O hábito tornou-se tradição: não há Capítulo da Província Espanhola SCJ para que não seja convidado alguém da congénere Portuguesa, o mesmo valendo o contrário. A coincidência da realização deste Capítulo com a Visita Canónica do Superior Provincial a Angola fez com que me coubesse representar a nossa Província nesta reunião magna da Província Espanhola. Tudo tem corrido na sã convivência e comunhão que caracterizam as relações das nossas Províncias.
O Capítulo começou como começam todos os Capítulos: celebração da Eucaristia de abertura, invocação do Espírito Santo, abertura oficial com a Mesa a ser constituída pelo Superior Provincial, o Secretário Provincial, o Presidente do Comité de preparação e pelos representantes da Cúria Geral, Pe Claudio Dalla Zuana e pelo representante da Província Portuguesa, Pe José Agostinho. Depois foi o habitual: confirmação das presenças, apresentação dos instrumentos de trabalho elaborados pelo Comité ao longo da preparação, apresentação do regulamento do Capítulo, escolha de Secretários, Moderadores, Escrutinadores e outros ofícios, constituição da Mesa da Presidência, início dos trabalhos…
Eram quatro as grandes temáticas que serviriam de base aos trabalhos capitulares: preparação do Capítulo Geral, criação (ou não) de uma Residência/Enfermaria para os Idosos/Doentes, Itinerário Formativo e actualização do Directório Provincial. Os trabalhos correm a bom ritmo, revelando um longo e intenso trabalho de preparação. Não foi muito difícil chegar a uma resposta consensual ao questionário de preparação do Capítulo Geral. Foi longa a discussão acerca da possibilidade de se criar uma Residência/Enfermaria, tendo o Capítulo optado por não a criar, pelo menos por agora. O Itinerário Formativo levou a uma discussão longa e séria sobre a realidade actual das casas de formação e da pastoral juvenil/vocacional. Ficaram em aberto diversas possibilidades, nomeadamente no que à etapa do Postulantado diz respeito, tendo-se optado pela convocação em tempo oportuno duma Conferência Provincial sobre o tema. A actualização do Directório Provincial ocupa ainda os capitulares, com a morosidade própria dum processo do género: põe palavra, muda expressão, tira vírgula, assim se vai votando, artigo a artigo, como é habitual na aprovação deste tipo de documentos.
Claro que vida de capitular não é só trabalho e mais trabalho. É preciso descomprimir. Estar em Salamanca e não ir à Plaza Mayor seria quase tão triste como ir a Roma e não ver o Papa. Assim, os tempos livres, que não são muitos, lá vão dando para umas escapadelas até à “sala de visitas” desta bela cidade.
Havendo outra comunidade dehoniana tão perto de Salamanca, era natural que se reservasse um dia para ir até aí. E assim foi. Fomos até Alba de Tormes, jantámos por lá – um banquete digno dos Duques de Alba – servido nas renovadas instalações da antiga igreja, e no fim tivemos visita guiada e prolongada ao Museu Padre Belda, oficialmente inaugurado no passado dia 27 de Junho. Apreciámos com muito interesse o impressionante espólio reunido pelo Padre Belda, que nos faz percorrer os caminhos da Humanidade, sobretudo nos seus alvores.
Assim vai o XII Capítulo da Província Espanhola. Hoje, por se celebrar Santa Isabel de Portugal, houve especial deferência com o representante da Província Portuguesa, que logo pela manhã presidiu à Eucaristia, a hablar castellano e a falar português. Ao almoço também não ficou esquecido um brinde especial com um sempre apreciado vinho do Porto. Para que continue e se fortaleça o espírito de comunhão que une as duas Províncias.
| José Agostinho F. Sousa, scj |