QUARTA-FEIRA DA V SEMANA DO TEMPO COMUM

Do Evangelho segundo S. Marcos (7, 14-23)

Naquele tempo,
Jesus chamou de novo para junto de Si a multidão
e disse-lhes:
“Escutai-Me e procurai compreender.
Não há nada fora do homem
que ao entrar nele o possa tornar impuro.
O que sai do homem é que o torna impuro.
Se alguém tem ouvidos para ouvir, oiça”.
Quando Jesus, ao deixar a multidão, entrou em casa,
os discípulos perguntaram-Lhe o sentido da parábola.
Ele respondeu-lhes:
“Vós também não entendestes?
Não compreendeis que tudo o que de fora entra no homem
não pode torná-lo impuro,
porque não entra no coração, mas no ventre,
e depois vai parar à fossa?”.
Assim, Jesus declarava puros todos os alimentos.

“O que sai do homem é que o torna impuro”. Jesus enfrenta questões legais delicadas para a mentalidade dos judeus piedosos e observantes, mas difere dos mestres de cultura helenista. Não se pode distinguir o que é religioso do que é quotidiano. As coisas do mundo não são “impuras” em si mesmas. São os homens que as podem tornar impuras. A comunidade de Jesus acredita na bondade da criação.

Distinguimos no texto três momentos: o ensinamento de Jesus à multidão; a sentença de Jesus; o ensinamento particular aos discípulos. O mais importante é o comportamento dos homens diante das exigências do reino de Deus. A pureza ou a impureza das coisas depende do coração do homem. É a atitude do homem perante elas, é o uso que faz delas que as podem tornar impuras. A criação é “secular”: pode ser profana e pode ser sagrada. A sacralidade e a pureza vêm ao homem e ao mundo, não de modo automático pelo contacto com determinadas coisas, lugares ou pessoas, mas unicamente através do diálogo e do encontro entre Deus e o homem.

Senhor Jesus, purifica os nossos corações e apoia-nos nas nossas dificuldades.

Pensamento do Padre Dehon

Da queda de Adão, seduzido pelo demónio, saíram o mal e o pecado; da vitória de Jesus sairiam a reparação e a salvação. (ASC 216).

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