Notas da Conferência Geral – 4

Nestes dias de Conferência Geral o sol tem demorado a aquecer a imensa floresta que rodeia esta linda cidade de Neustadt. Hoje não foi diferente, uma ligeira brisa e o sol teimoso em aparecer, convidaram, logo pela manhã, a tirarmos das nossas malas roupas um pouco mais quentes. Para a altura do ano não é normal este clima, mas também aqui se sente algumas mudanças climatéricas, explicou o Pe. Heiner Wilmer, Superior Provincial da Alemanha.

Depois de uma breve oração da manhã, fomos convidados a “entrar” em realidades concretas onde este tema “Educare” se vive de forma muito particular e onde cada Dehoniano procura expressar de forma original a herança do Padre Dehon: “estar onde é necessário”.
Trabalhámos por grupos linguísticos: os que entendiam italiano, francês, inglês e polaco. E em momentos diferentes cada grupo durante meia hora pôde constatar diferentes modos de “educare”, viajando pela Ásia, África, Europa e América.

Da Europa veio um exemplo da Moldávia, apresentado pelos padres Zdzislaw Smiertka e Piotr Kuszman. Lá trabalham outros Dehonianos polacos. Pelas circunstâncias politicas e religiosas, quer pelas guerras vividas muito recentemente, querpelo facto de os cristãos serem em número muito reduzido, os Dehonianos procuram orientar a sua pastoral numa vertente social no acolhimento de crianças abandonadas ou órfãos, desenvolvimento de dons artísticos do jovens, e formação nas capacidades técnicas em marcenaria, serralharia, mecânica e agricultura. Recentemente abriram um centro de saúde com o objectivo de socorrer as classes mais vulneráveis: crianças e idosos.
Da Ásia veio o Pe. Arthur Palamine Guevara, das Filipinas, que nos apresentou a origem e objectivos de uma ONG (Organização Não Governamental) Dehoniana, a “Kasanag Daughters Foundation” que se dedica ao acompanhamento e inserção de jovens vítimas de abusos sexuais. Junto da Justiça denunciam e alertam para os casos existentes. Com eles trabalham um vasto grupo de voluntários, psicólogos e advogados. A escola por eles criada é também espaço de terapia, de formaçãointelectual e de preparação para uma inserção destas jovens na sociedade. Aqui, disse o Pe. Guevara, não se olha nem à religião, nem à classe a que a pessoa pertence, mas sim a pessoa enquanto tal, ao jeito do Padre Dehon.

Depois continuámos a viagem à América Latina, mais propriamente à Argentina. O Pe.Juan Domingos Griffone, falou-nos da Missão Jovem Dehoniana, como nasceu e como ainda hoje continua actual. Fez o jogo da teia, preparado e sugerido pelos jovens argentinos, demostrando a importância da unidade para sustentar grandes responsabilidades.

Por último, viajámos até ao coração da África, no Congo. O Pe. Zénon Sendeke Mouzho falou-nos de algumas iniciativas junto dos jovens das grandes cidades: formação, promoção da leitura, informática, cursos de espiritualidade e trabalho junto dos meninos da rua. Iniciativas que envolvem a grande maioria das comunidades Dehonianas presentes naquele país.

Depois do almoço, e divididos por grupos fomos convidados a individualizar as urgências, as estratégias e as atitudes do dehoniano educador em três espaços privilegiados: mass-media, escola/universidade e paróquia.

Por ser o “Dia da Africa” na orientação dos nossos diversos momentos de oração, coube ao Pe. Zénon Sendeke Mouzho presidir à Eucaristia. Na homilia, o Pe. Mário Cuomo, de Madagáscar, relembrou a centralidade da nossa espiritualidade do Coração de Jesus, que não só devemos viver, mas também testemunhar, vivendo com o Coração e para o Coração.

Amândio Rocha, scj

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