16º Domingo do Tempo Comum - Ano B [atualizado]


21 de Julho, 2024

ANO B

16.º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Tema do 16.º Domingo do Tempo Comum

A liturgia do 16.º domingo comum fala-nos do carinho de Deus pelas “ovelhas sem pastor”. Diz-nos que Deus olha com amor de pai e de mãe para aqueles homens e mulheres que vivem desorientados e à deriva, os que não têm quem os guie, defenda e alimente. No coração e na preocupação de Deus esses ocupam um lugar bem especial.

Na primeira leitura, pela voz do profeta Jeremias, Deus condena os “pastores” indignos, aqueles que usam o “rebanho” que lhes foi confiado para concretizar os seus próprios projetos pessoais; e, paralelamente, anuncia que vai, Ele próprio, tomar conta do seu “rebanho”, assegurando-lhe a Vida em abundância.

O Evangelho conta-nos como é que Jesus responde à fome de Vida e de esperança daqueles que o procuram. “Profundamente comovido” com o desnorte das “ovelhas perdidas” que correm atrás d’Ele pelas vilas e aldeias da Galileia, Jesus oferece-lhes a Boa notícia do Reino e do projeto humanizador que Deus tem para o mundo e para os homens. A missão de Jesus também é a missão dos discípulos. Para a concretizar, estes devem manter uma estreita comunhão com Jesus.

Na segunda leitura Paulo, dirigindo-se aos cristãos de Éfeso, fala-lhes do desígnio salvador de Deus. Esse desígnio abrange todos os filhos e filhas de Deus, sem distinção de raças, de etnias, de diferenças sociais ou culturais, de experiências religiosas. Deus a todos quer salvar, a todos quer reunir à sua volta. Reunidos na família de Deus, todos os que acolhem o convite à salvação são agora irmãos, unidos pelo amor.

 

LEITURA I – Jeremias 23,1-6

Diz o Senhor:
«Ai dos pastores que perdem e dispersam
as ovelhas do meu rebanho!»
Por isso, assim fala o Senhor, Deus de Israel,
aos pastores que apascentam o meu povo:
«Dispersastes as minhas ovelhas
e as escorraçastes, sem terdes cuidado delas.
Vou ocupar-Me de vós e castigar-vos,
pedir-vos contas das vossas más ações
– oráculo do Senhor.
Eu mesmo reunirei o resto das minhas ovelhas
de todas as terras onde se dispersaram
e as farei voltar às suas pastagens,
para que cresçam e se multipliquem.
Dar-lhes-ei pastores que as apascentem
e não mais terão medo nem sobressalto;
nem se perderá nenhuma delas – oráculo do Senhor.
Dias virão, diz o Senhor,
em que farei surgir para David um rebento justo.
Será um verdadeiro rei e governará com sabedoria;
Há de exercer no país o direito e a justiça.
Nos seus dias, Judá será salvo e Israel viverá em segurança.
Este será o seu nome: ‘O Senhor é a nossa justiça’».

 

CONTEXTO

Jeremias, o profeta nascido em Anatot por volta de 650 a.C., exerceu a sua missão profética desde 627/626 a.C., até depois da destruição de Jerusalém pelos Babilónios (586 a.C.). O cenário da atividade do profeta é o reino do sul (Judá), e sobretudo a cidade de Jerusalém.

A primeira fase da pregação de Jeremias abrange parte do reinado de Josias. Este rei – preocupado em defender a identidade política e religiosa do Povo de Deus – leva a cabo uma grande reforma religiosa destinada a banir do país os cultos aos deuses estrangeiros. A mensagem de Jeremias, neste período, traduz-se num constante apelo à conversão, à fidelidade a Javé e à Aliança. No entanto, em 609 a.C., Josias é morto em Megido, em combate contra os egípcios. Depois de uns meses de instabilidade, o trono de Judá foi ocupado por Joaquim (609-597 a.C.).

Começa, por essa altura, a segunda fase da atividade profética de Jeremias. Com Joaquim no trono, a infidelidade de Judá à Aliança com Javé volta a estar na ordem do dia. Nesta fase, a voz profética de Jeremias denuncia as graves injustiças sociais, às vezes fomentadas pelo próprio rei, e o abandono de Javé. A infidelidade religiosa de Judá manifesta-se de forma particular nas alianças políticas que Joaquim procura fazer com outras nações: em lugar de confiar em Deus, Judá coloca a sua segurança em exércitos estrangeiros. Jeremias, convencido de que Judá já ultrapassou todas as medidas, anuncia a iminência de uma invasão babilónica, que irá castigar os pecados do Povo de Deus. De facto, as previsões funestas de Jeremias concretizam-se: em 597 a.C., Nabucodonosor invade Judá e deporta para a Babilónia uma parte da população de Jerusalém. No trono de Judá fica, então, Sedecias (597-586 a.C.).

