso matrimónio; nem sequer basta “de vez em quando”, de forma relutante, reunirmo-nos com a nossa comunidade cristã para celebrar a eucaristia. A fé renova-se e alimenta-se caminhando todos os dias atrás de Jesus, escutando continuamente as suas palavras, aprendendo a cada momento com os seus gestos, abraçando a cada instante o seu estilo de vida, os seus valores, as suas propostas. Como é que vivemos o nosso compromisso cristão? É um compromisso que renovamos todos os dias? Alimentamo-lo a cada passo com a escuta de Jesus e a partir de um diálogo constante com Jesus?
- Lucas sugere, neste texto, que o anúncio do Evangelho não é uma obra da comunidade de Antioquia da Síria, de Paulo ou de Barnabé, mas é obra de Deus. É Deus que age por intermédio de uma comunidade ou de determinadas pessoas para oferecer ao mundo e aos homens o seu projeto de salvação. Paulo e Barnabé são pessoas que receberam de Deus uma missão; mas a missão não é deles. Aqueles que Deus envia a anunciar a Boa nova não têm “carta branca” para propor ao mundo as suas próprias ideias, uma determinada ideologia, uma visão pessoal do mundo e da vida; eles são simplesmente testemunhas de Jesus e do projeto de Jesus. Estamos convencidos de que a missão é obra de Deus e que por detrás do nosso trabalho e do nosso testemunho está Deus? Anunciamos a Cristo libertador, ou anunciamo-nos a nós?
- No seu labor missionário, Paulo e Barnabé nunca se subtraíram a esforços. Deram tudo, trabalharam dia e noite, afrontaram todos os perigos e canseiras, a fim de que Jesus pudesse chegar ao coração das gentes. Movia-os a paixão pelo Evangelho, mas também a solicitude pelos homens e mulheres que aguardavam a salvação de Deus. É dessa forma que procedem hoje aqueles a quem Deus confiou o cuidado pastoral das nossas comunidades cristãs? Aqueles que procuram Jesus encontram, nos animadores das nossas comunidades cristãs, um acolhimento solícito e fraterno?
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 144
Refrão 1: Louvarei para sempre o vosso nome, Senhor, meu Deus e meu Rei.
Refrão 2: Aleluia.
O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade.
O Senhor é bom para com todos
e a sua misericórdia se estende a todas as criaturas.
Graças Vos deem, senhor, todas as criaturas
e bendigam-Vos os vossos fiéis.
Proclamem a glória do vosso reino
e anunciem os vossos feitos gloriosos.
Para darem a conhecer aos homens o vosso poder,
a glória e o esplendor do vosso reino.
O vosso reino é um reino eterno,
o vosso domínio estende-se por todas as gerações.
LEITURA II – Apocalipse 21,1-5a
Eu, João, vi um novo céu e uma nova terra,
porque o primeiro céu e a primeira terra tinham desaparecido
e o mar já não existia.
Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém,
que descia do Céu, da presença de Deus,
bela como noiva adornada para o seu esposo.
Do trono ouvi uma voz forte que dizia:
«Eis a morada de Deus com os homens.
Deus habitará com os homens:
eles serão o seu povo
e o próprio Deus, no meio deles, será o seu Deus.
Ele enxugará todas as lágrimas dos seus olhos;
nunca mais haverá morte nem luto, nem gemidos nem dor,
porque o mundo antigo desapareceu».
Disse então Aquele que estava sentado no trono:
«Vou renovar todas as coisas».
CONTEXTO
O “corpo” central do livro do Apocalipse (cf. Ap 4,1-22,5) apresenta uma reflexão sobre o sentido da história humana. Nela, um “profeta” cristão chamado João, exilado na ilha de Patmos durante a perseguição movida pelo imperador Domiciano, interpreta a história dos homens à luz do projeto de Deus. Recorrendo à linguagem sempre expressiva dos símbolos, João descreve a luta entre o Bem e o Mal, as forças de Deus e as forças que se opõem ao projeto de Deus. Trata-se, afinal, das vicissitudes e dificuldades que nós conhecemos bem, os problemas e contrariedades que o Povo de Deus enfrenta todos os dias ao longo do seu caminho histórico. João tem a certeza absoluta que o Mal não prevalecerá; a vitória final será de Deus e dos seus “santos”. Os impérios humanos desaparecerão, os ditadores arrogantes ficarão pelo caminho, os grandes do mundo não determinarão o sentido da história dos homens.
