«Memórias que Contam»: Da Itália a Portugal, padre Segio Filippi deixou marca de serviço e resiliência

Provincial dos Dehonianos em Portugal fala de momento difícil, com o falecimento de um religioso com Covid-19, numa comunidade pequena

Lisboa, 17 fev 2021 (Ecclesia) – O provincial dos Dehonianos em Portugal evoca hoje o padre Sergio Filippi, religioso que faleceu em janeiro aos 86 anos de idade, na sequência de complicações da Covid-19, falando numa vida “doada, de serviço”, muitas vezes no silêncio.

“Era, de facto, alguém que vivia a sua consagração”, refere o padre José Agostinho Sousa, primeiro convidado das ‘Memórias que Contam’, ciclo de conversas promovidas pela Agência ECCLESIA na Quaresma.

O religioso recorda “um homem sóbrio, que vivia uma vida pobre, modesta, alérgico ao desperdício”, destacando a sua “confiança na Providência de Deus”, à imagem dos vários membros da província italiana que iniciaram a presença dos Dehonianos em Portugal, no século XX.

Das “memórias” que o padre Sergio Filippi escreveu, o provincial dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos) sublinha como “traço” fundamental “esta confiança na Providência, esta gratidão imensa àqueles que ajudam” a missão da Igreja Católica.

O padre José Agostinho lembra um confrade que viveu os últimos anos da sua vida entre dois amores, a Casa Provincial, em Lisboa, e a Igreja do Loreto, na Baixa da cidade, onde desenvolveu investigações históricas.

“Era um homem extraordinário, de cultura” e que incentivava as pessoas a acompanhar a realidade eclesial, recorda.

O provincial português sublinha ainda a ligação ao fundador dos Sacerdotes do Coração de Jesus, o padre Dehon, “nessa capacidade de sofrimento, de resiliência, de superar as dificuldades”.

“Isso é a vida do padre Sérgio”, indica.

O sacerdote italiano integrava a Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos) e residia na Casa Provincial, onde faleceu poucos dias após completar o seu 86.º aniversário.

“Passamos aqui dias difíceis, porque somos seis na comunidade e três estavam infetados, os outros tinham obrigação de estar isolados”, admite o padre José Agostinho Sousa.

Para o religioso, nessa “fragilidade”, surgiu a força da fé, assinalando em particular a “tranquilidade” da conversa com o padre Sergio Filippi, na véspera da sua morte, própria de quem se sentia “nas mãos de Deus”.

“Uma das coisas que fica da perda é este acreditar que a vida tem sentido como peregrinar, como passagem”, conclui.

As ‘Memórias que Contam’ são a nova proposta das conversas online que a Agência ECCLESIA tem vindo a promover, desde o primeiro confinamento, e vão estender-se ao longo da Quaresma, para evocar pessoas ligadas à Igreja Católica que faleceram por causa da Covid-19.

OC / Agência ECCLESIA

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