A Virgem Maria no mistério do Natal

No tempo do Natal, celebramos a maternidade virginal, a maternidade divina e salvífica da Theotokos (cf. Marialis cultus, n. 5). Protagonista do mistério da Encarnação e do Nascimento do Salvador, Maria está presente nas orações da Igreja no Natal e na sua oitava. A 1 de janeiro celebra-se Santa Maria, Mãe de Deus.

A Igreja bizantina celebra a Mãe de Deus logo a 26 de dezembro, enquanto outras igrejas celebram as “congratulações” e os “parabéns” à Mãe de Deus, pelo nascimento do seu Filho, com textos cheios de encanto como os de Efrém, o sírio, compositor de hinos e teólogo do século IV.

A Igreja do Oriente recorda a ligação entre Maria, a Eucaristia e a Incarnação, que permitem aos fiéis alimentar-se do Verbo Incarnado.  Na anáfora de S. Basílio, canta-se este tropário antes da consagração:

“Em ti se alegra, ó recetáculo da graça, toda a criatura, o coro dos Anjos e o género humano. Templo santificado e paraíso terrestre, Glória da Virgindade; de ti, Deus assumiu carne e se tornou Menino Aquele que é nosso Deus, antes dos séculos. Ele fez do teu ventre o seu trono e tornou-o maior do que os céus”.

No Natal, a Igreja celebra a presença de Maria e procura imitar o seu exemplo como Virgem Mãe (MC nn. 19 e 21).

“Maria é Mãe de Jesus por natureza, e é nossa Mãe por graça. Deu a Jesus a sua vida corporale a sua vida mortal; a nós, deu-nos a nossa vida da graça e da glória, porque nos deu Jesus, o autor da graça; porque ela colaborou com Jesus para nos merecer a graça; porque nos obteve a graça por sua intercessão… Agradeçamos à Mãe de Jesus toda a Glória que deu a Deus pela imitação das virtudes do seu Filho, e especialmente da sua mansidão e humildade. Ofereçamo-nos ao Filho e à Mãe para seguirmos o caminho que eles percorreram, e peçamos à divina Mãe que nos obtenha do seu Filho as graças de que precisamos para o fazer.” (Padre Dehon).

Fernando Fonseca, SCJ

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