ANO C
23.º DOMINGO DO TEMPO COMUM
Tema do 23.º Domingo do Tempo Comum
Nas leituras que a liturgia deste domingo nos propõe sobressai a temática do “caminho”: a nossa vida é um caminho, nem sempre linear, nem sempre fácil, que nos leva até à meta final da nossa existência, a vida verdadeira e eterna. O que devemos fazer e que precauções devemos tomar para não nos desviarmos e falharmos o alvo? Quem nos conduzirá e nos apontará a direção certa?
Na primeira leitura, um “sábio” de Israel reflete sobre as limitações que são inerentes à nossa condição de seres humanos. Ele acredita que a única forma de chegarmos à vida verdadeira é acolhermos a “sabedoria” de Deus e deixarmo-nos guiar por ela. É esse o caminho que ele sugere a todos aqueles que se preocupam em construir uma vida plena de sentido.
No Evangelho, Jesus traça as coordenadas do “caminho do discípulo”. Quem se dispõe a percorrer esse caminho, deve caminhar de olhos postos em Jesus e no Reino de Deus. Não pode deixar-se distrair, nem pelas pessoas, nem pela preocupação dos bens materiais, nem pelos seus projetos e interesses pessoais. Quem embarca na aventura do Reino de Deus tem de fazê-lo sem reticências, sem condições, com total empenho e compromisso.
Na segunda leitura, a partir da história de Onésimo, o escravo fugitivo, São Paulo lembra-nos que o amor é o foco fundamental que ilumina o caminho que os discípulos de Jesus percorrem na história. É o amor que nos permite descobrir a igualdade de todos os homens, filhos do mesmo Pai e irmãos em Cristo; é o amor que nos permite acolher e abraçar todos os “Onésimos” que encontramos no caminho.
LEITURA I – Sabedoria 9,13-18
Qual o homem que pode conhecer os desígnios de Deus?
Quem pode sondar as intenções do Senhor?
Os pensamentos dos mortais são mesquinhos
e inseguras as nossas reflexões,
porque o corpo corruptível deprime a alma
e a morada terrestre oprime o espírito que pensa.
Mal podemos compreender o que está sobre a terra
e com dificuldade encontramos o que temos ao alcance da mão.
Quem poderá então descobrir o que há nos céus?
Quem poderá conhecer, Senhor, os vossos desígnios,
se Vós não lhe dais a sabedoria
e não lhe enviais o vosso espírito santo?
Deste modo foi corrigido o procedimento dos que estão em terra,
os homens aprenderam as coisas que Vos agradam
e pela sabedoria foram salvos.
CONTEXTO
O “Livro da Sabedoria” é o mais recente de todos os livros do Antigo Testamento. Foi escrito na primeira metade do séc. I a. C., muito provavelmente. O seu autor terá sido um judeu piedoso, de língua grega, nascido e educado na Diáspora (fala-se, em concreto, de Alexandria como o “berço” deste escrito). Ele conhece bem a história e a fé de Israel; mas, por outro lado, também conhece as correntes filosóficas gregas e sabe a atração que elas exercem sobre os seus irmãos na fé. Inquieta-o a tentação da idolatria que ameaça os judeus das comunidades da Diáspora, seduzidos pelo brilho da cultura helénica. Pondo em diálogo a fé tradicional de Israel com a cultura grega o autor deste escrito pretende mostrar a superioridade da sabedoria de Israel – que brota da fé ancestral do seu povo – em relação à sabedoria que inspira a cultura e o estilo de vida gregos.
Exprimindo-se em termos e conceções do mundo helénico, o autor faz o elogio da “sabedoria” israelita, traça o quadro da sorte que espera o justo e o ímpio no mais-além e descreve, com exemplos tirados da história do Êxodo, as sortes diversas que tiveram os pagãos (idólatras) e os hebreus (fiéis a Javé). Aos seus compatriotas judeus, mergulhados no paganismo, na idolatria, na imoralidade, o autor convida a redescobrirem a fé dos pais e os valores judaicos; aos pagãos, convida, por outro lado, a constatar o absurdo da idolatria e a aderir a Javé, o verdadeiro e único Deus… Judeus e pagãos devem estar cientes de que só Javé garante a verdadeira “sabedoria” e a verdadeira felicidade.
O texto que a liturgia do vigésimo terceiro domingo comum nos propõe como primeira leitura integra a segunda parte do livro (cf. Sb 6,1-9,19). Nesses capítulos o autor coloca na boca de um rei (presumivelmente Salomão, embora esse nome nunca seja referido explicitamente) considerações elevadas sobre a sabedoria, a sua importância e o seu papel na vida dos homens. Concretamente, esse rei exorta os outros reis a adquirir a sabedoria, a fim de governarem retamente (cf. Sb 6,1-21); faz o elogio da sabedoria, sublinhando a sua origem, natureza, qualidades e benefícios (cf. Sb 6,22-8,21); pede a Deus que lhe conceda o dom da sabedoria pois, sem a sabedoria que vem de Deus, nenhum homem poderá saber como conduzir-se para ter êxito e construir uma vida com sentido (cf. Sb 9,1-19).
