Reunião dos Superiores Maiores da Europa – Crónica do dia 6 de Março

Os participantes na Reunião dos Superiores Maiores SCJ da Europa, a decorrer em Albino, Bergamo, iniciaram o segundo dia de trabalhos com uma visita ao Centro João XXIII, onde escutaram uma conferência do Pe. Ezio Bolis sobre “A devoção (ao Coração de Jesus) no Beato João XXIII”. O “Papa Bom” respirou essa devoção na família e na paróquia, aprofundando-a sobretudo no seminário Romano. A sua devoção, alimentada pela Liturgia e pela Palavra de Deus, traduzia-se em intenso zelo pastoral, caraterizado pela bondade, pela cordialidade.

Da parte da tarde, o Pe. Fernando Fonseca falou sobre “Aspetos devocionais da espiritualidade do Coração de Cristo: João XXIII e Padre Dehon”. Como João XXIII, o Padre Dehon foi sensibilizado para a devoção ao Coração de Jesus na família, na paróquia e, depois, pelos seus mestres espirituais. Esta devoção marcou o seu caminho espiritual, a fundação da Congregação, as arrojadas iniciativas assumidas para a formação do clero e dos leigos, dos jovens e dos operários e em favor da justiça e da paz. Segundo o Fundador, a devoção ao Coração de Cristo é “a graça do presente e do futuro”. Ele próprio a viveu com as práticas da tradição espiritual que remonta a Santa Margarida Maria Alacoque, acrescentado outras mais em sintonia com as urgências da Igreja e da Sociedade do seu tempo. Uma espiritualidade renovada do Coração de Jesus pode contribuir, não só para a renovação espiritual da Europa, mas também para lhe dar o “coração” que parece ter perdido com a onda materialista em que mergulhou e com a ditadura da tecnologia e da alta finança que a dominam. Com a “espiritualidade do Coração de Jesus”, podemos dar à Europa a “espiritualidade” e o “coração” de que ela precisa para não falir como projeto.

As “práticas devocionais” do futuro, como muitas das atuais, deverão inspirar-se na Palavra de Deus e na Liturgia, as “genuínas fontes da espiritualidade cristã”, mas também numa tradição já plurissecular. Uma pastoral cordial e o exercício das obras de misericórdia podem ser expressões de devoção bem acolhidas hoje. O uso dos modernos meio de comunicação pode dar um bom apoio à sua divulgação e à sua prática.

Ao fim da tarde, os grupos de trabalho salientaram algumas das sugestões apresentadas sublinhando a importância da comunidade e de uma nova linguagem para a sua vivência.

O convívio da noite foi animado pelo Pe. Josué Torquati, SCJ, com uma sessão de ilusionismo.

Fernando Fonseca, scj

 

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