26º Domingo do Comum – Oh feliz culpa!

Um dos pontos mais desconcertantes e, ao mesmo tempo, mais deliciosos, dos ensinamentos de Jesus é que Deus está mais perto dos pecadores do que dos santos… e que os publicanos e as mulheres de má vida irão diante dos bons para o Reino Celeste.
Anthony de Mello explicava assim esta verdade:
Deus segura cada pessoa por um barbante invisível. Cada vez que nós pecamos, cortamos esse fio mas Deus volta a emendar tudo com um nó cego. Como o barbante fica mais curto, por causa deste nó, nós ficamos também um pouco mais perto de Deus.
E assim cada pecado faz um corte e a cada corte corresponde um nó e cada nó leva-nos até mais perto de Deus.
Pecar é fazer uma ruptura, é cortar as relações com Deus, connosco mesmos, com os outros ou com as coisas. É dizer uma coisa e fazer outra, é ser quem não se é.
Arrepender-se é apresentar a Deus as pontas do barbante para que Ele possa atá-las de novo. Perdoando, Deus reata uma relação e manifesta a sua misericórdia. Se eu não pecasse, ou não reconhecesse o meu pecado, Deus não teria ocasião de mostrar que é misericordioso.
E no fim de tudo podemos dizer como Santo Agostinho: Oh feliz culpa… que nos aproximou mais de Deus.

Pe. José David Quintal Vieira, scj
davidvieira@netmadeira.com