MENSAGEM
O ser humano é frágil e pequeno. Arrasta-se pelo mundo prisioneiro de um corpo corruptível que impede a alma de ascender aos horizontes ilimitados onde está Deus. Os pensamentos do homem são “rasteiros” e inconsistentes, os seus interesses são materiais e mesquinhos, a sua inteligência é limitada e turva, os seus valores são fúteis e caducos, a sua ciência é imperfeita e incompleta, o seu olhar demora-se nas coisas terrenas e vulgares. Como pode o ser humano, vivendo amarrado a todos estes limites, aproximar-se do “mistério”, compreender aquilo que o ultrapassa infinitamente, conhecer o pensamento e a vontade de Deus? Como pode o homem encontrar o caminho que conduz à vida eterna?
O “sábio” que partilha connosco a sua reflexão só encontra uma resposta para estas questões decisivas: ninguém será capaz de encontrar o caminho para a vida verdadeira se Deus não lhe der a sabedoria e não lhe enviar o espírito santo. “Sabedoria” e “espírito santo” aparecem aqui em paralelo perfeito. Parecem ser a mesma realidade: é o dom que ajuda o homem a descobrir o que agrada a Deus e a conduzir-se de acordo com a vontade de Deus. Certamente este “espírito santo” de que aqui se fala ainda não é o “Espírito Santo” que ungiu Jesus no momento do seu batismo e que Jesus deixou depois aos discípulos. Esta referência começa, no entanto, a aproximar-nos do mistério trinitário que nos será plenamente revelado no Novo Testamento.
Portanto, o ser humano não é autossuficiente. Necessita de Deus para descobrir o sentido da vida, para encontrar o caminho, para discernir o verdadeiro do falso, para saber em que direção caminhar.
INTERPELAÇÕES
- As modernas tecnologias de comunicação revolucionaram a nossa forma de nos relacionarmos uns com os outros. Fizeram com que todos os habitantes da “aldeia global” ficassem em rede e pudessem partilhar ideias, opiniões, perspetivas, teorias, apreciações, observações, críticas positivas e negativas… Tudo isto pode ser profundamente enriquecedor: pode aproximar-nos de pessoas com outras experiências e vivências, ajudar-nos a entender a verdade do outro, tornar-nos mais tolerantes, mostrar-nos o sem sentido dos nossos preconceitos, abrir-nos à partilha e à comunhão, oferecer-nos conhecimentos a que de outro modo não teríamos acesso. Mas, em contrapartida, todo esse ruído de fundo de ideias e opiniões que a cada instante invade a nossa vida, pode confundir-nos e interferir com a nossa capacidade de fazermos escolhas convenientes. Levados pela “onda”, vamos assumindo acriticamente, sem nos darmos conta, a ideologia dominante, os “valores” que os líderes de opinião procuram impor, as visões da maioria… Será que tudo isso que a “vaga” tecnológica traz até à nossa “praia” nos conduz no sentido da vida plena, da realização total, da verdadeira felicidade?
- Aquele “sábio” do séc. I a.C. que ouvimos na primeira leitura deste domingo lembra-nos as limitações que são inerentes à nossa condição de seres humanos: a nossa inteligência limitada, a nossa dificuldade em levantarmos os olhos da terra para vermos as realidades de Deus, a nossa dependência de valores materiais e fúteis, a nossa dificuldade em nos apercebermos daquilo que dá sentido pleno à nossa vida. Ele acredita que a única forma de descobrirmos o caminho que leva à vida verdadeira é deixarmo-nos guiar pela sabedoria de Deus. Ora, só se deixa conduzir pela sabedoria de Deus aquele que abandonou qualquer caminho de orgulho e de autossuficiência, a fim de se entregar completamente nas mãos de Deus, disposto a acolher com total confiança e com inteira obediência as indicações de Deus. Como é que nos situamos face a Deus? Que valor e que lugar têm as indicações de Deus na construção da nossa vida?
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 89 (90)
Refrão:
Senhor, tendes sido o nosso refúgio
através das gerações.
Vós reduzis o homem ao pó da terra
e dizeis: «Voltai, filhos de Adão».
Mil anos a vossos olhos são como o dia de ontem que passou
e como uma vigília da noite.
Vós os arrebatais como um sonho,
como a erva que de manhã reverdece;
de manhã floresce e viceja,
à tarde ela murcha e seca.
Ensinai-nos a contar os nossos dias,
para chegarmos à sabedoria do coração.
Voltai, Senhor! Até quando…
Tende piedade dos vossos servos.
Saciai-nos desde a manhã com a vossa bondade,
para nos alegrarmos e exultarmos todos os dias.
Desça sobre nós a graça do Senhor nosso Deus.