No final do longo caminho histórico dos homens, está Deus e o seu projeto de salvação plenamente realizado. A humanidade não caminha para um beco sem saída e sem esperança; caminha ao encontro de uma nova terra e de um novo céu, onde habitam a justiça e a paz. É essa a realidade que espera todos os filhos de Deus que, apesar da perseguição e dos obstáculos, se mantiveram fiéis ao Cordeiro (a Jesus).
Esse mundo novo que é a meta última da história dos homens, é simbolicamente apresentado em dois quadros (cf. Ap 21,1-8 e 21,9-22,5). O texto que a liturgia deste quinto domingo pascal nos apresenta como segunda leitura traz-nos o primeiro desses quadros. A imagem de um novo céu e de uma nova terra, aqui utilizada por João, não é totalmente original: aparece já em Is 65,17 e em 66,22. A mesma ideia aparece também na literatura apocalíptica (cf. Henoch, 45,4-5; 91,16; 4 Esd 7,75) e em certos textos do Novo Testamento (cf. Mt 19,28; 2 Pe 3,13). Contudo João apresenta-a, neste quadro, de uma forma absolutamente genial.
MENSAGEM
O profeta-poeta contempla o novo céu e a nova terra que Deus preparou para acolher os seus filhos e descreve-os para nós. Trata-se de uma realidade fundamentalmente nova, um mundo totalmente outro, onde já não há traços desse mundo velho de violência, de sofrimento, de caos e de morte que os homens conheceram durante o seu caminho histórico. O mar, símbolo e resíduo do caos primitivo e das potências hostis a Deus, desaparecerá; a velha terra, cenário da conduta pecadora do homem, vai ser transformada e recriada (vers. 1). A partir desse momento, tudo será novo, definitivo, acabado, perfeito.
A essa nova realidade, a esse mundo novo nascido da vitória de Deus sobre o mal, João chama a “Jerusalém que desce do céu”. Jerusalém é, no universo religioso e cultural do povo bíblico, a cidade santa por excelência, o lugar onde Deus reside no meio do seu Povo, o espaço onde vai irromper e onde se manifestará em definitivo a salvação de Deus. Esta “nova Jerusalém” que João nos descreve é, portanto, o lugar da salvação prometida desde sempre por Deus aos seus filhos, o lugar do encontro definitivo entre Deus e o seu Povo, o lugar da morada de Deus com os homens.
A “nova Jerusalém” apresenta-se, aos olhos de João e aos nossos olhos, “bela como uma noiva adornada para o seu esposo” (vers. 2). Na linguagem profética, o casamento é um símbolo privilegiado da Aliança. Realiza-se, assim, o ideal da Aliança (cf. Jr 31,33-38; Ez 37,27): Deus e o seu Povo consumam a sua história de intimidade, de amor e de comunhão. Deus passará a residir de forma permanente e estável no meio do seu Povo, como o noivo que se junta à sua amada e com ela partilha a vida e o amor (vers. 3). A longa história de relação entre Deus e o seu Povo será uma história de amor com um final feliz.
Essa “nova Jerusalém” será o lugar da felicidade ilimitada e definitiva. A dor, as lágrimas, o sofrimento e a morte que acompanharam o homem durante o seu caminho histórico, não terão aí lugar. Aí só haverá espaço para a alegria, a harmonia e a felicidade sem fim (vers. 4).
Deus, aquele que é o princípio e o fim de tudo, preside a este mundo totalmente renovado (vers. 5). Do seu poder criador nasceu uma nova criação: um mundo novo e uma humanidade nova. Ele lá estará para sempre, sentado no seu trono de glória, a dar a beber da água da vida a todos os seus queridos filhos e filhas.
No contexto da teologia do Livro do Apocalipse, esta cidade nova, onde encontra guarida o Povo vitorioso dos “santos”, designa a Igreja, vista como comunidade escatológica, transformada e renovada pela ação salvadora e libertadora de Deus na história.
