Um amigo propôs-me que não deixasse recolher o dinheiro do ofertório no dia em que se lê o Evangelho dos vendilhões no Templo. Porém, mais importante que eliminar o tilintar do dinheiro, é extirpar a nossa mentalidade de negociantes até mesmo de géneros espirituais ou afins. Dou um exemplo:
Num campo, estavam a trabalhar 3 homens. Um estava lá porque era obrigado. Era escravo, tinha medo do castigo. Outro, era mercenário, trabalhava porque queria ganhar. Fazia troca: toma lá mas dá cá. Entre eles encontrava-se outro homem, mais novo. Este trabalhava, não por imposição, nem por interesse mas pelo simples facto de ser filho do patrão e era natural que ajudasse o seu pai.
Nas coisas de Deus podemos ter atitudes semelhantes. Podemos rezar ou ir à igreja como escravos, por imposição ou com medo do castigo eterno. Ou então por interesse, como negociantes, querendo comprar um pedacinho do Céu com a missa dominical ou algumas orações.
A operação limpeza do templo quer purificar a nossa relação com Deus e fazer de nós seus filhos. Se me comporto como escravo estou a fazer de Deus um carrasco. Se perante Deus sou um negociante, quero que Ele seja igual a mim.
Sejamos apenas filhos na Casa do Pai.
Pe. José David Quintal Vieira, scj
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