Confirmai, Senhor, a obra das nossas mãos.
LEITURA II – Filémon 9b-10.12-17
Caríssimo:
Eu, Paulo, prisioneiro por amor de Cristo Jesus,
rogo-te por este meu filho, Onésimo, que eu gerei na prisão.
Mando-o de volta para ti, como se fosse o meu próprio coração.
Quisera conservá-lo junto de mim,
para que me servisse, em teu lugar,
enquanto estou preso por causa do Evangelho.
Mas, sem o teu consentimento, nada quis fazer,
para que a tua boa ação não parecesse forçada,
mas feita de livre vontade.
Talvez ele se tenha afastado de ti durante algum tempo,
a fim de o recuperares para sempre,
não já como escravo, mas muito melhor do que escravo:
como irmão muito querido.
É isto que ele é para mim
e muito mais para ti, não só pela natureza,
mas também aos olhos do Senhor.
Se me consideras teu amigo,
recebe-o como a mim próprio.
CONTEXTO
A Carta a Filémon é a mais breve e pessoal das cartas de Paulo. É endereçada a Filémon, um homem de elevada posição social convertido por Paulo, aparentemente um membro destacado da comunidade cristã da cidade de Colossos, na Ásia Menor.
A partir dos dados da carta, podemos reconstruir as circunstâncias em que o texto aparece. Onésimo, um escravo de Filémon, fugiu de casa do seu senhor. Sem que saibamos pormenores, o fugitivo chegou até Paulo, ligou-se a ele e tornou-se cristão. Paulo, que nessa altura estava na prisão (não sabemos se em Éfeso ou se em Roma), fê-lo seu colaborador e manteve-o junto de si. No entanto, a situação podia tornar-se delicada se Filémon se ofendesse com Paulo; e, do ponto de vista legal, ao dar guarida a um escravo fugitivo, Paulo era cúmplice de uma grave infração ao direito privado. Enfim, Onésimo corria o risco de ser preso, devolvido ao seu senhor e severamente castigado.
Paulo, consciente de tudo isto, resolve enviar Onésimo a Filémon. Onésimo, o escravo que volta para o seu senhor, é portador de uma carta de Paulo em que este explica a Filémon a situação e lhe pede que acolha novamente Onésimo, já não como um escravo, mas como um irmão muito querido. Com delicadeza Paulo insinua mesmo a Filémon que, sendo possível, lhe devolva Onésimo, já que este lhe vem sendo de grande utilidade. Contudo, Paulo não impõe nada: deixa a decisão nas mãos de Filémon.
Esta carta particular é um texto muito belo. Nela podemos ver, ao vivo e a cores, o coração de Paulo.
MENSAGEM
Paulo intercede junto Filémon pelo escravo fugitivo Onésimo, o “filho” que Paulo gerou para a fé enquanto estava na prisão. Com a autoridade que lhe vem da idade, da sua condição de apóstolo e da sua situação de prisioneiro por causa de Cristo, Paulo poderia ditar a Filémon o que ele deve fazer em relação a Onésimo; mas prefere apelar à sua caridade.
Paulo teria gostado de conservar Onésimo consigo, não para o serviço de escravo, mas para o serviço do Evangelho; mas não o quis fazer sem o consentimento de Filémon. Filémon tem agora a possibilidade de fazer, com inteira liberdade, o que o seu coração lhe ditar, para bem de todos. Deus escreve direito por linhas tortas; a fuga de Onésimo talvez tenha servido para que Filémon o pudesse recuperar para sempre, agora já não como escravo, mas como irmão muito querido. Se Filémon se considera em comunhão com Paulo, deve receber Onésimo com o apreço e amor que sente pelo próprio apóstolo.
A questão do escravo Onésimo é, antes de mais, um problema privado; mas é, para além disso, um problema com um alcance eminentemente eclesial, que deve ser resolvido a partir desse valor fundamental da ética cristã que é o amor. Para Paulo, o amor deverá ser a suprema e insubstituível norma que dirige e condiciona os comportamentos, as atitudes e as decisões dos crentes. Ora, o amor tem consequências bem práticas, que os membros da comunidade cristã não podem olvidar: implica o ver em cada homem um irmão, independentemente da sua raça, da sua cor, ou do seu estatuto social. Por isso, Paulo solicita a Filémon que receba Onésimo não como o que era antes (um escravo), mas sim como aquilo que é agora, um irmão em Cristo.
