ANO B
20.º DOMINGO DO TEMPO COMUM
Tema do 20º Domingo do Tempo Comum
A liturgia do 20.º Domingo do Tempo Comum retoma um tema que tem sido recorrente nos últimos domingos: Deus acompanha cada passo dos seus filhos e filhas e, ao longo do caminho, não cessa de lhes proporcionar o alimento que dá a Vida eterna. Naturalmente, os homens têm de fazer a sua escolha e de acolher esse dom.
A primeira leitura conta-nos uma parábola sobre um banquete preparado pela “senhora sabedoria”, destinado aos “simples” e aos que pretendem vencer a insensatez. É um convite a acolhermos a “sabedoria” de Deus e a construirmos a nossa vida à luz das propostas de Deus.
No Evangelho, