06º Domingo do Comum – Estender a mão

Não sei quem é o autor desta história. Apenas sei que este poço pode ser a lepra de outrora, a droga de hoje ou os males de sempre:

Certo homem caiu num poço e não conseguiu sair de lá.
Uma pessoa subjectiva passou e disse:
– Sinto muito que estejas aí, no fundo do poço.

Uma pessoa objectiva, olhando-o declarou:
– Estava-se mesmo a ver que alguém havia de cair neste poço.

Um fariseu exclamou:
– Só pessoas más é que caem em poços.

Um cientista pôs-se a calcular a pressão necessária para tirar o homem de dentro do poço.

Um geólogo espreitando para dentro sugeriu:
– Aí dentro podes apreciar as rochas do poço.

Um gabarola proclamou:
– Isso não é nada, havias de ver o meu poço.

Um psicólogo aconselhou:
– Tudo o que tens a fazer é convencer-te que não estás num poço.

O optimista advertiu:
– Podia ser bem pior.

O repórter quis logo o exclusivo da história do homem que caiu no poço.

O moralista disse:
– Se me tivesses escutado, não estarias agora nesse poço.

Um pregador retorquiu:
– O teu poço é apenas um estado de espírito.

Por fim, passou Jesus. Vendo o homem, estendeu-lhe a mão e tirou-o para fora do poço.

Pe. José David Quintal Vieira, scj
davidvieira@netmadeira.com