A terceira fase da missão profética de Jeremias desenrola-se, precisamente, durante o reinado de Sedecias. Após alguns anos de calma submissão à Babilónia, Sedecias volta a experimentar a velha política das alianças com o Egipto. Jeremias, uma vez mais, mostra o seu desacordo: a esperança de Judá deve estar em Javé e não em exércitos estrangeiros… Mas, nem o rei, nem os notáveis do país lhe prestam qualquer atenção à opinião do profeta. Considerado um amargo “profeta da desgraça”, Jeremias apenas consegue criar o vazio à sua volta.

Em 587 a.C., Nabucodonosor põe cerco a Jerusalém; no entanto, um exército egípcio vem em socorro de Judá e os babilónios retiram-se. Nesse momento de euforia nacional, Jeremias anuncia o recomeço do cerco e a destruição de Jerusalém (cf. Jr 32,2-5). Acusado de traição, o profeta é encarcerado (cf. Jr 37,11-16) e corre, inclusive, perigo de vida (cf. Jr 38,11-13). Enquanto Jeremias continua a pregar a rendição, Nabucodonosor apossa-se, de facto, de Jerusalém, destrói a cidade e deporta a sua população para a Babilónia (586 a.C.).

Provavelmente, o texto que a liturgia deste décimo sexto domingo comum nos propõe como primeira leitura deve enquadrar-se no tempo que vai desde o primeiro exílio (após a primeira queda de Jerusalém, em 597 a.C.) ao segundo exílio (após a segunda tomada de Jerusalém pelos Babilónios, em 586 a. C.). É um tempo de desnorte nacional, em que Judá, sem líderes capazes, já perdeu as referências e a esperança no futuro. Pela voz de Jeremias, Deus denuncia a incompetência e a incúria dos “pastores” de Judá: com as suas políticas erráticas, eles dispersaram as ovelhas do rebanho. É, certamente, uma alusão ao exílio do Povo na Babilónia.

A utilização da imagem do “pastor” para falar dos líderes da nação é bastante frequente no Antigo Testamento. Aliás, a imagem adquiriu uma força especial na sequência de David, o pastor de Belém que Javé tirou da guarda do rebanho, ungiu e transformou em rei, encarregando-o de cuidar do rebanho do Povo de Deus. Aliás, na memória coletiva de Israel, David será sempre o pastor por excelência, que cuidou do seu Povo de acordo com as indicações recebidas de Deus.

 

MENSAGEM

Deus, por intermédio de Jeremias, pronuncia-se sobre os “pastores”, isto é, sobre os líderes que têm estado à frente dos destinos de Judá. O “ai” com que se inicia o oráculo dá imediatamente às palavras de Javé um cunho ameaçador: Deus desaprova a forma negligente como os líderes têm conduzido o seu Povo.

Os verbos usados definem claramente a culpa dos responsáveis da nação: eles “perdem”, “dispersam” e “escorraçam” as ovelhas que lhes foram confiadas (vers. 1-2a). Esses verbos referem-se a factos históricos concretos, aliás bem recentes, que conduziram ao Exílio do Povo numa terra estrangeira. As políticas aventureiras, os interesses pessoais, as jogadas políticas, a inconsciência erigida em forma de conduzir a comunidade, trouxeram consequências funestas ao Povo, ao “rebanho” de Deus e abriram-lhe as portas da desgraça. Os líderes de Judá não procuraram servir o Povo, mas serviram-se do Povo para concretizar os seus objetivos pessoais. Privilegiaram interesses próprios à custa do bem comum. Ora, o “rebanho” não é propriedade dos “pastores”, mas do Senhor. Deus chamou os reis de Judá para uma missão concreta, encarregou-os de cuidar do seu “rebanho” e eles, depois de terem aceite o compromisso, falharam totalmente.

Depois da formulação da culpa, vem a sentença. Deus vai “ocupar-se” desses maus pastores: vai castigá-los e pedir-lhes contas das suas más ações (vers. 2b). Javé não está disposto a tolerar abusos de confiança, nem pode pactuar com líderes que exploram o “rebanho” em seu benefício próprio. A forma como os responsáveis de Judá levaram ao descalabro nacional é intolerável e não pode passar em claro.

Mas a intervenção de Deus não se fica pelo pedir contas aos maus líderes; Ele vai, além disso, tomar medidas para remediar a situação e para salvar esse Povo abandonado e disperso. A intervenção de Deus vai desenvolver-se em três tempos, ou momentos.

Num primeiro momento, Deus vai tratar da repatriação dos exilados: as ovelhas serão devolvidas “às suas pastagens para que cresçam e se multipliquem” (vers. 3). Para esta tarefa, Deus não conta com intermediários: Ele mesmo vai liderar o processo de libertação e de regresso dos exilados à terra de onde foram afastados.

Num segundo momento, Deus vai escolher novos “pastores, pastores exemplares, para cuidar do seu Povo (vers. 4). A missão desses “pastores” será, simplesmente, “apascentar”. Isso implica, naturalmente, o cuidado, a solicitude, o amor, a ternura pelo “rebanho”. Esses “pastores” serão dedicados e cuidadosos; estarão verdadeiramente ao serviço do “rebanho” e não usarão as “ovelhas” para concretizar os seus interesses pessoais. As “ovelhas” aprenderão a confiar nesses “pastores” que as amam e não terão mais “medo nem sobressalto”.

O terceiro momento da intervenção de Deus é projetado para o futuro, para um tempo sem data marcada. Promete a chegada de um “rebento justo” da dinastia de David (vers. 5). A imagem tirada do reino vegetal (“rebento”) sugere fecundidade e vida em abundância, porque ele dará Vida abundante ao “rebanho” de Javé. Esse “pastor” assegurará “o direito e a justiça” e trará salvação e segurança ao Povo de Deus. O nome desse rei será “o Senhor é a nossa justiça” (vers. 6), pois é Deus que o legitima e a sua missão será administrar a justiça que Deus quer. Garantindo a justiça, esse “pastor” irá trazer a harmonia, a paz, a tranquilidade, a salvação, a Vida verdadeira ao Povo de Deus. Esta promessa, com contornos messiânicos, pretende anular a frustração e o desespero e inaugurar um tempo de esperança para o Povo de Deus.

 

INTERPELAÇÕES

  • O quadro de desorientação, de confusão e de abandono que os habitantes de Judá experimentaram no início do séc. VI a.C., é um quadro que não nos é completamente estranho. Também nós conhecemos momentos conturbados da nossa história (coletiva ou pessoal), em que nos sentimos órfãos, perdidos, traídos e abandonados ao sabor dos ventos e das marés… As catástrofes que afetam o mundo, os conflitos que dividem os povos, a miséria que toca a vida de tantos dos nossos irmãos, os perigos dos fundamentalismos, as mudanças vertiginosas que o mundo todos os dias sofre, a perda dos valores em que apostávamos, as novas e velhas doenças, as crises pessoais, os problemas laborais, as dificuldades familiares trazem-nos a consciência da nossa pequenez e impotência frente aos grandes desafios que a vida nos apresenta. Sentimo-nos, então, “ovelhas” sem rumo e sem destino, abandonadas à nossa sorte. A Palavra de Deus que nos chega neste domingo pela voz de Jeremias garante-nos que Deus é o “Pastor” que se preocupa connosco, que está atento a cada uma das suas “ovelhas”; Ele cuida das nossas necessidades e está permanentemente disposto a intervir na nossa história para nos conduzir por caminhos seguros e para nos oferecer a Vida e a paz. É n’Ele que temos de apostar, é n’Ele que temos de confiar. Esta constatação é, para nós que acreditamos na bondade, no amor e na solicitude de Deus, fonte de alegria, de esperança, de serenidade e de paz?
  • A cada passo Por vezes, no nosso desespero, apostamos em “pastores” humanos que, em lugar de nos conduzirem para a vida e para a felicidade, nos usam para satisfazer a sua ânsia de protagonismo e para realizar os seus projetos egoístas…
  • As palavras de Jeremias contra os “pastores” que se aproveitam do rebanho em benefício próprio talvez nos tenham levado a apontar imediatamente para alguns líderes humanos que conhecemos e que consideramos responsáveis por boa parte do sofrimento que desfeia o nosso mundo… Na verdade, a história humana – mesma a mais recente – está cheia de situações em que as pessoas encarregadas de cuidar da comunidade humana usam o “rebanho” em benefício próprio e magoam, torturam, roubam, assassinam, privam de vida e de felicidade as pessoas que Deus lhes confiam… Teremos alguma responsabilidade – pela nossa indiferença, pelo nosso comodismo, pela nossa instalação, pelo nosso receio de denunciar – em tudo isso? E nós próprios, como é que lidamos com aqueles cuja responsabilidade Deus nos confiou: na família, no emprego, na Igreja? Procuramos colocar o bem de cada pessoa que caminha ao nosso lado acima dos nossos interesses e projetos pessoais?
  • O nosso texto faz referência a “um rei” que Deus vai enviar ao encontro do seu Povo e que governará com sabedoria e justiça. Jesus é a concretização desta promessa. Ele veio propor ao “rebanho” de Deus a Vida plena e verdadeira… As propostas de Jesus encontram eco na nossa vida? Estamos sempre dispostos a acolher as indicações e os valores que Ele continuamente nos apresenta com as suas palavras, com os seus gestos, com a sua vida?