INTERPELAÇÕES
- Para onde caminha a comunidade nascida de Jesus e que, por Jesus, enfrenta a incompreensão e a perseguição do mundo? Onde está o seu horizonte último, a sua meta final? João, o autor do livro do Apocalipse, deixa-nos uma bela perspetiva do futuro que nos espera: depois de concluído o nosso caminho nesta terra, estamos destinados a encontrar-nos com Deus numa “cidade” renovada, de onde a sofrimento, a debilidade, o luto, a lamentação e a morte estarão definitivamente banidos. Deus residirá connosco. Seremos uma humanidade recriada, conheceremos a vida em plenitude. Os maus, os violentos, os injustos, os opressores, os que todos os dias derramam o sangue de tantas vítimas inocentes, não terão a última palavra sobre o nosso destino; a nossa peregrinação pela terra não terminará no fracasso e no sem sentido; aqueles que desfeiam o mundo com o seu egoísmo não sairão vencedores. Sabemos para onde caminhamos e estamos convictos de que, no final do caminho, nos espera a vida verdadeira? Essa “revelação” fortalece a nossa esperança e dá-nos a força para vencer os obstáculos que encontramos todos os dias?
- Houve quem acusasse os discípulos de Jesus de viverem de olhos postos no céu, alheados das realidades do dia a dia, descomprometidos com a construção de um mundo mais justo. É possível que, num ou noutro caso, esta acusação tenha razão de ser; mas, na verdade, não é esse o sentido da proposta cristã. Jesus combateu todas as estruturas do mundo velho que geravam pecado e morte; e quis que os seus discípulos, pelo tempo fora, vivessem comprometidos com a construção do reino de Deus. “Seguir Jesus” é lutar objetivamente contra tudo aquilo que gera injustiça, violência, mentira e sofrimento; “seguir Jesus” é combater as estruturas de pecado que roubam a dignidade e a vida a tantos e tantos dos nossos irmãos. Embora acreditando no “novo céu” e na nova terra” que nos esperam no final do nosso caminho, estamos comprometidos com a construção, aqui e agora, desse mundo mais justo, mais pacífico e mais humano que Jesus nos pediu?
- A Igreja, comunidade nascida de Jesus, é chamada a ser, no meio do mundo, um anúncio dessa comunidade escatológica, bela e sem mancha, de que fala o autor do livro do Apocalipse. É-o de facto? Sabemos que a Igreja que peregrina na terra é, ao mesmo tempo, santa e pecadora; mas todos compreendemos, por outro lado, que as divisões, os conflitos, as discussões estéreis, as vaidades, as ambições, as faltas de misericórdia, a indiferença face aos mais frágeis, são chagas que desfeiam o rosto da Igreja e a impedem de dar testemunho do mundo novo que nos espera. O que é preciso fazer para que a nossa comunidade cristã possa ser testemunha credível da comunidade de “santos” que se reunirá à volta de Deus no mundo que há de vir?
ALELUIA– João 13,34
Aleluia. Aleluia.
Dou-vos um mandamento novo, diz o Senhor:
amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei.
EVANGELHO – João 13,31-33a.34-35
Quando Judas saiu do cenáculo,
disse Jesus aos seus discípulos:
«Agora foi glorificado o Filho do homem
e Deus glorificado n’Ele.
Se Deus foi glorificado n’Ele,
Deus também O glorificará em Si mesmo
e glorificá-l’O-á sem demora.
Meus filhos,
é por pouco tempo que ainda estou convosco.
Dou-vos um mandamento novo:
que vos ameis uns aos outros.
Como Eu vos amei,
amai-vos também uns aos outros.
Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos:
se vos amardes uns aos outros».
CONTEXTO
O Evangelho do quinto domingo da Páscoa situa-nos em Jerusalém, numa noite de quinta-feira do mês de Nisan do ano trinta, um dia antes da celebração da Páscoa judaica. Jesus está à mesa com os seus discípulos, numa inolvidável ceia de despedida.
Sobre Jesus e o seu grupo de discípulos paira a sombra da cruz. Nessa noite, após a ceia, Jesus atravessará o Vale do Cedron, a oriente da cidade, e dirigir-se-á ao Getsemani (“lagar de azeite”), um jardim situado no sopé do Monte das Oliveiras, onde estará alguns momentos em oração. Aí será preso pelos soldados do Templo. Durante essa noite comparecerá diante do Sinédrio, será julgado e condenado à morte. Na manhã do dia seguinte, depois de a sentença ser confirmada pelo governador romano, será crucificado.