O problema da escravatura, subjacente a este texto, deve ter-se posto, desde muito cedo, à comunidade eclesial. Contudo, os cristãos cedo perceberam que a solução para esse problema não estava na violência ou na revolta, mas no levar até às últimas consequências a fraternidade que une todos os homens e que resulta do facto de todos serem filhos de Deus e irmãos em Cristo. Só o amor pode mudar os corações e as mentalidades, de forma a acabar com a exploração do homem pelo homem. A conversão ao amor – exigência fundamental para integrar a comunidade de Jesus – exige o reconhecimento da igualdade fundamental de todos os homens (“sem distinção entre judeu ou grego, entre escravo ou homem livre, entre homem ou mulher, porque todos são um só em Cristo Jesus”, dirá Paulo – Gl 3,28). A partir do amor, o “dono” do escravo descobre a igualdade profunda de todos os homens, filhos do mesmo Pai e irmãos em Cristo; a partir do amor, o “escravo” descobre a sua dignidade de ser humano. É esta a grande revolução cristã.
INTERPELAÇÕES
- Onésimo é um escravo; pertence aos últimos da sociedade, ao enorme contingente dos que não têm direitos nem voz. Fugiu da casa do seu senhor; quem o acolher pode ser condenado como seu cúmplice. Apesar de tudo isso, Paulo acolhe Onésimo, interessa-se pela sua sorte, anuncia-lhe a Boa Notícia de Jesus, fá-lo nascer para a fé, trata-o como “o filho” que gerou na prisão. Paulo consegue ver naquele escravo sem direitos civis um ser humano revestido de dignidade. São muitos os “onésimos” que todos os dias se cruzam connosco. Talvez tenham o rosto de um sem abrigo, ou de um imigrante sem papéis, ou de um idoso sem família, ou de um doente em fase terminal, ou de um ex-recluso que tenta integrar-se novamente na sociedade, ou de um “agarrado” pela droga ou pelo álcool… Conseguimos “ver” a dignidade desses irmãos e dessas irmãs que jazem na berma dos caminhos que percorremos? O que fazemos por eles? Tratamo-los como irmãos?
- Paulo pede a Filémon que acolha Onésimo não como escravo, mas “como irmão muito querido”. O projeto de Deus para o mundo e para os homens não previa senhores e escravos; previa a igualdade fundamental de todos, previa uma comunidade de “irmãos” com direitos iguais e igual dignidade. Nós conhecemos o projeto de Deus; mas ainda não o levamos a sério. Continuamos a construir o nosso bem-estar a partir de práticas e estruturas que geram escravidão e sofrimento. No nosso “civilizado” séc. XXI, temos redes organizadas de tráfico de pessoas; exploram-se imigrantes clandestinos, obrigando-os a trabalhar por salários miseráveis e dando-lhes condições de alojamento infra-humanas; comerciamos e consumimos sem problemas de consciência produtos que resultam do trabalho escravo; aceitamos como uma inevitabilidade que muitos trabalhadores humildes sejam tratados com arrogância e prepotência pelos seus “patrões”; distinguimos, quanto à remuneração, o trabalho dos homens e das mulheres… Como vemos tudo isto? Qual a nossa responsabilidade em tudo isto? Como tratamos aqueles que estão sob a nossa dependência, incluindo as pessoas da nossa família: são, para nós, “iguais”, ou os nossos “escravos”?
- Paulo põe o amor no centro de toda a experiência cristã. Ele acredita, na linha de Jesus, que o amor é o valor fundamental na construção de um mundo renovado. A injustiça, a exploração dos seres humanos, a escravatura, a guerra, não desaparecerão através do recurso a métodos violentos. Os métodos violentos só servirão para substituir uns senhores por outros senhores, uns escravos por outros escravos, uns sofredores por outros sofredores. A construção de um mundo mais feliz e fraterno só acontecerá com a conversão dos corações ao amor. Quando essa conversão se der e nascer a civilização do amor, teremos finalmente um mundo mais humano, mais justo, mais pacífico. É esta também a nossa convicção? Estamos disponíveis para nos convertermos ao amor e sermos arautos – com palavras e gestos – de um mundo mais fraterno?
ALELUIA – Salmo 118 (119), 135
Aleluia. Aleluia.
Fazei brilhar sobre mim, Senhor, a luz do vosso rosto
e ensinai-me os vossos mandamentos.
EVANGELHO – Lucas 14,25-33
Naquele tempo,
seguia Jesus uma grande multidão.
Jesus voltou-Se e disse-lhes:
«Se alguém vem ter comigo,
sem Me preferir ao pai, à mãe,
à esposa, aos filhos, aos irmãos, às irmãs
e até à própria vida,
não pode ser meu discípulo.
Quem não toma a sua cruz para Me seguir,
não pode ser meu discípulo.
Quem de entre vós, que, desejando construir uma torre,
Não se senta primeiro a calcular a despesa,
para ver se tem com que terminá-la?
Não suceda que, depois de assentar os alicerces,
se mostre incapaz de a concluir
e todos os que olharem comecem a fazer troça, dizendo:
‘Esse homem começou a edificar,
mas não foi capaz de concluir’.
E qual é o rei que parte para a guerra contra outro rei
e não se senta primeiro a considerar
se é capaz de se opor, com dez mil soldados,
àquele que vem contra com ele com vinte mil?
