Do Evangelho segundo S. Mateus (9, 18-22)
Um dia, Jesus orava sozinho,
estando com Ele apenas os discípulos.
Então perguntou-lhes:
“Quem dizem as multidões que Eu sou?”.
Eles responderam:
“Uns, João Baptista; outros, que és Elias;
e outros, que és um dos antigos profetas que ressuscitou”.
Disse-lhes Jesus:
“E vós, quem dizeis que Eu sou?”.
Pedro tomou a palavra e respondeu:
“És o Messias de Deus”.
Ele, porém, proibiu-lhes severamente
de o dizerem fosse a quem fosse
e acrescentou:
“O Filho do homem tem de sofrer muito,
ser rejeitado pelos anciãos,
pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas;
tem de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia”.
“És o Messias de Deus. O Filho do homem tem de sofrer muito”. Lucas apresenta-nos um relato central da tradição cristã. Ontem escutámos a pergunta de Herodes sobre a identidade de Jesus: “quem é este homem?”. Hoje é Jesus que faz idêntica pergunta aos discípulos:” Quem dizem as multidões que Eu sou?” A resposta do povo mostra que anda no ar a suspeita de um qualquer “mistério”; mas não há quem consiga sair dos esquemas religiosos comuns. A resposta dos discípulos é incompleta e pode ser mal-entendida; por isso, Jesus lhes proíbe falar. Não basta reconhecer Jesus como Messias. Que Messias? Só a cruz afastará qualquer mal-entendido. “O Filho do Homem tem de sofrer muito”: a cruz não foi um acidente de percurso, mas algo querido e planeado por Deus. Esta novidade escandaliza muita gente. A presença salvadora de Deus manifestou-se na cruz, no dom de Si mesmo, livre e por amor. A Ressurreição mostrou que esse dom não foi inútil nem derrotado. Por isso, é sinal de Deus.
É no dom de Si mesmo, que não recua perante o sofrimento e a morte, que está encerrada a vitória de Deus.
Senhor Jesus, que eu acredite verdadeiramente que és o Messias, o Filho de Deus.
Pensamento do Padre Dehon
Jesus prediz aos apóstolos a sua paixão, citando-lhes Isaías e os salmos. Não compreendem. Eram ainda muito terrenos! Acreditavam num reino temporal do Messias. (ASC 184).