Enquanto convive, à mesa, com os discípulos, Jesus está perfeitamente consciente do que o espera nas próximas horas. Não está preocupado com o que lhe vai acontecer: quando aceitou o projeto do Pai e começou a anunciar o Reino, Ele sabia os riscos que iria correr; mas preocupa-se com aqueles discípulos que estão com Ele à mesa nessa noite de quinta-feira… Que será deles quando o seu Mestre lhes for tirado? Poderão, sem Jesus a mostrar-lhes o caminho a cada passo, levar para a frente o projeto do Reino? Saberão discernir, no meio das crises e tempestades que terão de enfrentar, o que é importante e o que é secundário?
O ambiente dramático dessa ceia é acentuado pela presença de um discípulo traidor, que combinou entregar o seu Mestre às autoridades judaicas. Jesus sabe-o e, durante a ceia, alude a isso. A dada altura Judas, o discípulo traidor, abandona a sala. É de noite, hora de trevas e de temores. Jesus permanece ainda mais algum tempo à mesa a conversar com os outros discípulos. O tempo começa a esgotar-se. Jesus aproveita o pouco tempo que lhe resta para relembrar aos discípulos o essencial da mensagem que procurou transmitir-lhes enquanto percorria com eles os caminhos da Galileia e da Judeia. Tudo o que foi dito nessa noite, à volta da mesa, soa a “testamento final”. Os discípulos nunca mais o esquecerão.
MENSAGEM
Depois de Judas ter feito a sua opção e de ter saído para ir ao encontro dos dirigentes judaicos que tramam a morte de Jesus, tudo está decidido. Chegou a “Hora” de Jesus, o momento da sua paixão, morte e glorificação. Consciente disso, Jesus inicia uma longa conversa com os outros discípulos, os que permaneceram com Ele à mesa. É um “testamento”, uma “instrução”, uma “despedida” na qual se cruzam as lembranças, os conselhos, as indicações práticas, as explicações, as confidências. O discurso de Jesus será interrompido por perguntas ou ocasionais pedidos de esclarecimento.
Num primeiro momento, Jesus fala da sua morte próxima. Paradoxalmente, não a considera um fracasso ou uma derrota, mas sim o momento da manifestação da sua glória e da glória do Pai (“agora foi glorificado o Filho do homem e Deus glorificado n’Ele. Se Deus foi glorificado n’Ele, Deus também O glorificará em Si mesmo e glorificá-l’O-á sem demora” – vers. 31-32). Ao longo de toda a sua vida entre os homens, Jesus trabalhou para manifestar a “glória” do Pai (o termo “doxa” aqui utilizado traduz o hebraico “kabod” que pode entender-se como “riqueza”, “esplendor”). Nas suas palavras, nos seus gestos, no seu amor, Jesus deu a conhecer aos homens, de forma muito sensível, o rosto, o coração, o amor, toda a “riqueza” do Pai. A sua morte iminente será, no entanto, o momento em que a “glória” do Pai se manifestará em toda a sua plenitude, pois todos os que contemplarem a cruz poderão ver e compreender, naquele “Filho do homem” que oferece a sua vida até à última gota de sangue, a grandeza incomensurável do amor de Deus. Além disso, naquela cruz também se manifestará a “glória” de Jesus: pela sua obediência até ao dom total de si mesmo, Jesus mostrará inequivocamente o seu amor ao Pai e aos homens. O Pai, por sua vez, glorificará Jesus ressuscitando-O da morte e fazendo d’Ele fonte de vida para o mundo e para a Igreja. É estranha a lógica deste Deus cuja “glória” não se manifesta no triunfo espetacular sobre as forças da natureza ou sobre os homens que o contestam, mas sim no amor e na doação da vida até ao extremo, até à última gota de sangue. A “glória” de Deus é o seu amor, um amor que ultrapassa toda a nossa compreensão e todas as nossas lógicas.
