Depois de um ano de preparação, Eduardo e Maria, Catarina, Sandra, Serafina, Elmano, Paulo, Gil e Adérito… preparam-se para partir… Sim. A Cláudia Marques também estava no grupo para vir, mas a natureza fez com que ela possa ter uma criança lá para Novembro – Dezembro. Também a jovem advogada Anabela integrou este grupo para poder vir cá mais tarde alguns meses.
Então os do Porto arrancaram no avião pelas 21.00h do dia 30 de Julho. Adérito, Elmano e Gil embarcaram em Lisboa.
Alguns JD de Lisboa, alguns ALVD de Lisboa, assim como alguns estudantes e padres da comunidade de Alfragide fizeram questão de ir até ao aeroporto dar um abraço.
O Provincial não deixou de marcar presença com o seu apoio, passando por Alfragide. O Superior da comunidade de Alfragide também telefonou.
Com dificuldade, despachamos a bagagem com quilos a mais devido a algum material didáctico que transportávamos, não sem antes perceber um olhar quase aborrecido da hospedeira.
Ainda nos cruzámos com o Padre Luzia, antigo secretário do famoso bispo de Nampula D. Manuel Vieira Pinto. Queria ajuda para transportarmos livros. Mas como podíamos já com peso a mais? O Gil ainda hesitou, mas eu disse-lhe: não mandas no avião.
Na fila, encontrámos a Dulce uma jovem que estava com a sua tia e que regressava a Maputo depois de ter passado 15 dias em Lisboa com essa tia. Lá dissemos: não tenhas medo que nós guardamos-te até Maputo.
Depois de nos despedirmos, lá subimos para a saída.
Às 22.00 horas, chamaram-nos para entrar no avião. Fomos todos para o autocarro. Estivemos ali quase meia hora com um calor do caraças. Estávamos os três sentados no banco de trás cada um com uma viola. Estava um holandês sentado ao nosso lado que nos perguntou se éramos músicos profissionais. O Elmano lá respondeu que não, mas que tocávamos jazz, pop e um pouco todo o tipo de músicas.
No entanto, chega uma mãe com uma criança e lá nos levantamos os três para dar o lugar à mãe, à criança e ao pai.
Enquanto estava em pé, reparei que à minha frente estavam duas irmãs espanholas de Burgos. Lá disseram o nome da congregação, mas eu nem fixei. Perguntaram se íamos dar um concerto no avião. Eu disse que sim. Que os músicos éramos nós os três e que os outros 6 já estavam no avião para com os chapéus pedirem dinheiro para África. Riram-se. E lá foi passando a meia hora antes de entrarmos no Airbus 340, de 268 lugares que nos levaria a Maputo, tendo muitos sulafricanos, pois a viagem continuava para Joanesburgo.
Pena que ficámos separados já que os seis do Porto ficaram uns por cada lado.
Depois de 10.30h de voo aterrámos no Maputo. À saída do avião tirámos algumas fotografias e os que pisavam pela primeira vez solo africano beijaram a terra com fotografia a comprovar.
O P. Ricardo Regonesi lá nos esperava para que pudéssemos sair com tranquilidade.
Fomos os nove almoçar à Casa Dehoniana da Avenida Salvador Allende. Estava lá o P. Melone e o P. Mário Gritti. Como soube bem o frango e o piripiri caseiro.
Aí estavam duas voluntárias italianas. Uma chama-se Simone e está a fazer um mestrado em Estudos e Desenvolvimento. Ajudou o P. Ricardo com o seu jeep a levar-nos ao aeroporto.
Aí encontrámos a Mariolina que tinha participado numa reunião sobre Justiça e paz.
Viemos todos para Nampula com escala do avião na cidade da Beira.
A viagem foi calma. Perguntei à hospedeira: quanto tempo é da Beira para Nampula? Respondeu: já não lhe disse há pouco que era uma hora?
E quando estávamos para aterrar, eu tinha o cinto do avião um pouco largo. Ela vem, sem me dizer nada e aperta o meu cinto (belt).
Quando descemos do avião, lá estava a Martina e o Ir. Meone com outro jeep à nossa espera.
Carregámos a bagagem e como de costume, os homens fomos todos atrás no carro, ao ar livre, para vermos melhor o movimento e a beleza de Nampula by night.
Chegamos a casa. A Mariolina colocou o grupo dos mais novos na casa nova e a Serafina e a mim na casa velha.
Ainda não está tudo acabado. Alguns reagiram quando ela disse: temos um problema de água, mas esta quase a ser seleccionado. Não há água nem quente nem fria. O motor está a ser arranjado. Ok. Alguém disse: e para tomar banho em água quente?
Se alguém quiser, disse ela, pode aquecer uma chaleira e tomar banho de balde.
O Paulo que é um jovem todo cheio de boa vontade, com os seus 29 anos, disse: assim é que tem piada; se não, era a Europa.
Dia 1 de Agosto
Às 7.30h, tomámos o pequeno almoço e a seguir fizemos uma reunião para ver como dar os primeiros passos: assim, de tarde o grupo ia visitar o museu etnográfico de Nampula com o P. Elias que é o maior especialista em etnologia.
No dia 2 de Agosto, de manhã iremos estar toda a manhã com o P. Elias para reflectirmos sobre a cultura Macua. De tarde iremos estar com o pároco de Napipine (paróquia de S. Pedro) para programarmos actividades com crianças, jovens e adultos.
Domingo de manhã iremos a uma comunidade cristã – Murrapaníua – para participar na missa e termos um encontro de jovens.
No dia 4 de Agosto, 2ª feira, iremos a Alto Molocué, não só visitar as voluntárias dehonianas, Sónia e Vera, mas também ver a biblioteca de lá para começarmos a organizar esta biblioteca.
Daqui a dias volto a dizer-vos mais alguma coisa. Está bem? De Nampula,
| Adérito Barbosa, scj |