Do Evangelho segundo S. João (15, 1-8)
Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos:
“Eu sou a verdadeira vide e meu Pai é o agricultor.
Ele corta todo o ramo que está em Mim e não dá fruto
e limpa todo aquele que dá fruto,
para que dê ainda mais fruto.
Vós já estais limpos, por causa da palavra que vos anunciei.
Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós.
Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo,
se não permanecer na videira,
assim também vós, se não permanecerdes em Mim.
Eu sou a videira, vós sois os ramos.
Se alguém permanece em Mim e Eu nele,
esse dá muito fruto,
porque sem Mim nada podeis fazer.
Se alguém não permanece em Mim,
será lançado fora, como o ramo, e secará.
Esses ramos, apanham-nos, lançam-nos ao fogo e eles ardem.
Se permanecerdes em Mim
e as minhas palavras permanecerem em vós,
pedireis o que quiserdes e ser-vos-á concedido.
A glória de meu Pai é que deis muito fruto.
Então vos tornareis meus discípulos”.
“Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós”. “Permanecer” é a palavra-chave do evangelho de hoje. Ao despedir-se, Jesus centra-se na sua relação com os Apóstolos, e na comunhão real e profunda com os que acreditam n’Ele. Enquanto o capítulo 14 de João se caracterizava pelo imperativo de “acreditar” em Jesus, o capítulo 15 insiste na exigência de permanecer n’Ele.
Jesus está para enfrentar a morte. Mas continua a ser, para os seus, fonte de vida e de santidade. Unidos a Ele podem dar muito fruto. Ao contrário de Israel, videira resistente e infecunda, Jesus é a videira verdadeira, que corresponde aos cuidados do Pai e produz frutos. Com esta imagem, Jesus quer explicar a união vital que oferece aos que n’Ele acreditam, os compromissos que essa união implica, e as expectativas de Deus sobre ela. Ao morrer e ressuscitar, Jesus torna-se o primogénito da nova humanidade, a cepa santa donde brota a seiva que dá vida às varas e que nelas produz frutos. Quem permanece unido a Jesus, vive e dá frutos.
Senhor, peço-Te por aqueles a quem chamas irmãos, para que entendam que é da união íntima Contigo que nascem os frutos que o Pai espera da sua vinha.
Pensamento do Padre Dehon
A alma cristã está enxertada em Jesus Cristo… Esta perfeição faz dos seus atos outros tantos frutos divinos: frutos de humildade, de paz, de modéstia, de piedade, de pureza, de zelo, de silêncio, de recolhimento, de sacrifício, de morte a si mesmo; frutos de vida interior e de união constante. (ASC 457).