A contemplação do amor de Deus e do amor do próprio Jesus, deve ter consequências na vida dos discípulos. Dirigindo-se-lhes com todo o afeto (“meus filhos” – vers. 33a), como um pai solícito que, antes de partir deste mundo transmite aos filhos a sua sabedoria, aquilo que é verdadeiramente fundamental para que eles vivam vidas com sentido, Jesus pede-lhes que aprendam a lição do amor e que vivam no amor: “dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros” (vers. 34). O verbo “agapaô” (“amar”) aqui utilizado define, em João, o amor que faz dom de si, o amor até ao extremo, o amor que não guarda nada para si, mas que se faz entrega total e absoluta. É nesse amor e desse amor que os discípulos devem viver. O ponto de referência no amor é o próprio Jesus (“como Eu vos amei”). Os discípulos tinham visto como Jesus, enquanto percorria os caminhos da Galileia e da Judeia, se comovia com a sorte dos infelizes, curava os doentes, se sentava à mesa com os pecadores, abraçava aqueles homens e mulheres que a vida maltratava e que a sociedade marginalizava. Os discípulos tinham experimentado, eles próprios, como Jesus se interessava por cada um deles, os tratava como amigos muito queridos, compreendia as suas falhas e limitações, não desistia deles mesmo que eles demorassem a assimilar a lógica do Reino de Deus. Tinham até visto, nessa noite de despedida, enquanto estavam sentados à volta daquela mesa, como Jesus lhes lavava os pés, num gesto inaudito de amor e serviço… Era fácil, a partir de tudo isso, perceberem o que Jesus queria dizer-lhes com as palavras “amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”. “Amar como Jesus” é dar tudo, pôr-se incondicionalmente ao serviço dos outros, sem reivindicar estatuto de gente importante, fazendo-se servo de todos; “amar como Jesus” é respeitar absolutamente a liberdade do outro (Jesus acabou de fazer isso com Judas, o amigo que saiu da sala para o trair), sem limites ou discriminações de qualquer espécie. Os discípulos ainda não o sabem; mas, daí a algumas horas Jesus vai mostrar-lhes, na cruz, o que é amar até ao extremo, até dar a última gota de sangue pelos seus amigos. É desse jeito que os discípulos devem viver e amar. É esse o “mandamento” que Jesus, naquela hora decisiva, lhes deixa.
O amor (igual ao de Jesus) que os discípulos manifestam entre si brilhará no mundo e será visível para todos os homens (vers. 35). Esse será o distintivo da comunidade do Reino de Deus. Os discípulos de Jesus não são os depositários de uma doutrina ou de uma ideologia, ou os observantes de determinadas leis canónicas, ou os fiéis cumpridores de certos ritos; mas são apenas aqueles que “amam como Jesus”; são aqueles que, pelo amor que partilham, vão ser um sinal vivo do Deus que ama todos os seus filhos.
INTERPELAÇÕES
- Naquela hora decisiva em que se despediu dos discípulos, a hora da verdade absoluta, a hora de pôr todas as cartas na mesa, Jesus disse-lhes: “dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos”. Este é o coração do testamento de Jesus, o seu “mandamento” único, a sua proposta mais decisiva. Desde aquela ceia de despedida, passaram-se mais de dois mil anos. Ao longo desse tempo, a comunidade de Jesus que caminha na história foi acumulando um enorme tesouro de experiências e vivências, de teorias e doutrinas, de leis e preceitos, de palavras decisivas e de palavras dispensáveis, de valores eternos e de valores datados, de coisas belas com a marca da eternidade e de coisas feias que têm e ferrugem do tempo. A tudo isso juntou-se o pó acumulado pelos séculos que, por vezes, cobre tudo e não deixa ver o essencial. O Evangelho deste domingo convida-nos a redescobrir o essencial da proposta de Jesus. O que é que está no centro da nossa experiência cristã? Que valor tem, na nossa maneira de viver a fé, o mandamento de Jesus sobre o amor? A nossa religião é a religião do amor, ou é a religião das leis, das exigências, dos ritos externos, do cumprimento de preceitos? Com que força nos impomos no mundo: com a força do amor e do serviço simples e humilde, ou com a força da autoridade prepotente e dos privilégios?
