Não há frio nem chuva que nos parem!…

Por volta das dez horas da manhã, sob ameaças constantes de chuva e ventos, saímos em direcção a Viseu, a primeira paragem deste passeio em vésperas de Carnaval e de Quaresma. Nesta cidade, podemos visitar a área envolvente da Sé, com o seu ar solene e vetusto, imponente e intemporal.

De seguida, partimos para Gouveia, atravessando montes e vales, campos e plantações. Tocámos de perto o Portugal do interior, que se vai desertificando gradualmente e que é deixado cada vez mais entregue a si próprio. Em Gouveia, optámos por uma forma de conhecimento da terra, que não visava o percorrer as suas ruas, mas o degustar os seus sabores e paladares. Diga-se que todos ficamos a gostar bastante de Gouveia, mesmo estando frio, chuva, vento…

Seguimos para Ciudad Rodrigo, onde tivemos uma grande surpresa, ou melhor, duas. A primeira prende-se com o tempo. O cinzentismo português deu lugar à luminosidade espanhola. Até parecia que S. Pedro devia andar de bem com os do lado de lá, enquanto connosco não parece andar de bom humor: será este um efeito colateral da crise? A segunda surpresa é que ainda pudemos observar a festa e os desfiles carnavalescos que por lá havia, com muitos mascarados, carros alegóricos, música… É claro que aquilo, mais cedo ou mais tarde, ia meter largadas de touros, mas nós temos juízo e não estávamos para brincadeiras. A idade provecta de alguns confrades aconselhava a abalar dali para fora. Além disso, estava muito vento e sobretudo um frio tal, que nos dava uma vontade irresistível de regressar a Portugal. E foi o que fizemos, atravessando o país em direcção à nossa casa, o Seminário Missionário Padre Dehon…

 

José Domingos, scj

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