 

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 22 (23)

Refrão: O Senhor é meu pastor: nada me faltará.

O Senhor é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma.

Ele me guia por sendas direitas por amor do seu nome.
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos,
não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo:
o vosso cajado e o vosso báculo me enchem de confiança.

Para mim preparais a mesa
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça,
e o meu cálice transborda.

A bondade e a graça hão de acompanhar-me
todos os dias da minha vida,
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre.

 

LEITURA II – Efésios 2,13-18

Irmãos:
Foi em Cristo Jesus que vós, outrora longe de Deus,
vos aproximastes d’Ele, graças ao sangue de Cristo.
Cristo é, de facto, a nossa paz.
Foi Ele que fez de judeus e gregos um só povo
e derrubou o muro da inimizade que os separava,
anulando, pela imolação do seu corpo,
a Lei de Moisés com as suas prescrições e decretos.
E assim, de uns e outros,
Ele fez em Si próprio um só homem novo,
estabelecendo a paz.
Pela cruz reconciliou com Deus
uns e outros, reunidos num só Corpo,
levando em Si próprio a morte á inimizade.
Cristo veio anunciar a boa nova da paz,
paz para vós, que estáveis longe,
e paz para aqueles que estavam perto.
Por Ele, uns e outros podemos aproximar-nos do Pai,
num só Espírito.

 

CONTEXTO

Éfeso, cidade cosmopolita situada na costa da Jónia, na Ásia Menor (junto da atual Selçuk – Turquia), famosa pelo seu templo de Ártemis e pelo seu enorme teatro ao ar livre, era um dos principais centros comerciais e religiosos do mundo greco-romano. Durante o séc. I a.C. albergava uma população de cerca de 250.000 pessoas. No decurso da sua terceira viagem missionária, Paulo foi até Éfeso e permaneceu lá por cerca de dois anos (cf. At 19,10). Da pregação e da catequese de Paulo resultou uma comunidade viva, fervorosa, empenhada em dar testemunho de Jesus. No final dessa viagem missionária, antes de embarcar para Tiro, Paulo fez questão de chamar a Mileto os anciãos da Igreja de Éfeso, a fim de se despedir da comunidade (cf. At 20,17-38). Isso atesta a relação especial que havia entre Paulo e os cristãos de Éfeso.

Não conhecemos as circunstâncias que levaram Paulo a escrever a Carta aos Efésios. Mas, quando a escreveu, Paulo estava na prisão (em Roma? Em Cesareia Marítima?). O seu portador foi um tal Tíquico. Estamos, muito provavelmente, por volta dos anos 58/60.

No entanto, a carta não reflete a proximidade que Paulo tinha com os cristãos de Éfeso. Apresenta-se num tom impessoal, solene, desligado, que parece distante da forma como Paulo se costumava dirigir às comunidades a que se sentia especialmente ligado. Isso leva alguns a negar e sua autoria paulina, e outros a considerar que o texto que nos chegou com o título “carta aos efésios” poderá ser um dos exemplares de uma “carta circular” enviada por Paulo a várias Igrejas da Ásia Menor, incluindo a comunidade cristã de Éfeso. A questão permanece em aberto.

Considera-se, em geral, que a Carta aos Efésios apresenta uma espécie de síntese da teologia paulina, redigida numa altura em que Paulo sentia ter terminado a sua missão apostólica na Ásia. Prisioneiro por causa do Evangelho (cf. Ef 4,1), Paulo não sabe o que o futuro lhe reserva e entende deixar o seu testemunho às comunidades da Ásia Menor que tinha especialmente acompanhado.

O tema central da Carta aos Efésios é aquilo a que Paulo chama “o mistério”: o desígnio (ou projeto) salvador de Deus, definido desde toda a eternidade, oculto durante séculos aos homens, revelado e concretizado plenamente em Jesus, comunicado aos apóstolos, desfraldado e dado a conhecer ao mundo na Igreja.

O texto que nos é proposto como segunda leitura neste décimo sexto domingo comum integra a parte dogmática da carta. Depois de refletir sobre o papel de Cristo no projeto de salvação que Deus tem para os homens (cf. Ef 2,1-10), Paulo refere-se à reconciliação operada por Cristo, que com a sua doação uniu judeus e pagãos num mesmo Povo (cf. Ef 2,11-22).

 

MENSAGEM

Paulo dirige-se aos cristãos vindos do paganismo (“vós outrora longe de Deus” – vers. 13) e explica-lhes qual a situação em que se encontram agora, depois de terem aderido a Jesus… Foi pela entrega de Cristo que eles se aproximaram de Deus. Antes eles adoravam os ídolos e, embora tivessem convicções religiosas, desconheciam o verdadeiro Deus e a sua proposta de salvação. Mas agora, pelo sangue derramado de Cristo, foram admitidos a fazer parte da família de Deus. Passaram a integrar uma comunidade fraterna onde cabem todos aqueles que foram salvos por Cristo, independentemente das suas origens e das suas diferenças étnicas ou culturais. A entrega de Cristo derrubou a tradicional barreira de inimizade que separava judeus e pagãos e fez de todos um único Povo.

