SÁBADO DA XXII SEMANA DO TEMPO COMUM

Do Evangelho segundo S. Mateus (6, 1-5)

Passava Jesus através das searas num dia de sábado
e os discípulos apanhavam e comiam as espigas,
debulhando-as com as mãos.
Alguns fariseus disseram:
“Porque fazeis o que não é permitido ao sábado?”.
Respondeu-lhes Jesus:
“Não lestes o que fez David,
quando ele e os seus companheiros sentiram fome?
Entrou na casa de Deus,
tomou e comeu os pães da proposição,
que só aos sacerdotes era permitido comer,
e também os deu aos companheiros”.
E acrescentou:
“O Filho do homem é senhor do sábado”.

“Porque fazeis o que não é permitido ao sábado?”. Lucas apresenta-nos hoje, e nos textos seguintes, algumas polémicas de Jesus com os fariseus acerca do sábado e das práticas permitidas ou não permitidas nesse dia. Impressiona o modo positivo e propositivo como Jesus entra na polémica: tenta desamarrar os seus interlocutores de uma mentalidade excessivamente jurídica, servilmente ligada a aspetos que levaram os fariseus, do tempo de Jesus, a compilar um elenco de 613 preceitos, além dos 10 mandamentos, a que pretendiam ser fiéis. Jesus tenta tirá-los dessa mentalidade lembrando um acontecimento da vida de David: uma opção de liberdade diante de uma tradição que parecia não admitir exceções. David era uma referência para todos, também para Jesus. Mais uma razão para, neste caso, o aceitar como modelo de liberdade perante tradições que, não sendo bem interpretadas, ameaçam sujeitar o homem à lei, em vez de o libertar.
A afirmação final é clara: “O Filho do Homem é Senhor do sábado”. Por um lado, Jesus compara-se a David; por outro lado, afirma a sua superioridade e, implicitamente, enquanto “Senhor do sábado”, a sua divindade.

Senhor, peço-te pelos políticos e legisladores católicos para que não apresentem nem apoiem propostas de leis que se oponham ao teu Evangelho.

Pensamento do Padre Dehon

Jesus quer fazer reinar em todas as nossas relações, privadas e sociais, a caridade do seu divino Coração. Recomenda-nos o respeito, e até a afeição e a oração por todos os que nos governam, mas recorda a estes que nos devem a santa liberdade do bem. (ASC 81).

plugins premium WordPress