Week of Fev 6th

  • 05º Domingo do Tempo Comum – Ano C

    05º Domingo do Tempo Comum – Ano C


    6 de Fevereiro, 2022

    ANO C
    5º DOMINGO DO TEMPO COMUM

    Tema do 5º Domingo do Tempo Comum

    A liturgia deste domingo leva-nos a reflectir sobre a nossa vocação: somos todos chamados por Deus e d’Ele recebemos uma missão para o mundo.
    Na primeira leitura, encontramos a descrição plástica do chamamento de um profeta – Isaías. De uma forma simples e questionadora, apresenta-se o modelo de um homem que é sensível aos apelos de Deus e que tem a coragem de aceitar ser enviado.
    No Evangelho, Lucas apresenta um grupo de discípulos que partilharam a barca com Jesus, que acolheram as propostas de Jesus, que souberam reconhecê-l’O como seu “Senhor”, que aceitaram o convite para ser “pescadores de homens” e que deixaram tudo para seguir Jesus… Neste quadro, reconhecemos o caminho que os cristãos são chamados a percorrer.
    A segunda leitura propõe-nos reflectir sobre a ressurreição: trata-se de uma realidade que deve dar forma à vida do discípulo e levá-lo a enfrentar sem medo as forças da injustiça e da morte. Com a sua acção libertadora – que continua a acção de Jesus e que renova os homens e o mundo – o discípulo sabe que está a dar testemunho da ressurreição de Cristo.

    LEITURA I – Is 6,1-2a.3-8

    Leitura do Livro de Isaías

    No ano em que morreu Ozias, rei de Judá,
    vi o Senhor, sentado num trono alto e sublime;
    a fímbria do seu manto enchia o templo.
    À sua volta estavam serafins de pé,
    que tinham seis asas cada um
    e clamavam alternadamente, dizendo:
    «Santo, santo, santo é o Senhor do Universo.
    A sua glória enche toda a terra!»
    Com estes brados as portas oscilavam nos seus gonzos
    e o templo enchia-se de fumo.
    Então exclamei:
    «Ai de mim, que estou perdido,
    porque sou um homem de lábios impuros,
    moro no meio de um povo de lábios impuros
    e os meus olhos viram o Rei, Senhor do Universo».
    Um dos serafins voou ao meu encontro,
    tendo na mão um carvão ardente
    que tirara do altar com uma tenaz.
    Tocou-me com ele na boca e disse-me:
    «Isto tocou os teus lábios:
    desapareceu o teu pecado, foi perdoada a tua culpa».
    Ouvi então a voz do Senhor, que dizia:
    «Quem enviarei? Quem irá por nós?»
    Eu respondi:
    «Eis-me aqui: podeis enviar-me».

    AMBIENTE

    Estamos em Jerusalém, por volta de 740/739 a.C.. Isaías tem, então, à volta de vinte anos. Enquanto está no Templo em oração, descobre que Deus o chama a ser profeta. O texto de hoje relata-nos essa descoberta e a resposta de Isaías. No entanto, este relato não deve ser visto como uma reportagem jornalística de acontecimentos, mas sim como uma apresentação teológica de uma experiência interior de vocação.
    Os pormenores folclóricos – o trono alto e sublime em que o Senhor Se senta, o seu manto que enche o Templo, os “serafins” com seis asas que voam sem cessar à volta e que cobrem a face e os pés, o oscilar das portas nos seus gonzos, o fumo – são elementos simbólicos com que o profeta desenha a grandeza, a omnipotência e a magnificência de Deus. É essa a perspectiva que o profeta tem do Deus que o chamou.

    MENSAGEM

    Nesta catequese sobre a experiência de vocação, encontramos vários passos. Vamos resumi-los brevemente.
    Em primeiro lugar (vers. 1-5), Isaías deixa claro que a sua vocação é obra de Jahwéh, o Deus majestoso e santo, infinitamente acima do mundo e distante da realidade pecadora em que os homens vivem mergulhados. Os elementos literários típicos das teofanias (o temor, a voz forte, o fumo) definem o quadro típico das manifestações de Deus no Antigo Testamento: foi esse Deus que se manifestou a Isaías e que o convocou para o seu serviço.
    Em segundo lugar (vers. 6-7), temos a objecção e a purificação. A objecção do profeta é um elemento típico dos relatos de vocação (cf. Ex 3,11, no chamamento de Moisés). Manifesta o sentimento de um homem que, chamado por Deus a uma missão, tem consciência dos seus limites e da sua indignidade, ou prefere continuar no seu cantinho cómodo, sem se comprometer. A “purificação” sugere que a indignidade e a limitação não são impeditivos para a missão: a eleição divina dá ao profeta autoridade, apesar dos seus limites bem humanos.
    Em terceiro lugar, temos a aceitação da missão pelo profeta. Convém, a propósito, notar o seguinte: Isaías oferece-se sem saber ainda qual a missão que lhe vai ser confiada; manifesta, dessa forma, a sua disponibilidade absoluta para o serviço de Deus.
    Temos, aqui, descrito o caminho da verdadeira vocação.

    ACTUALIZAÇÃO

    Nesta reflexão sobre a “vocação”, considerar as seguintes questões:

    • Cada um de nós tem a sua história de vocação: de muitas formas Deus entra na nossa vida, desafia-nos para a missão, pede uma resposta positiva à sua proposta. Temos consciência de que Deus nos chama – às vezes de formas bem banais? Estamos atentos aos sinais que Ele semeia na nossa vida e através dos quais Ele nos diz, dia a dia, o que quer de nós?

    • A missão que Deus propõe está, frequentemente, associada a dificuldades, a sofrimentos, a conflitos, a confrontos… Por isso, é um caminho de cruz que, às vezes, procuramos evitar. Será que eu consigo vencer o comodismo e a preguiça que me impedem de concretizar a missão?

    • É preciso ter consciência, também, que as minhas limitações e indignidades muito humanas não podem servir de desculpa para realizar a missão que Deus quer confiar-me: se Ele me pede um serviço, dar-me-á a força para superar os meus limites e para cumprir o que Ele me pede.

    • Isaías aceita o envio, ainda antes de saber, em concreto, qual é a missão. É o exemplo de quem arrisca tudo e se dispõe, de forma absoluta, para o serviço de Deus. No entanto, é difícil arriscar tudo, sem cálculos nem garantias: é o pôr em causa os nossos projectos e esquemas para confiar apenas em Deus, de forma que Ele possa fazer de nós o que quiser. Qual a minha atitude em relação a isto?

    SALMO RESPONSORIAL – Salmo 137 (138)

    Refrão: Na presença dos Anjos,
    eu Vos louvarei, Senhor.

    De todo o coração, Senhor, eu Vos dou graças,
    porque ouvistes as palavras da minha boca.
    Na presença dos Anjos Vos hei-de cantar
    e Vos adorarei, voltado para o vosso templo santo.

    Hei-de louvar o vosso nome pela vossa bondade e fidelidade,
    porque exaltastes acima de tudo o vosso nome e a vossa promessa.
    Quando Vos invoquei, me respondestes,
    aumentastes a fortaleza da minha alma.

    Todos os reis da terra Vos hão-de louvar, Senhor,
    quando ouvirem as palavras da vossa b
    oca.
    Celebrarão os caminhos do Senhor,
    porque é grande a glória do Senhor.

    A vossa mão direita me salvará,
    o Senhor completará o que em meu auxílio começou.
    Senhor, a vossa bondade é eterna,
    não abandoneis a obra das vossas mãos.

    LEITURA II – 1 Cor 15,1-11

    Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios

    Recordo-vos, irmãos, o Evangelho
    que vos anunciei e que recebestes,
    no qual permaneceis e pelo qual sereis salvos,
    se o conservais como eu vo-lo anunciei;
    aliás teríeis abraçado a fé em vão.
    Transmiti-vos em primeiro lugar o que eu mesmo recebi:
    Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras;
    foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras,
    e apareceu a Pedro e depois aos Doze.
    Em seguida apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez,
    dos quais a maior parte ainda vive,
    enquanto alguns já faleceram.
    Posteriormente apareceu a Tiago e depois a todos os Apóstolos.
    Em último lugar, apareceu-me também a mim,
    como o abortivo.
    Porque eu sou o menor dos Apóstolos
    e não sou digno de ser chamado Apóstolo,
    por ter perseguido a Igreja de Deus.
    Mas pela graça de Deus sou aquilo que sou
    e a graça que Ele me deu não foi inútil.
    Pelo contrário, tenho trabalhado mais que todos eles,
    não eu, mas a graça de Deus, que está comigo.
    Por conseguinte, tanto eu como eles,
    é assim que pregamos;
    e foi assim que vós acreditastes.

