Seminaristas na montanha

▬ “Os Céus e a Terra cantam a glória de Deus”; isto se lê no marco que assinala o cume do pico mais alto da Madeira, e no título da actividade que o grupo do Secundário lá realizou este fim-de-semana.
A “aventura” começou no Sábado de manhã, pelas 8.30h, no cimo da célebre Encumeada. (Começou no Sábado porque, agora, às Sextas-feiras, há o tradicional concurso anual que, desta feita, se inspira no Ano Internacional da Astronomia e se chama Astronomix. Mas isso é outra história!)
Da Encumeada partimos a pé para o Pico Ruivo. Fizemos 16 quilómetros de caminhada: primeiro a subir, dos 1000 aos 1700 metros de altitude; depois a descer, até aos 1500, e de novo a subir até aos 1860.
Por nós foram passando bocados da floresta Laurissilva mais pura e mais antiga da Ilha. Quando as nuvens, que estavam ali mesmo ao alcance dos nossos dedos, permitiram, vimos passar, também, as mais belas paisagens do Maciço Montanhoso Central da Ilha. Vimos muitas montanhas e vales belíssimos, como o Vale de S. Vicente, o Curral das Freiras, as terras de Santana, e muitos outros, que nem sabemos como se chamavam.
A passo lento, como exigia o manual das caminhadas, tivemos cinco horas de passeio para regalar os olhos, para pôs a conversa em dia e para ganhar calo e músculo para Santiago de Compostela.
Por fim, quando o Pico ruivo nos apareceu, de frente, ninguém deixou de sorrir: uns por satisfação, a maioria por alívio!
Chegámos à casa de abrigo, que a Direcção Regional das Florestas teve a amabilidade de nos ceder por uma noite, eram quase 2 horas da tarde. Depois de cumprimentar o senhor Manuel Barreto, o guarda da casa, entregámo-nos às tarefas de preparar o almoço, almoçar e descansar.
Espantada a preguiça retemperadas as forças, os seminaristas foram “expulsos” da casa de abrigo. Objectivo: fazer hora e meia de Deserto. A experiência correu bem até que, uma hora passada, o Prefeito anunciou que, no cimo do Pico, o nevoeiro começava a dissipar-se e se conseguia ver tudo, até ao mar. O “povo” acorreu ao cimo da montanha e desfrutou, então, dos únicos momentos de sol aberto que tivemos nessa tarde.
Ao Deserto seguiu-se a missa, à luz das lanternas.
Para a noitinha estava preparada uma caça às estrelas, no cume do Pico, e um momento de oração com elas. O tempo não deixou, nem mesmo com a oração fervorosa dos nossos seminaristas. Fez-se a oração em casa, sem estrelas. Trocou-se a caça pelas cartas da “bisca”!
No Domingo de manhã, frustradas, pelo mau tempo, as nossas intenções de ver o nascer do dia, saímos cedinho para a achada do Teixeira (mais 2,8 km) onde o Pe. Juan nos esperava com a carrinha. Regressámos ao Colégio Missionário ainda a tempo de tomar um banho e almoçar.
O resto do dia foi dedicado às actividades comemorativas do Ano Paulino, organizadas pelo Arciprestado do Funchal.
Passámos um fim-de-semana diferente, sem dúvida. Mais importante: avançou-se mais um bocadinho da caminhada que Cristo nos propôs quando disse “Vinde e vereis” (Jo 1, 35-39).

Frio?! Nãaa… Tínhamos todos uns quentinhos barretes de orelhas!

» Emanuel Vítor, scj
 

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