Aliás, enquanto o outro ainda está longe,
manda-lhe uma delegação a pedir as condições de paz.
Assim, quem de entre vós não renunciar a todos os seus bens,
não pode ser meu discípulo».
CONTEXTO
Jesus está a percorrer a caminho que leva da Galileia a Jerusalém, rodeado pelos seus discípulos. Prepara-se para encontrar os líderes judaicos da capital e para os confrontar com a proposta do Reino de Deus. Ao longo do caminho, muitas pessoas vêm ter com Ele e demoram-se a escutá-l’O. Algumas, entusiasmadas com a sua pregação sobre o Reino de Deus e com os seus gestos poderosos, querem segui-l’O, propõem-se integrar o Seu grupo de discípulos.
Jesus quer assegurar que esses candidatos a discípulos sabem no que se vão meter. Ele não está interessado em gente que adere por um impulso momentâneo de entusiasmo, mas que depois não tem a força e a persistência necessárias para levar até ao fim o desafio do Reino de Deus. Para evitar mal-entendidos, Jesus indica um conjunto de condições que são necessárias para O seguir. São condições bastante duras, plenas de radicalidade, pois o caminho do Reino é um caminho bem difícil. Jesus em nenhum momento “vende” otimismos fáceis ou suaviza as suas exigências. Ele não está preocupado com o número dos que O seguem; mas quer que todos os que decidem ir atrás d’Ele tenham, desde o início, as coisas bem claras. Há quem chame a este texto o “discurso sobre o discipulado”. A maioria dos “ditos” que entram na sua composição são exclusivos de Lucas.
MENSAGEM
Jesus elenca três exigências fundamentais que devem ser tidas em conta por todos aqueles que se propõem seguir o “caminho do discípulo”. Todas elas implicam a renúncia a qualquer coisa, a fim de centrar a própria vida em Jesus e na sua proposta do Reino de Deus.
A primeira pede a renúncia à própria família (vers. 26). Na afirmação atribuída a Jesus aparece um verbo que, neste contexto, soa de forma estranha: “odiar” (“misséô”). O que é que Jesus pretende dizer quando exige que os seus discípulos “odeiem” o pai, a mãe, a esposa, os filhos, os irmãos, as irmãs e até a própria vida? Há quem pretenda que o verbo “odiar” foi aqui utilizado para substituir a forma comparativa, que em hebraico não existe. Nesse caso, deveria traduzir-se o verbo “misséô” como “amar menos”. O seguimento de Jesus implicaria o deixar em segundo plano todas as relações familiares, inclusive as mais queridas. Num contexto onde as relações familiares implicavam laços muito fortes, deixar a família em segundo lugar implicaria, mesmo assim, uma grande renúncia. Mas há também que entenda o verbo “misséô” num sentido mais radical: como rompimento total com o entorno familiar, sempre que os laços familiares são um obstáculo ao seguimento de Jesus. Jesus teria em vista, ao dizer isto, aqueles casos em que a família se oporia à adesão de um dos seus membros ao projeto do Reino. Nessas circunstâncias, seria necessário romper radicalmente com a família para seguir Jesus.
A segunda pede a renúncia a si próprio (vers. 27). Também neste caso a expressão usada por Jesus é extremamente forte: “quem não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo”. O que é que significa “tomar a cruz”? A cruz sintetiza toda a vida de Jesus. Desde o momento em que veio ao encontro dos homens, Jesus fez da sua vida um dom de amor. Viveu para cumprir o projeto do Pai, dando-se por amor em favor de todos, especialmente dos últimos, dos mais humildes e desprezados. Esse caminho levou-O ao confronto com as autoridades judaicas e, portanto, à cruz. E foi precisamente na cruz que Ele realizou o dom total de si próprio, a sua entrega até ao extremo. Toda a sua vida dada converge para a cruz; e a cruz torna-se a expressão radical de uma vida vivida em registo de amor, de dom total. “Tomar a cruz” e seguir Jesus é não viver para si próprio, correndo atrás de opções egoístas, privilegiando os próprios projetos pessoais, defendendo os seus interesses, o seu bem-estar, a sua segurança; “tomar a cruz” é seguir os passos de Jesus e fazer da própria vida um dom de amor a Deus e aos irmãos.
A terceira pede a renúncia aos bens materiais (vers. 33). Jesus diz: “quem de entre vós não renunciar a todos os seus bens, não pode ser meu discípulo”. Ele tem razão: quando a obsessão dos bens materiais toma conta do coração do homem, este torna-se escravo do “ter” e desliga-se de tudo o resto; o amor, a partilha, a fraternidade passam a ser palavras sem qualquer significado; os bens materiais tornam-se o valor supremo, subalternizando todos os outros valores; a preocupação fundamental do homem passa a ser acumular mais e mais; a vida do homem passa a construir-se à volta de uma lógica que não é a lógica do Reino de Deus. “É mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus” (Lc 18,25) – dirá Jesus noutra ocasião.