    AMBIENTE

    A chegada do cristianismo ao mundo grego provocou um choque de mentalidades e de perspectivas culturais. Isso ficou bem evidente na dificuldade dos coríntios em aceitar a ressurreição dos mortos.
    A ressurreição dos mortos era relativamente bem aceite no judaísmo, habituado a ver o homem na sua unidade; mas constituía um problema sério para a mentalidade grega. Porquê? Porque a cultura grega, fortemente influenciada por filosofias dualistas (como a filosofia de Platão, por esta altura na moda) que viam no corpo uma realidade negativa e na alma uma realidade ideal e nobre, recusava-se a aceitar a ressurreição do homem integral. Como poderia o corpo – essa realidade material, carnal, sensual, que aprisionava a alma e a impedia de subir ao mundo ideal, na opinião dos filósofos gregos – seguir a alma?
    É a esta questão posta pelos Coríntios que Paulo vai responder neste texto.

    MENSAGEM

    A argumentação de Paulo é simples e contundente: nós, cristãos, ressuscitaremos um dia, porque Cristo já ressuscitou.
    O texto começa com a evocação de uma fórmula da catequese primitiva sobre esta questão. Paulo não está a inventar: está a transmitir com absoluta fidelidade a catequese que recebeu.
    A fórmula paulina, que é ao mesmo tempo reflexo e modelo da primitiva pregação cristã acerca da ressurreição, estrutura-se em três tempos: afirmação do facto (morte/ressurreição), testemunho da Sagrada Escritura, comprovação experimental do mesmo (sepultura/aparições). A comprovação do facto resulta dos outros dois elementos.
    No que diz respeito ao testemunho das escrituras, Paulo não cita directamente nenhum texto da Sagrada Escritura em favor da sua tese; mas podemos pensar que Paulo está a referir-se a Is 53,8-12 (o quarto poema do Servo de Jahwéh) e a Os 6,2. No que diz respeito às testemunhas da ressurreição de Jesus, Paulo cita seis manifestações de Jesus ressuscitado: a Pedro, aos Doze, a mais de quinhentos irmãos, a Tiago, aos outros apóstolos e, finalmente, ao próprio Paulo.
    Notemos que os apóstolos (Paulo incluído) não testemunharam o momento da ressurreição, mas a experiência de um Jesus que continuou vivo depois da morte. O ressuscitado fez-se presente na vida destes homens e, como tal, converteu-se em objecto de pregação e de fé. Portanto, ao falar da ressurreição de Jesus, não estamos a falar de um “facto histórico”, entendendo por “facto histórico” aquele de que qualquer pessoa pode relatar os pormenores. A ressurreição de Cristo é um facto real, mas ao mesmo tempo sobrenatural e meta-histórico, algo que ultrapassa completamente as categorias humanas de espaço e de tempo, a fim de entrar na órbita da fé. É algo que a ciência histórica não pode demonstrar, porque corresponde a uma experiência de fé. O que, historicamente, podemos comprovar, é a incrível transformação dos discípulos que, de homens cheios de medo, de frustração e de cobardia, se converteram em arautos destemidos de Jesus, vivo e ressuscitado.
    Além do mais, a ressurreição é um facto que ocorreu, mas que continua a ocorrer; continua a ter a eficácia primitiva, continua a ser capaz de converter em homens novos, a quantos aceitam Jesus pela fé. A comunidade cristã é convidada a fazer esta descoberta, a partir das Escrituras, do Espírito e da própria vida nova que continuamente vai nascendo nos cristãos.

    ACTUALIZAÇÃO

    Na reflexão deste texto, considerar as seguintes questões:

    • Será um dado adquirido, para qualquer cristão, a ressurreição de Jesus. No entanto, essa ressurreição é, para nós, uma verdade abstracta que afirmamos no credo, ou algo vivo e dinâmico, que todos os dias continua a acontecer na nossa vida e na nossa história, gerando vida nova, libertação, amor, numa contínua manifestação de Primavera para nós e para o mundo?

    • A ressurreição de Cristo garante-nos que não há morte para quem aceita fazer da sua vida uma luta pela justiça, pela verdade, pelo projecto de Deus. Temos consciência disso? A certeza da ressurreição encoraja-nos a lutar, sem a paralisia que vem do medo, por um mundo mais justo, mais fraterno, mais humano?

