Pe. Jacinto Farias presta Provas de Agregação

O Pe. José Jacinto Ferreira de Farias, Professor de Teologia, prestará Provas Públicas de Agregação na Universidade Católica Portuguesa nos próximos dias 7 e 8 de Fevereiro. Estas Provas representam uma das etapas do seu percurso académico como Professor. No dia 7 as provas começam às 16h00 e no dia 8, às 9h00. Decorrerão na Sala da Expansão Missionária, no Edifício da Biblioteca. No dia 8, o Pe. Jacinto apresentará uma lição que tem por título Da incerteza à esperança – Uma releitura teológica do motivo da Incarnação. Esta lição, juntamente com a análise do currículo académico do Pe. Jacinto, são avaliados pelo júri nomeado para as Provas que depois dará o seu veredicto.
As Provas são abertas ao público, pelo que se convida os interessados a participarem neste acto académico.
Faço votos para que o Pe. Jacinto Farias obtenho bom êxito nestas Provas.
 
Zeferino Policarpo, scj
 
 
Curriculum
 
José Jacinto Ferreira de Farias nasceu a 6 de Maio de 1950 na freguesia de Ginetes, concelho de Ponta Delgada, em S. Miguel (Açores). É membro da Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos), tendo sido ordenado sacerdote no Santuário de Fátima, a 4 de Junho de 1978. Fez os seus estudos superiores no ISET, em Lisboa, de 1970-1972 e na Faculdade de Teologia da UCP de 1974-1982. Fez o Doutoramento em Teologia na Universidade Gregoriana em 1989, com a tese: O Espírito e a História (Roma 1989). Concluiu a Licenciatura em Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 1996. É professor associado na Faculdade de teologia da UCP, na área da teologia dogmática (sistemática), nos cursos de Mistério de Deus, Soteriologia e Sacramentos. De entre as suas publicações, destaca especialmente: A Força que nos vem de Deus (Lisboa: FAIS 2009); Um Fogo que arde, mas não queima. Um ensaio teológico sobre a Mensagem de Fátima, como contributo para a entender e viver em Portugal (Lisboa: Paulinas 2010); A Unção dos Doentes(Lisboa: UCE 2011);  Antropologia e Graça (Lisboa: UCE 2011);  A Força que nos vem de Deus 2 (Lisboa: FAIS 2012).
 
 
 
Síntese da lição
 
A experiência cristã está marcada pela imprevisibilidade e pelo risco. Isto foi especialmente sentido na Idade Média mais tardia, durante a qual a imagem de Deus subjacente à experiência religiosa continha em si os contornos do imprevisível e do inseguro, pois ao crente ninguém podia dar a certeza de estar salvo, sempre exposto àgratuidade da graça. O que foi sentido pela teologia na Idade Média corresponde ao núcleo essencial do querigma cristão e vale, por conseguinte, também para hoje. O querigma proclama que a salvação é oferecida a todos os homens, pois Deus quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade (cf. Tim 2,3). Tendo como referência, entre outras, as figuras bíblicas da arca de Noé e da barca de Pedro, a teologia patrística via a Igreja como espaço seguro de salvação. Deve-se a S. Cipriano de Cartago o célebre axioma “salus extra eclesiam non est” e o Concílio Vaticano II proclama que a Igreja é sinal eficaz e lugar seguro onde a salvação pode encontrar-se (LG 8). No entanto, a Igreja não garante a ninguém a salvação, pois esta é um dom de Deus e não uma certeza adquirida. Ninguém pode ter a certeza de um desfecho positivo da própria existência. Vivemos na esperança, não na certeza da salvação. A soteriologiaestá marcada por esta incerteza e radical insegurança. Mais do que estar certo da salvação, o cristão deve humildemente invocar a graça de ser contado entre os eleitos. O presente estudo, um ensaio de soteriologia narrativa, pretende ser um contributo para dar razões da esperança. O movimento da incerteza à esperança evoca a trajectória da existência humana enquanto tal e também do risco abissal do amor, mesmo do humano e divino morrer de amor, onde o sentido da vida se decide.

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