- A palavra “amor” tem, hoje, muitos significados e pode ser equívoca. Tanto é usada para falar de algo muito belo, como para definir comportamentos egoístas, interesseiros e sórdidos, que usam o outro, que fazem mal, que limitam horizontes, que roubam a liberdade, que destroem a vida do outro… O amor de que Jesus fala quando se dirige aos discípulos naquela ceia de despedida, é o amor que acolhe, que cuida, que se faz serviço simples e humilde, que respeita absolutamente a dignidade e a liberdade do outro, que não discrimina nem marginaliza seja quem for, que não fica indiferente ao sofrimento do outro, que se faz dom total para que o outro tenha mais vida, que gera comunhão e fraternidade. O episódio do lava-pés, na última ceia de Jesus com os discípulos, poderia perfeitamente ser o ícone do amor, tal como Jesus o entendeu e o viveu. É este o amor que vivemos e que testemunhamos?
- Para Jesus, é o amor que identifica os seus discípulos: “nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”. As nossas comunidades cristãs têm de ser oásis de amor, de comunhão, de fraternidade, no meio de um mundo onde a violência, a agressividade, a indiferença e a prepotência procuram impor-se. O amor, o serviço, o acolhimento e a misericórdia têm de ser a marca que nos identifica. Na realidade, é isso que acontece? Nos nossos comportamentos e atitudes uns para com os outros, os homens descobrem a presença do amor de Deus no mundo? Amamos mais do que os outros e interessamo-nos mais do que eles pelos pobres e pelos que sofrem? Aqueles que a sociedade discrimina e deixa abandonados nas margens dos caminhos do mundo são acolhidos, integrados, defendidos, nas nossas comunidades cristãs? Os “diferentes” são tratados por nós como irmãos quando se aproximam da comunidade cristã? Os espaços onde nos reunimos para rezar e para programar a vida das nossas comunidades são casas de comunhão, ou lugares de intriga e de conflito?
ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS PARA O 5.º DOMINGO DO TEMPO PASCAL
(adaptadas, em parte, de “Signes d’aujourd’hui”)
1. A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 5.º Domingo do Tempo Pascal, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.
2. O ACOLHIMENTO FRATERNO.
Neste domingo, em que o Ressuscitado nos dá o mandamento novo, não seria uma boa ocasião, para aqueles que preparam a liturgia, de verem se a comunidade está suficientemente atenta ao acolhimento fraterno de todos e de cada um no seio da celebração? As maneiras de fazer podem ser diversas, mas a exigência é a mesma: «Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros».
3. ORAÇÃO NA LECTIO DIVINA.
Na meditação da Palavra de Deus (lectio divina), pode-se prolongar o acolhimento das leituras com a oração.
No final da primeira leitura:
Deus, Pai do teu novo Povo, nós Te bendizemos por toda a obra que cumpriste com Paulo e Barnabé. Através deles, abriste às nações pagãs, de quem descendemos, a porta da fé.
Nós Te pedimos pelos pastores das Igrejas, a fim de que cheguem a designar “anciãos” como guias em todas as tuas comunidades.
No final da segunda leitura:
Deus que estás sentado no trono e que fazes novas todas as coisas, Pai do teu Povo, nós Te louvamos pela nova Jerusalém, a tua morada no meio dos homens, que se realiza cada vez que Te rezamos.
Nós Te confiamos os nossos irmãos e irmãs que estão em provação: que chegue o dia em que Tu lhes enxugarás as lágrimas dos seus olhos dissipando toda a tristeza.
No final do Evangelho:
Guiados pelo teu Espírito, nós Te glorificamos, Pai, com o teu Filho Jesus. Nós Te bendizemos pela teu glória, que é a tua presença vivificante, e na qual Tu comunicas connosco pela Palavra e pelo Pão.
Nós Te pedimos: que o teu Espírito nos fortaleça, para que possamos viver segundo o mandamento novo que nos deste pela palavra e pela vida do teu Filho Jesus.