    ALELUIA – Mt 4,19

    Aleluia. Aleluia.

    Vinde comigo, diz o Senhor,
    e farei de vós pescadores de homens.

    EVANGELHO – Lc 5,1-11

    Evangelho de Nosso senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

    Naquele tempo,
    estava a multidão aglomerada em volta de Jesus,
    para ouvir a palavra de Deus.
    Ele encontrava-Se na margem do lago de Genesaré
    e viu dois barcos estacionados no lago.
    Os pescadores tinham deixado os barcos
    e estavam a lavar as redes.
    Jesus subiu para um barco, que era de Simão,
    e pediu-lhe que se afastasse um pouco da terra.
    Depois sentou-Se
    e do barco pôs-Se a ensinar a multidão.
    Quando acabou de falar, disse a Simão:
    «Faz-te ao largo
    e lançai as redes para a pesca».
    Respondeu-Lhe Simão:
    «Mestre, andámos na faina toda a noite
    e não apanhámos nada.
    Mas, já que o dizes, lançarei as redes».
    Eles assim fizeram
    e apanharam tão grande quantidade de peixes
    que as redes começavam a romper-se.
    Fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco
    para os virem ajudar;
    eles vieram e encheram ambos os barcos
    de tal modo que quase se afundavam.
    Ao ver o sucedido,
    Simão Pedro lançou-se aos pés de Jesus e disse-Lhe:
    «Senhor, afasta-Te de mim, que sou um homem pecador».
    Na verdade, o temor tinha-se apoderado dele
    e de todos os seus companheiros,
    por causa da pesca realizada.
    Isto mesmo sucedeu a Tiago e a João, filhos de Zebedeu,
    que eram companheiros de Simão.
    Jesus disse a Simão:
    «Não temas.
    Daqui em diante serás pescador de homens».
    Tendo conduzido os barcos para terra,
    eles deixaram tudo e seguiram Jesus.

    AMBIENTE

    Estamos na Galileia, no início do ministério de Jesus. Há algum tempo, Ele apresentou o seu programa na sinagoga de Nazaré como anúncio da Boa Nova aos pobres e proposição da libertação para os prisioneiros… Agora, começam a notar-se os primeiros resultados da actividade de Jesus: à sua volta começa a formar-se o grupo dos que foram sensíveis a essa proposta de salvação e seguiram Jesus.

    MENSAGEM

    O texto que nos é proposto como Evangelho é uma catequese que procura apresentar as coordenadas fundamentais da identidade cristã: o que é ser cristão? Como se segue Jesus? O que é que implica seguir Jesus?
    Ser cristão é, em primeiro lugar, estar com Jesus “no mesmo barco” (vers. 3). É desse barco (a comunidade cristã), que a Palavra de Jesus se dirige ao mundo, propondo a todos a libertação (“pôs-Se a ensinar, da barca, a multidão”).
    Ser cristão é, em segundo lugar, escutar a proposta de Jesus, fazer o que Ele diz, cumprir as suas indicações, lançar as redes ao mar (vers. 4-5). Às vezes, as propostas de Jesus podem parecer ilógicas, incoerentes, ridículas (e quantas vezes o parecem, face aos esquemas e valores do mundo…); mas é preciso confiar incondicionalmente, entregar-se nas mãos d’Ele e cumprir à risca as suas indicações (“porque Tu o dizes, lançarei as redes” – vers. 5).
    Ser cristão é, em terceiro lugar, reconhecer Jesus como “o Senhor” (vers. 8): é o que faz Pedro, ao perceber como a proposta de Jesus gera vida e fecundidade para todos. O título “Senhor” (em grego, “kyrios”) é o título que a comunidade cristã primitiva dá a Jesus ressuscitado, reconhecendo n’Ele o “Senhor” que preside ao mundo e à história.
    Ser cristão é, em quarto lugar, aceitar a missão que Jesus propõe: ser pescador de homens (vers. 10). Para entendermos o verdadeiro significado da expressão, temos de recordar o que significava o “mar” no ideário judaico: era o lugar dos monstros, onde residiam os espíritos e as forças demoníacas que procuravam roubar a vida e a felicidade do homem. Dizer que os seus discípulos vão ser “pescadores de homens” significa que a missão do cristão é continuar a obra libertadora de Jesus em favor do homem, procurando libertar o homem de tudo aquilo que lhe rouba a vida e a felicidade. Trata-se de salvar o homem de morrer afogado no mar da opressão, do egoísmo, do sofrimento, do medo – as forças demoníacas que impedem a felicidade do homem.
    Ser cristão é, finalmente, deixar tudo e seguir Jesus (vers. 11). Esta alusão ao desprendimento do discípulo é típica de Lucas (cf. Lc 5,28;12,33;18,22): Lucas expressa, desta forma, que a generosidade e o dom total devem ser sinais distintivos das comunidades e dos crentes que seguem Jesus.
    Uma palavra, ainda, para o papel proeminente que Pedro aqui desempenha: a comunidade lucana é uma comunidade estruturada, que reconhece em Pedro o “porta-voz” de todos e o principal animador dessa comunidade de Jesus que navega nos mares da história.