As exigências que Jesus põe não são negociáveis. Suavizá-las seria pôr em risco o projeto do Reino de Deus. Exigem decisões fortes, compromissos firmes, passos ousados. Por isso, os candidatos a integrar a comunidade dos discípulos, antes de se comprometerem, devem pensar bem se são capazes de percorrer tal caminho. Para deixar isto bem claro, Jesus recorre a duas pequenas parábolas. A primeira conta a história de um homem que quis construir uma torre sem calcular os gastos necessários, mas depressa constatou que não tinha dinheiro para concluir a obra (vers. 28-30). A segunda refere-se a um rei que partiu para a guerra contra outro rei sem calcular se conseguiria, com forças inferiores, opor-se ao adversário que vinha contra ela com um exército mais numeroso (vers. 31-32). O homem que desiste de construir a sua torre depois de ter lançado os alicerces e o rei que desiste do combate antes de avistar as tropas inimigas, fazem figuras deploráveis; quem começa a percorrer o caminho do Reino mas desiste após as primeiras dificuldades, deixa uma má imagem de si próprio e defrauda as expetativas de todos os que testemunharam a sua opção.
INTERPELAÇÕES
- Talvez o mais impressionante neste texto seja a absoluta primazia que, na perspetiva de Jesus, o Reino deve assumir na vida dos discípulos. Ser discípulo de Jesus é ir atrás d’Ele no caminho do Reino, sem desculpas, sem cedências, sem condicionantes, sem transigências, sem meias tintas, sem “paninhos quentes”, sem acomodações fáceis. O Reino de Deus deve ser, para os discípulos de Jesus, a prioridade máxima, a pérola mais preciosa, o “tesouro escondido” pelo qual vale a pena deixar tudo o resto. É possível que esta radicalidade nos faça hesitar. Nós não estamos habituados a tal exigência, nem gostamos que nos coloquem sobre os ombros tanta pressão. Gostamos de caminhos que não exijam muito de nós, de soluções de compromisso, de propostas que não ponham em causa o nosso bem-estar, de indicações que não nos tirem da nossa zona de conforto, de direções que não nos obriguem a passar pela cruz. Como nos situamos face a tudo isto? Estamos, apesar de tudo, decididos a apostar em Jesus e na sua proposta? Sentimo-nos discípulos que caminham incondicionalmente atrás de Jesus? Que lugar ocupa o Reino de Deus e a sua justiça na nossa lista de prioridades?
- Tudo isto nos faz pensar na forma como, no dia a dia, os cristãos vivem a sua fé e como, nas nossas comunidades cristãs, se faz pastoral. Talvez o nosso exercício pastoral esteja, muitas vezes, mais direcionado para congregar grandes massas, do que para fazer discípulos de Jesus. Entusiasmamo-nos com acontecimentos religiosos que reúnem grandes multidões; ficamos orgulhosos quando podemos apresentar números elevados de batismos, de comunhões, de casamentos, de crismas, de confissões; sentimo-nos felizes com o número de pessoas que enchem as ruas das nossas cidades quando organizamos solenes procissões… Tudo isso tem, sem dúvida, o seu lugar nas nossas concretizações pastorais; mas a nossa preocupação primordial não deveria ser ajudar as pessoas a encontrar-se com Jesus, a conhecê-l’O, a segui-l’O, a colaborar com Ele na construção do Reino de Deus? Quando alguém se apresenta num dos nossos cartórios paroquiais para “marcar” um batizado ou um casamento, temos o cuidado de a ajudar a perceber que a receção do sacramento só faz sentido se ela está disposta a comprometer-se no seguimento de Jesus?
- Dentro do quadro de exigências que Jesus apresenta àqueles que querem percorrer o caminho do discipulado, sobressai a exigência de O preferir à própria família (“se alguém vem ter comigo, sem Me preferir ao pai, à mãe, à esposa, aos filhos, aos irmãos, às irmãs e até à própria vida, não pode ser meu discípulo”). Não é de ânimo leve que ouvimos isto. Sentimos até que Jesus, ao pedir-nos tal coisa, está a pedir demais, está a esticar demasiado a corda. O amor que sentimos pelas pessoas que nos são mais queridas parece-nos algo do qual não podemos nem devemos prescindir. Na verdade, Jesus não está a exigir que, sem mais, cortemos os laços com aqueles que amamos; está, com a linguagem peculiar dos pregadores da época, a dizer-nos que os laços afetivos, por mais sagrados que sejam, não devem afastar-nos dos valores do Reino de Deus. Pode acontecer que, em algum caso, alguém a quem estamos ligados por laços de família ou de amizade pretenda afastar-nos dos valores do Reino de Deus; nesse caso, segundo Jesus, devemos dar a primazia ao Reino de Deus. Já nos aconteceu, em alguma circunstância, termos de optar entre os valores de Jesus e as exigências de pessoas a quem estamos ligados por laços de afeto? Qual foi a nossa escolha?
