Do Evangelho segundo S. João (11, 45-56)
José de Arimateia, que era discípulo de Jesus,
embora oculto por medo dos judeus,
pediu licença a Pilatos para levar o corpo de Jesus.
Pilatos permitiu-lho.
José veio então tirar o corpo de Jesus.
Veio também Nicodemos,
aquele que, antes, tinha ido de noite ao encontro de Jesus.
Trazia uma mistura de quase cem libras de mirra e aloés.
Tomaram o corpo de Jesus
e envolveram-no em ligaduras juntamente com os perfumes,
como é costume sepultar entre os Judeus.
No local em que Jesus tinha sido crucificado,
havia um jardim e, no jardim, um sepulcro novo,
no qual ainda ninguém fora sepultado.
Foi aí que, por causa da Preparação dos Judeus,
porque o sepulcro ficava perto,
depositaram Jesus.
Numa antiga homilia de Sábado santo, lemos: “Um grande silêncio reina hoje sobre a terra; um grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o Rei dorme; a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque Deus adormeceu segundo a carne e despertou os que dormiam há séculos. Deus morreu segundo a carne e acordou a região dos mortos.
Entrou o Salvador onde eles estavam, levando em suas mãos a arma vitoriosa da cruz. Quando Adão, nosso primeiro pai, O viu, batendo no peito, cheio de admiração, exclamou para todos os demais: “O meu Senhor esteja com todos”. E Cristo respondeu a Adão: “E com o teu espírito”. E tomando-o pela mão, levantou-o dizendo: “Desperta, tu que dormes; levanta-te de entre os mortos e Cristo te iluminará”.
Eu sou o teu Deus que por ti Me fiz teu filho, por ti e por estes que nasceram de ti; agora digo e com todo o meu poder ordeno àqueles que estão na prisão: ‘Saí’; e aos que jazem nas trevas: ‘Vinde para a luz’; e aos que dormem: ‘Despertai’.
Meu Senhor, Jesus Cristo, que junto à cruz e ao sepulcro quiseste ser acompanhado pela tua Mãe dolorosa, faz-nos também participar na tua paixão por meio dos sofrimentos da vida.
Pensamento do Padre Dehon
A recordação da Paixão e da morte de Cristo será a nossa força. “À recordação da cruz, dizia Orígenes, a concupiscência e a paixão apagam-se, toda a potência da carne e do pecado é quebrada”. (ASC 269).