Antes, os judeus, convencidos de que eram um Povo à parte, desprezavam os pagãos e não queriam qualquer contacto com eles; as suas leis religiosas pugnavam por uma rígida separação e interditavam o contacto com os outros povos. Os pagãos, por sua vez, nutriam um profundo desprezo pelos judeus, devido à sua diferença, à sua arrogância, à sua convicção de que eram um povo especial, acima de todos os outros povos. Uma profunda barreira de inimizade dividia uns e outros. Essa barreira estava bem representada no Templo de Jerusalém, onde um muro de pedra dividia o átrio dos judeus e o átrio dos gentios.

Ora, Cristo veio apresentar uma proposta de vida que é para todos, sem exceção. O que é decisivo, agora, não é a pertença a um determinado Povo, mas a forma como se responde à proposta de Vida que Jesus faz. Quem responde positivamente à proposta de Cristo, passa a integrar a comunidade dos santos. A Lei de Moisés, com as suas prescrições e exigências (que, na prática, vedavam aos pagãos a possibilidade de integrar o Povo de Deus), fica anulada… Na nova economia da salvação, o que conta é a disponibilidade para acolher a Vida que Deus oferece e aceitar viver como Homem Novo.

Nasce, assim, um “corpo” que integra os mais diversos membros, pertencentes a todos os quadrantes da família humana. Todos aqueles que aceitaram integrar a comunidade de Jesus, sem diferenças de etnias, de raças, de cor da pele, de classes sociais ou culturais, pertencem à mesma família, a família de Deus. Todos – judeus e pagãos – são, agora, membros da comunidade trinitária do Pai (que oferece a Vida), do Filho (que vem ao encontro dos homens para lhes comunicar a Vida do Pai) e do Espírito (que mantém unidos os membros deste “corpo” entre si e com Deus).

 

INTERPELAÇÕES

  • Domingo após domingo a palavra de Deus recorda-nos o projeto de salvação que Deus preparou em nosso favor. A repetição não incomoda: trata-se da questão mais decisiva quanto ao sentido da nossa vida, uma questão que deve estar sempre diante dos nossos olhos para dar sentido ao caminho que vamos percorrendo na história. No entanto, a segunda leitura deste décimo sexto domingo comum põe em relevo um aspeto essencial desse projeto: ele abrange todos os filhos e filhas de Deus, sem distinção de raças, de etnias, de diferenças sociais ou culturais, de experiências religiosas. Deus não faz aceção de pessoas, Deus não discrimina os seus filhos; a todos Ele quer salvar, a todos Ele quer reunir à sua volta. Nós, seres humanos, inventamos fronteiras para proteger as nossas possessões, criamos espaços onde só alguns privilegiados podem aceder, decidimos quem merece e não merece a nossa atenção e o nosso acolhimento; mas Deus enviou-nos o seu Filho Jesus para abolir as barreiras que nos separam, para destruir as velhas inimizades e para nos inserir numa única família, a família de Deus. Que implicações tem isto na nossa forma de ver Deus, de ver a vida e de ver os irmãos que caminham ao nosso lado?
  • A Igreja é a comunidade daqueles que aceitam a oferta de salvação que Deus faz; é uma comunidade de irmãos e de irmãs que Cristo, com a sua entrega, reconciliou e ensinou a viver no amor; é um “corpo”, formado por uma grande diversidade de membros, unidos em Cristo e entre si numa efetiva fraternidade; é a família de Deus, chamada a dar testemunho no mundo da bondade, do amor e da Vida de Deus. É essa, de facto, a experiência que temos do viver em Igreja? As nossas comunidades cristãs são espaços de fraternidade, de acolhimento, de partilha, de amor anunciado e vivido? Nas nossas comunidades cristãs todos os irmãos são acolhidos e amados, ou há pessoas que são marginalizadas, condenadas, tratadas com menos consideração e estima?
  • O fenómeno da globalização contribuiu para que nos aproximássemos dos outros homens e mulheres que partilham connosco esta casa comum que é o mundo. Ajudou-nos a conhecer o outro, a acolher a riqueza do outro, a aceitar com tolerância as diferenças. Contudo, subsistem muros – alicerçados nas diferenças rácicas, políticas, religiosas, sociais, afetivas – que impedem uma total experiência de fraternidade universal. Nós, os discípulos desse Cristo que veio reconciliar “judeus e gentios” e fazer de todos “um só povo”, temos o dever de dar testemunho de unidade e de lutar objetivamente contra tudo aquilo que impede os homens de caminharem de mãos dadas. Quais são, no séc. XXI, as principais barreiras que nos impedem de comunicar, de partilhar, de viver em fraternidade? Na nossa vida pessoal e na nossa experiência de caminhada comunitária, quais são os muros que nos dividem, que impedem o encontro e a comunhão?

