O ADVENTO, TEMPO DE MARIA

A memória litúrgica de Maria nasceu com a leitura do evangelho da Anunciação, no IV domingo de Advento. Em Toledo, Espanha, no século VII, surgiu o culto de Nossa Senhora do Ó, ou Nossa Senhora da Expectação, caraterístico do tempo de Advento. Depois do concílio de Trento este culto foi caindo no esquecimento.

Hoje, o Advento recuperou o seu cariz mariano com uma série de elementos como a referência à espera e ao acolhimento do mistério de Cristo em Maria de Nazaré, a Solenidade da Imaculada Conceição, as Leituras bíblicas e o prefácio II das missas, depois do dia 20 de dezembro.

Há também que ter em conta os títulos da Virgem, que aparecem na liturgia do Advento: “Cheia de graça“, “bendita entre as mulheres“, “virgem“, “esposa de José“, “serva do Senhor“, “Mulher nova“, “nova Eva“, “Filha de Sião“, “Virgem do Sim“, “Virgem fecunda“, “Virgem da escuta e do acolhimento“, “Virgem da esperança“.

Maria é a Virgem do Advento. É Aquela que transformou a espera em presença, e a promessa em dom. Maria é a Virgem da Esperança, que antecipou o Marana tha (Vem, Senhor!) da Esposa e acolheu ativamente a presença do Messias; Maria é a Mãe do Verbo Encarnado, é humanidade cúmplice de Deus, que tornou possível a sua entrada definitiva no mundo e na história do homem.

O Padre Dehon escreve: “Consideremos com amor a divina Mãe do Salvador nos seus dias de espera. Ela está verdadeiramente cheia de graça, como o anjo a proclamou: Ave, cheia de graça. Ela leva no seu seio aquele que o apóstolo saúda como cheio de graça e de verdade. Ela leva a plenitude da graça, a esperança de todos os homens e a sua salvação próxima.”. “Quando Maria se entregou pelo Ecce ancilla (Eis a serva!), recebeu a sua graça suprema: O Verbo fez-se carne e habitou no seu seio.”  E continua Leão Dehon: “Maria é Mãe de Jesus por natureza, e é nossa Mãe por graça. Deu a Jesus a sua vida corporal e mortal, deu-nos a nós a nossa vida da graça e da glória, porque nos deu Jesus, o autor da graça; porque ela concorreu com Jesus para nos merecer a graça; porque nos obteve a graça por sua intercessão.”

Fernando Fonseca, SCJ

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