- Outra exigência que Jesus faz aos candidatos a discípulos é a renúncia a si próprio e o tomar a cruz do amor, do serviço, do dom da vida (“quem não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo”). Trata-se de uma exigência que toca o âmago do nosso ser e que muda radicalmente o ângulo a partir do qual nós entendemos e construímos a nossa existência. “Tomar a cruz” é viver como Jesus. Ora, “viver como Jesus” é renunciar a construir a vida com chave de egoísmo, de autossuficiência, de ambição, de preocupação exclusiva com o próprio interesse pessoal; “viver como Jesus” é entregar a própria vida nas mãos de Deus, obedecer-Lhe, dar prioridade absoluta à concretização do projeto que Ele tem para o mundo e para cada homem; “viver como Jesus” é fazer da própria vida um dom de amor e amar, servir, cuidar dos irmãos que a cada instante se cruzam connosco nos caminhos da vida, especialmente os mais frágeis, os mais pequenos, os mais abandonados. Talvez o “viver como Jesus” não seja, para muitos dos nossos contemporâneos, um sentido de vida muito popular; mas é ainda hoje, como o foi sempre, o único caminho que os discípulos de Jesus devem percorrer. É nesta direção que temos andado a caminhar?
- Uma terceira exigência de Jesus pede aos candidatos a discípulos a renúncia aos bens (“quem de entre vós não renunciar a todos os seus bens, não pode ser meu discípulo”). Mas Jesus não sabe que necessitamos dos bens para viver? Ele não quer que vivamos dignamente, sem cairmos numa miséria que nos rouba a dignidade? Jesus sabe que necessitamos dos bens materiais para termos uma vida digna; mas também sabe que, com facilidade, nos apegamos aos bens materiais e nos tornarmos escravos deles. Quando isso acontece, perdemos o controle da nossa vida. Os bens materiais tornam-se o nosso “deus”. Esquecemo-nos de que os bens que Deus colocou à nossa disposição se destinam a todos os nossos irmãos; tornamo-nos indiferentes à sorte dos pobres; interessamo-nos apenas em juntar mais e mais, numa história de ambição e de avareza que nos isola, nos embrutece e nos desumaniza. A obsessão com os bens materiais subverte completamente a lógica do Reino de Deus, que é uma lógica de partilha, de dom, de fraternidade. Por isso, o apego aos bens materiais nunca poderá ser um elemento constitutivo do caminho do discípulo. Que lugar é que os bens materiais desempenham na nossa vida?
- Segundo parece, Jesus nunca se preocupou em ter um grande número de seguidores. O que Ele queria é que os seus discípulos – muitos ou poucos – interiorizassem os valores do Reino e que os vivessem de forma coerente e comprometida. Para Jesus, não valia tudo; o caminho do discipulado não é um caminho de facilidade. Por isso, Ele até pedia aos candidatos a discípulos que pensassem bem se se sentiam com forças para embarcar na aventura do Reino de Deus. Entretanto, passaram-se dois mil anos; o mundo mudou e nós temos uma outra compreensão das coisas. Não será altura de afrouxarmos algumas das exigências de Jesus para facilitarmos o envolvimento de mais pessoas no caminho da fé? A verdade é que as exigências de Jesus continuam válidas. Suavizá-las, atenuá-las, apresentá-las numa versão “light” poderá significar trairmos o Evangelho de Jesus. Aliás, nem sequer é certo que o afrouxamento das exigências se traduza numa maior adesão ao Evangelho: o que tantas vezes desanima as pessoas e as afasta da comunidade do Reino, não é a exigência, mas é o comodismo, a vulgaridade, o pouco compromisso, a falta de seriedade que veem na Igreja de Jesus. Como vemos isto e como nos situamos face a isto?
ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS PARA O 23.º DOMINGO DO TEMPO COMUM
(adaptadas, em parte, de “Signes d’aujourd’hui”)
1. A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 23.º Domingo do Tempo Comum, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.
2. CONVIDAR A CONTEMPLAR A CRUZ.
Se houver uma cruz bem situada, pode-se enfeitá-la com flores ou iluminá-la com um projetor… No momento penitencial, o presidente da assembleia pode convidar os fiéis a olhar para a cruz… Pode ainda aproveitar todo esse simbolismo durante a homilia.
3. ORAÇÃO NA LECTIO DIVINA.
Na meditação da Palavra de Deus (lectio divina), pode-se prolongar o acolhimento das leituras com a oração.
No final da primeira leitura:
“Pai do céu, quem pode descobrir as tuas intenções e descobrir a tua vontade? Mas nós podemos bendizer-Te por Jesus, por quem comunicaste a tua Sabedoria, e pelo Espírito Santo, que Tu nos deste.
Nós Te pedimos pelos pais e educadores, catequistas e pregadores. Que o teu Espírito seja a sua Sabedoria, que Ele os sustente e os guie”.