    ACTUALIZAÇÃO

    Considerar os seguintes dados:

    • A reflexão deste texto deve pôr em paralelo o “caminho cristão”, tal como Lucas o descreve aqui, com esse caminho – às vezes não tão cristão como isso – que vamos percorrendo todos os dias. Considerar as seguintes questões:

    • O nosso caminho é feito no barco de Jesus, ou, às vezes, embarcamos noutros projectos onde Jesus não está e fazemos deles o objectivo da nossa vida? Por outro lado, deixamos que Jesus viaje connosco ou, às vezes, obrigamo-l’O a desembarcar e continuamos viagem sem Ele?

    • Ao longo da viagem, somos sensíveis às palavras e propostas de Jesus? As suas indicações são para nós sinais obrigatórios a seguir, ou fazem mais sentido para nós os valores e a lógica do mundo?

    • Reconhecemos, de facto, que Jesus é o “Senhor” que preside à nossa história e à nossa vida? Ele é o centro à volta do qual constituímos a nossa existência, ou deixamos que outros “senhores” nos manipulem e dominem?

    • Chamados a ser “pescadores de homens”, temos por missão combater o mal, a injustiça, o egoísmo, a miséria, tudo o que impede os homens nossos irmãos de viver com dignidade e de ser felizes. É essa a nossa luta? Sentimos que continuamos, dessa forma, o projecto libertador de Jesus?

    • A nossa entrega é total, ou parcial e calculada? Deixamos tudo na praia para seguir Jesus, porque o seu projecto se tornou a prioridade da nossa vida?

    ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS PARA O 5º DOMINGO DO TEMPO COMUM
    (adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)

    1. A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.
    Ao longo dos dias da semana anterior ao 5º Domingo do Tempo Comum, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.

    2. DA PALAVRA À EUCARISTIA.
    As palavras do nosso Sanctus vêm da primeira leitura deste domingo. Se o Sanctus programado para este dia tiver um refrão, este último poderá ser utilizado como antífona do salmo responsorial. Será um modo simples de valorizar a ligação entre as duas mesas, a mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia.

    3. ORAÇÃO NA LECTIO DIVINA.
    Na meditação da Palavra de Deus (lectio divina), pode-se prolongar o acolhimento das leituras com a oração.

    No final da primeira leitura:
    “Deus Altíssimo, Rei e Senhor do universo, juntamo-nos à imensa multidão celeste das tuas criaturas espirituais para Te aclamar: Santo, Santo, Santo, Senhor Deus do universo. Toda a terra está cheia da tua glória!
    Pai, que desejas tanto estar próximo de nós e de Te fazer conhecer, nós Te pedimos: envia os teus mensageiros, que o teu Nome seja santificado em toda a terra.”

    N
    o final da segunda leitura:
    “Pai, nos Te damos graças pela Boa Nova de Jesus ressuscitado, Ele que foi manifestado aos Apóstolos e revelado a todos aqueles que Te procuram com fé. Bendito sejas pelo testemunho apostólico transmitido de geração em geração.
    Jesus, Filho do Deus vivo, salva-nos pela tua ressurreição, acolhe todos os nossos irmãos e irmãs defuntos na tua comunhão, na luz da tua Páscoa eterna”.