 

ALELUIA – João 10,27

Aleluia. Aleluia.

As minhas ovelhas escutam a minha voz, diz o Senhor;
Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me.

 

EVANGELHO – Marcos 6,30-34

Naquele tempo,
os Apóstolos voltaram para junto de Jesus
e contaram-Lhe tudo o que tinham feito e ensinado.
Então Jesus disse-lhes:
«Vinde comigo para um lugar isolado
e descansai um pouco».
De facto, havia sempre tanta gente a chegar e a partir
que eles nem tinham tempo de comer.
Partiram, então, de barco
para um lugar isolado, sem mais ninguém.
Vendo-os afastar-se, muitos perceberam para onde iam;
e, de todas as cidades, acorreram a pé para aquele lugar
e chegaram lá primeiro que eles.
Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão
e compadeceu-Se de toda aquela gente,
que eram como ovelhas sem pastor.
E começou a ensinar-lhes muitas coisas.

 

CONTEXTO

Depois de narrar o envio dos Doze em missão (cf. Mc 6,6b-13), Marcos faz um compasso de espera, como se tivéssemos de dar tempo aos enviados de Jesus para cumprir a missão que lhes foi entregue. Marcos aproveita, enquanto esperamos o regresso dos Doze, para retomar a questão da identidade de Jesus; e conta-nos que Herodes se interroga sobre Jesus, vendo n’Ele um João Batista redivivo (cf. Mc 6,14-16). A propósito, Marcos julga necessário narrar-nos o martírio do Batista, mandado decapitar por Herodes (cf. Mc 6,17-29) enquanto estava prisioneiro em Maqueronte, a fortaleza herodiana situada a leste do Mar Morto. A sequência parece não ser por acaso: ao entrelaçar o ministério de João Batista, de Jesus e dos discípulos, Marcos está a sugerir que se trata de uma única e mesma missão. A morte violenta de João converte-se em sinal premonitório do que mais tarde acontecerá com Jesus e com os Doze.

Depois deste parêntesis, Marcos retoma o fio condutor do seu Evangelho, apresentando o regresso dos Doze da missão. Marcos chama-lhes, agora, “apóstolos” (“enviados”): é a única vez que a palavra aparece no Evangelho segundo Marcos. Não há, no texto, qualquer indicação do lugar onde a cena se teria desenrolado.

 

MENSAGEM

Os “apóstolos”, depois de algum tempo a “pregar a conversão”, a “expulsar demónios”, a “curar doentes” (cf. Mc 6,12-13), regressam ao encontro de Jesus e contam-lhe “o que tinham feito e ensinado” (vers. 30). Jesus é o ponto de partida e o ponto de chegada da missão. Os “apóstolos” partem porque Jesus os envia; anunciam por toda a parte, não uma mensagem própria, mas a Boa notícia que lhes foi confiada por Jesus; regressam para Jesus quando concluem o seu trabalho missionário; apresentam a Jesus o “relatório” detalhado (“tudo”) do que fizeram, porque todos os passos da missão devem ser verificados por Jesus. A missão é de Jesus. Os “apóstolos” são apenas as testemunhas de Jesus. Convém que os “enviados” de Jesus de todas as épocas estejam bem cientes desta realidade.

Em seguida, Jesus convida os seus “apóstolos” a irem com Ele para um lugar isolado e a descansarem um pouco (vers. 31). Este “retiro” serve, antes de mais, para aprofundar e fortalecer a comunhão entre os discípulos e Jesus. Os “apóstolos”, depois de experiências intensas de trabalho missionário, necessitam de reencontrar Jesus, de estar a sós com Ele, de revitalizar a comunhão com Ele. Precisam de contar a Jesus o que fizeram, de expor-lhe as suas dúvidas e angústias, de escutar os conselhos e indicações que Ele tem para dar, de fazer projetos com Ele, de redescobrir o princípio e o fundamento da missão. Se os “apóstolos” não aprofundarem continuamente a sua ligação a Jesus, mais tarde ou mais cedo a missão deixa de fazer sentido; se os discípulos não confrontarem, frequentemente, os seus esquemas, as suas ideias, os seus projetos pastorais com Jesus e a sua Palavra, a missão estará condenada ao fracasso.