No final da segunda leitura:
“Deus nosso Pai, nós Te damos graças pelo batismo, que é um novo nascimento. Por ele deste-nos a vida no teu Filho Jesus.
Nós Te pedimos pelos mediadores e conciliadores, que se dedicam a restaurar o diálogo nos conflitos profissionais e noutros conflitos. Pelo teu Espírito, orienta os nossos pensamentos e os nossos esforços na procura da conciliação”.
No final do Evangelho:
“Deus nosso Pai, como bom empreendedor Tu construíste pacientemente a nova torre que nos liga a Ti e une o céu e a terra. Colocaste as fundações e pelo teu Espírito acabas em nós a obra começada.
Nós Te pedimos por todos nós, teu povo, que chamas a seguir-Te. Confiamos-Te todos aqueles que levam cruzes pesadas”.
4. BILHETE DE EVANGELHO.
O que Jesus critica nos dois heróis das parábolas é o facto de não terem tomado tempo para se sentar. Ora, Ele propõe estas duas parábolas no momento em que convida os seus discípulos a segui-l’O sem condições, e mesmo a levar a sua cruz, isto é, a aceitar as provas que seguirão ao seu compromisso. Quer dizer que, antes de seguir Jesus, é preciso reservar tempo para a reflexão. Jesus não esconde as exigências, mas é preciso perguntar porque O seguimos, até onde O podemos seguir. É a maneira de Jesus respeitar a liberdade do homem. Ele não quer discípulos que decidem segui-l’O sem mais nem menos. Ele não pede a mesma coisa a toda a gente, mas a cada um Ele pede para segui-l’O em função dos seus carismas. Mais uma razão para nos sentarmos e perguntar: quais são os meus carismas que quero pôr ao serviço do Reino?
5. À ESCUTA DA PALAVRA.
Podemos ainda comentar esta página do Evangelho? Jesus, decididamente, é demasiado duro, as suas exigências demasiado radicais: “Se alguém vem ter comigo, sem Me preferir ao pai, à mãe, à esposa, aos filhos, aos irmãos, às irmãs e até à própria vida, não pode ser meu discípulo… Quem de entre vós não renunciar a todos os seus bens, não pode ser meu discípulo». Sem contar com este convite ao sofrimento: “Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo”. Parece que Jesus quer desencorajar quem quer ser seu discípulo. Como compreender? Primeiro, é preciso compreender que Lucas escreve o seu Evangelho num contexto de perseguições. Alguns cristãos preferiam morrer a renegar a sua fé. Outros, talvez os mais numerosos, escolhiam colocar, pelo menos momentaneamente, a sua fé entre parêntesis para salvar os seus bens, a sua família e a sua própria vida. São Lucas quis, não tanto condenar estas fraquezas na fé, mas sobretudo dar um forte encorajamento àqueles que se mantinham firmes na fé, até à morte. Eram esses, os mártires, que tinham razão em seguir Jesus até no mistério da sua morte na cruz. O que nos podem estas palavras dizer hoje? O nosso mundo é duro em tantos domínios. Por exemplo, talvez não se possa dizer que o sentido do casamento e da família, o valor da palavra dada para ser fiel ao seu marido, à sua esposa, sejam referências maiores da nossa cultura. Querer, neste mundo, ter em conta estes valores não somente “espirituais”, mas propriamente cristãos, fazer referência ao Evangelho, afirmar-se como crente em Jesus, numa sociedade “descristianizada”, não é evidente hoje. A maior parte tomou as suas distâncias em relação a Deus, à fé cristã. Então, a palavra de hoje é-nos dada para nos despertar e, ao mesmo tempo, para nos encorajar. Aqueles que, apesar de tudo e contra tudo, continuam a dar um lugar importante na sua vida a Jesus, têm razão. O Evangelho de hoje é um convite urgente a mantermo-nos na nossa fé, por mais que isso custe!
6. ORAÇÃO EUCARÍSTICA.
Pode-se escolher a Oração Eucarística III que evoca, particularmente, a oblação de Cristo.
7. PALAVRA PARA O CAMINHO…
Como O seguimos? No caminho, grandes multidões à procura de Jesus, com interesses muito variados! Era ontem! E nós, hoje, como o seguimos? Como um líder político? Uma estrela da canção? Um ídolo do futebol? “Jesus voltou-Se”, indicando claramente os desafios. Tornar-se seu discípulo é uma questão de preferência absoluta, num caminho que passa pela cruz.
UNIDOS PELA PALAVRA DE DEUS
PROPOSTA PARA ESCUTAR, PARTILHAR, VIVER E ANUNCIAR A PALAVRA
Grupo Dinamizador:
José Ornelas, Joaquim Garrido, Manuel Barbosa, Ricardo Freire, António Monteiro
Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)
Rua Cidade de Tete, 10 – 1800-129 LISBOA – Portugal
www.dehonianos.org