    No final do Evangelho:
    “Jesus, Mestre e Senhor, bendito sejas pelos apelos que nos diriges em cada dia, convidando-nos a seguir-Te.
    Mestre, nós Te confiamos os nossos desencorajamentos, porque também nós sofremos para avançar ao largo, no teu caminho. Mas na tua Palavra e com o sopro do Espírito, retomaremos o caminho”.

    4. BILHETE DE EVANGELHO.
    Estes pescadores tinham, sem dúvida, ouvido falar de Jesus. O seu ensinamento parecia ter autoridade, mas não era um homem do Lago. Não era Ele que ia dar lições a estes três pescadores experimentados. Então, que se passou? Ele devia inspirar confiança, para que Simão lhe emprestasse a sua barca, fazendo dela lugar de pregação e, mais ainda, para que este mesmo Simão obedecesse à sua ordem, uma ordem insensata: lançar novamente as redes, quando a pesca tinha sido infrutífera toda a noite. Diante da prodigalidade da pesca, Simão lança-se aos pés daquele que reconhece como mestre, enquanto ele mesmo se reconhece como homem pecador. Jesus faz um segundo sinal, um segundo milagre: vai fazer de Pedro um outro homem. De pescador de peixes torna-se pescador de homens, torna-se um homem cheio de confiança. Deixando tudo, como Tiago e João, segue Jesus!

    5. À ESCUTA DA PALAVRA.
    Pedro era um pescador profissional. Conhecia o seu ofício. Aquele dia era um dia “não”, um dia de pesca infrutífera. E chega Jesus, carpinteiro, a dizer-lhe o que fazer, para lançar as redes. A primeira atitude de Simão é, naturalmente, de hesitação. Apesar de tudo, manifesta uma atitude de confiança, ao lançar as redes. A palavra e a personalidade de Jesus inspiraram-lhe alguma confiança. Segundo Lucas, Pedro já tinha tido ocasião para experimentar a presença de Jesus junto da sua sogra, doente com febre. A pesca é verdadeiramente milagrosa. Humanamente, não seria possível! Pedro e os companheiros admitem que este jovem rabino tem poderes sobre-humanos. Pelo menos, é um profeta, um enviado de Deus. Mas para Pedro ficam interrogações: a presença de Deus não acontece no Templo, em Jerusalém, onde são necessários ritos de purificação para se aproximar d’Ele? Daí o grito de Pedro: “afasta-Te de mim, que sou um homem pecador!” Em Jesus, Deus sai do Templo, de todos os templos. Vem caminhar na estrada dos homens. Vem ao encontro dos homens, os mais pequenos, os pescadores e pecadores, independentemente de qualquer purificação. Será isso o mundo ao contrário? Certamente! Jesus vem colocar o mundo face a Deus, numa relação de amor que suprime todas as barreiras e que suscita infinita confiança. Isso continua a ser verdade hoje!

    6. ORAÇÃO EUCARÍSTICA.
    Pode-se escolher a Oração Eucarística I, que recorda o nome dos apóstolos de que fala o Evangelho e na Carta de Paulo. As palavras “na presença da tua glória sobre o teu altar celeste” evocam, de certo modo, o clima da primeira leitura.

    7. PALAVRA PARA O CAMINHO…
    As últimas palavras do sacerdote na missa são palavras de paz: “Ide em paz e o Senhor vos acompanhe!” Eis-nos enviados entre os homens, nossos irmãos, como Isaías, como Simão, como Paulo… E, como eles, não nos sentimos dignos de cumprir a missão que Deus nos confia em cada Eucaristia. Mas, como a Isaías, a Simão, a Paulo, uma palavra forte é dita a cada um de nós: “Não tenhas medo…” Partamos, como Paulo… com a certeza de que não sou eu que trabalho sozinho, “é a graça de Deus, que está comigo!”

     

    https://www.youtube.com/watch?v=2GsZWJn8Dos

     

    UNIDOS PELA PALAVRA DE DEUS
    PROPOSTA PARA
    ESCUTAR, PARTILHAR, VIVER E ANUNCIAR A PALAVRA NAS COMUNIDADES DEHONIANAS
    Grupo Dinamizador:
    P. Joaquim Garrido, P. Manuel Barbosa, P. José Ornelas Carvalho
    Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)
    Rua Cidade de Tete, 10 – 1800-129 LISBOA – Portugal
    Tel. 218540900 – Fax: 218540909
    portugal@dehonianos.org – www.dehonianos.org

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