Mas a “paragem” proposta por Jesus tem também como objetivo proporcionar aos “apóstolos” um merecido tempo de descanso. Marcos diz que “havia sempre tanta gente a chegar e a partir que eles nem tinham tempo de comer” (vers. 31). Há certamente aqui um aviso contra o ativismo exagerado, que destrói as forças do corpo e seca o espírito. O excesso de trabalho pode levar os “enviados” a uma saturação que lhes esgota o entusiasmo e lhes faz perder o sentido da missão.

O “retiro” dos discípulos com Jesus dura apenas pelo breve espaço da viagem de barco (vers. 32). Porque as multidões, ao verem para onde o barco se dirigia, contornaram o lago da Galileia, a pé, e correram para o lugar onde o barco ia aportar (vers. 33). Ao chegarem, Jesus e os discípulos deparam-se com a multidão que os espera de novo. Jesus recordou-se, então, de uma velha metáfora que a catequese de Israel usava recorrentemente (cf. Nm 27,17): eram “como ovelhas sem pastor” (vers. 34). Aquela busca incansável e determinada espelhava, até com algum dramatismo, a fome de Vida, de perspetivas, de esperança que aquelas pessoas sentiam. Elas corriam atrás de Jesus porque acreditavam que Ele podia saciar-lhes essa fome.

Marcos diz-nos que, diante daquele quadro, Jesus “comoveu-se profundamente”. A palavra grega que descreve a reação de Jesus – o verbo grego “splagknídzomai” – indica a comoção profunda que a mãe sente no seu íntimo diante do filho que ama ternamente. Aliás, o substantivo que resulta desta palavra – splágknon – significa “seio materno”, a barriga da mãe. A “comoção profunda” de Jesus diante daquela multidão é um estremecimento interior que resulta do amor, de um imenso amor, de um amor de mãe. É assim que Deus reage aos seus filhos e filhas que caminham pela vida, frágeis e titubeantes, à procura de Vida, da Vida verdadeira.

Jesus responde a esta multidão necessitada ensinando-lhes “muitas coisas”. Pouco depois irá alimentá-los com o pão multiplicado e partilhado (cf. Mc 6,35-44). Os discípulos estão ali, ao lado de Jesus, vendo como Ele dá testemunha do amor, da ternura, da bondade de Deus àqueles homens e mulheres que procuram a salvação.

 

INTERPELAÇÕES

  • Em pleno séc. XXI, são muitos os homens e as mulheres que caminham pelo mundo perdidos e sem rumo, “como ovelhas sem pastor”. As “ovelhas” perdidas e sem rumo são, nos nossos dias, as vítimas sem rosto e sem voz da economia global, os que são colocados à margem da sociedade e da vida, os estrangeiros que buscam noutro país condições dignas de vida mas não encontram lugar, os doentes que não têm acesso a um sistema de saúde eficiente, os idosos abandonados pela família e que sofrem em silêncio, as crianças que crescem nas ruas e que são maltratadas e violentadas, os “diferentes” que são marginalizados pela sociedade e pelas igrejas, os que carregam culpas que não conseguem esquecer, os que a vida magoou e que ainda não conseguiram sarar as suas feridas, as vítimas de todas as guerras e de todas as violências… Como os vemos, como nos abeiramos deles? Olhamo-los com o mesmo olhar de Jesus e sentimos compaixão? Sentimo-nos responsáveis por eles? A nossa consciência sente-se tranquila e em paz quando não respondemos às necessidades dos nossos irmãos sofredores?
  • A Igreja será sempre a “casa de Jesus”, a casa onde Jesus a todos acolhe com amor. Muitos dos homens e mulheres que partilham connosco o caminho e que se sentem perdidos e desorientados “como ovelhas sem pastor” voltam-se para a comunidade cristã à procura de ajuda, de orientação, de compreensão, de acolhimento… Como é que a nossa comunidade cristã responde a essa procura? Com um elenco de normas, de obrigações, de mandamentos, de regras rígidas, de proibições, de discursos cheios de dogmas e de chavões teológicos, ou com o olhar compadecido e compreensivo de Jesus? As nossas comunidades cristãs são o “hospital de campanha” onde aqueles que a vida magoou podem curar as suas feridas e experimentar a compreensão, o amor, a ternura, a misericórdia de um Deus bom, que é pai e mãe para todos os seus filhos e filhas? A nossa Igreja é rosto de Jesus para os homens e mulheres do nosso tempo?
  • Hoje como ontem, a missão dos “enviados” não pode desenrolar-se à margem de Jesus. É de Jesus que eles partem e é a Jesus que eles voltam. É imprescindível que os discípulos, apesar de todas as solicitações que lhes são feitas, arranjem tempo para estar com Jesus, para escutar as suas indicações, para lhe contar as coisas bonitas que viram acontecer ou os obstáculos que encontraram no caminho. Por vezes, os discípulos, genuinamente comovidos com a situação das “ovelhas sem pastor”, mergulham num ativismo descontrolado e acabam por perder as referências; deixam de ter tempo e disponibilidade para se encontrar com Jesus, para confrontar as suas opções e motivações com o projeto de Jesus… E passam a “vender”, como verdade libertadora, soluções que são parciais e que geram dependência e escravidão (e que não vêm de Jesus); ou tornam-se funcionários mais ou menos eficientes, que resolvem problemas sociais pontuais, mas sem oferecerem às “ovelhas sem pastor” uma libertação verdadeira e global; ou, então, cansam-se e abandonam a atividade e o testemunho… Vemos Jesus como o princípio e o fundamento do nosso apostolado? Estamos conscientes de que é a comunhão sempre renovada com Ele que nos permite redescobrir o sentido das coisas e renovar o nosso empenho? Procuramos encontrar tempo para rezar, para escutar a Palavra, para aprofundar a nossa comunhão com Jesus?