4. BILHETE DE EVANGELHO.
Antes de conhecer o abaixamento da sua Paixão e da sua morte, Jesus faz perceber aos seus discípulos o peso, a glória da sua vida. Ele passou fazendo o bem, só pregou o Amor, fez milagres por amor, deu o exemplo do amor dando-nos a maior prova. É tudo isso que tem peso aos olhos de Deus, tal é a sua glória. E já durante a última ceia, Ele anuncia a sua ressurreição predizendo que proximamente Ele não estará mais entre eles, do mesmo modo como está no momento em que lhes fala, mas tornar-Se-á presente através do amor que os seus discípulos terão uns para com os outros: que eles se amem como Ele os amou! Este amor será o sinal pelo qual serão reconhecidos como seus discípulos. Jesus não quer que tudo pare com a sua partida, serão os seus discípulos que O tornarão presente se se amarem como Ele os amou… se forem servos como Ele foi servo para lhes dar o exemplo… se refizerem os gestos e disserem as palavras da última ceia… Isto para fazer memória d’Ele, isto é, recordar- se, tornar presente, esperar o seu regresso… se eles O reconhecem, a Ele o Senhor, sob os traços do mais pequeno entre os irmãos. Jesus de Nazaré já não está entre nós, mas Cristo ressuscitado está bem no meio de nós, hoje. Há que reconhecê-l’O para O testemunhar pelo amor!
5. À ESCUTA DA PALAVRA.
“Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros”. Que bela novidade! Como se fosse Jesus a inventar o amor! Os homens e as mulheres não esperaram que Jesus viesse para saber um pouco o sentido da palavra “amor” e do verbo “amar”! Aliás, o mandamento de “amar o seu próximo como a si mesmo” encontra-se já no Livro do Levítico. Então, como compreender esta “novidade”? O próprio Jesus dá-nos a chave: “Como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros”. Só olhando Jesus saberemos como Ele nos amou. A sua própria vida é uma prática desta palavra. E isto vai para além daquilo que, humanamente, podemos fazer. Ele diz-nos para perdoar setenta vezes sete, isto é, sem colocar qualquer limite ao perdão. “Amai os vossos inimigos e rezai pelos vossos perseguidores”. “Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem”. São João escreve que “tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim”, isto é, até à plenitude do amor cuja Fonte é o seu Pai. Sim, a maneira de Jesus nos amar ultrapassa a nossa maneira de amar. Neste sentido, o amor que Ele nos convida a viver entre nós é mesmo novo! Mas há mais! Porque as exigências de um tal amor podem parecer desmedidas, fora do nosso alcance, e deixar-nos no desespero: nunca chegaremos aí! Ora, é preciso compreender bem o “como Eu vos amei”. Jesus não nos diz: “Eu amei-vos. Agora, desenrascai-vos, fazei esforço para Me imitar!” Ele diz-nos: “Como Eu, que vos amo e vos dou o amor infinito do Pai, deixai-vos amar, como uma criança que se deixa tomar nos braços da sua mãe e do seu pai. Vinde até Mim. Àquele que vem até Mim, não o abandonarei. Então, poderei derramar sobre vós a força do próprio Amor que é Deus. Assim, encontrareis a força para ir para além das capacidades humanas, podereis, dia após dia, aprender a amar-vos como Eu vos amo”. Sim, Senhor, quero ir para junto de Ti, porque tens as palavras da vida eterna!
6. ORAÇÃO EUCARÍSTICA.
Pode-se escolher a Oração Eucarística III para a Assembleia com Crianças.
7. PALAVRA PARA O CAMINHO.
«Como Eu vos amei”. Exigência deste “como”… porque Jesus não fingiu amar-nos! No caminho desta semana, vou encontrar homens, mulheres, jovens, crianças… Como vou amá-los “como Jesus”? Isto é, sem fingimentos, gratuitamente, sinceramente, dando-me a eles com o melhor de mim mesmo… A nossa vida de batizados deve ser sinal no meio da descrença e da indiferença do mundo. Segundo o amor que teremos uns para com os outros… todos verão que somos discípulos de Cristo!
UNIDOS PELA PALAVRA DE DEUS
PROPOSTA PARA ESCUTAR, PARTILHAR, VIVER E ANUNCIAR A PALAVRA
Grupo Dinamizador:
José Ornelas, Joaquim Garrido, Manuel Barbosa, Ricardo Freire, António Monteiro
Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)
Rua Cidade de Tete, 10 – 1800-129 LISBOA – Portugal
www.dehonianos.org