 

ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS PARA O 16.º DOMINGO DO TEMPO COMUM
(adaptadas, em parte, de “Signes d’aujourd’hui”)

1. A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.

Ao longo dos dias da semana anterior ao 16.º Domingo do Tempo Comum, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.

2. BILHETE DE EVANGELHO.

Deus tem piedade… Uma grande multidão pode abafar física e moralmente. Compreende-se que Jesus queira preservar os seus apóstolos: eles foram ao encontro das multidões para as ensinar e fazer milagres, então Ele propõe-lhes para se afastarem para um lugar deserto a fim de retomar o fôlego e não perderem o sentido daquilo que é essencial. Mas a multidão tem fome de palavras e de sinais, é ela que dirige o curso dos acontecimentos, parece querer recordar a Jesus e aos seus discípulos que eles não têm o direito de fugir. Como reagem os apóstolos? Não sabemos. O que sabemos é que Jesus se enche de piedade; este sentimento que O anima revela-nos algo do rosto do Pai. É o coração de Deus que bate no coração de Jesus cheio de piedade. Sim, Deus tem piedade da multidão na margem do lado Tiberíades, como outrora teve piedade do seu povo escravo no Egipto. E quando Deus tem piedade, Ele age.

3. À ESCUTA DA PALAVRA.

Instituição evangélica das férias! “Vinde comigo para um lugar isolado e descansai um pouco”. É a instituição evangélica das férias! De facto, a multidão era tão numerosa que os Apóstolos nem tinham tempo para comer. Deviam estar esgotados, tanto mais que regressavam do primeiro envio em missão, que não terá sido propriamente um tempo de repouso. Conhecemos a vida de Jesus, a sua missão, as grandes fadigas, as noites em oração, sem dormir, após um dia extenuante… Numa das travessias de barco, aproveita mesmo para repousar um pouco e dormir… Assim, Ele sabe estar atento à fadiga dos seus companheiros. Convida-os a respeitar também as exigências da natureza corporal, a ter um pouco de repouso. E nós, hoje? Sabemos bem que as férias não são um luxo, se corresponderem àquilo para que existem: precisamente para respeitar a nossa natureza humana, que exige tempos de relaxe, de recuperação, não apenas física mas também intelectual e espiritual. As férias não são um tempo de ócio, mas de “re-criação”, para retomar energias. Sabemos que há ainda muitos homens, mulheres e crianças que são explorados como vulgares máquinas para produzir. Isso não é respeitar a vontade criadora de Deus. O Evangelho de hoje, que cai bem em período de férias, recorda-nos isso de modo muito oportuno. Isso é também válido para os servidores do Evangelho! Os Apóstolos diminuem, as funções pastorais aumentam… a fadiga também. Cabe a cada um tirar as devidas consequências evangélicas!

4. PARA A SEMANA QUE SE SEGUE…

Com o Salmo 22… Como no Evangelho, temos de necessidade de nos afastar, de tomar alguma distância em relação à nossa vida trepidante, para repousarmos… Mas, de facto, sabemos repousar? Sem televisão, sem leitor de CD e DVD, sem Internet, sem vídeo, sem barulhos de todas as espécies, sem telemóvel? Ousamos encontrar-nos no silêncio, face a nós mesmos, face a Deus? Este momento que passarmos, só com Deus, pode ser, antes de mais, um tempo de silêncio para nos colocarmos na sua presença, seguindo-se um tempo de oração lenta e intensa do Salmo 22…

 

UNIDOS PELA PALAVRA DE DEUS
PROPOSTA PARA ESCUTAR, PARTILHAR, VIVER E ANUNCIAR A PALAVRA

Grupo Dinamizador:
José Ornelas, Joaquim Garrido, Manuel Barbosa, Ricardo Freire, António Monteiro
Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)
Rua Cidade de Tete, 10 – 1800-129 LISBOA – Portugal
www.dehonianos.org

 

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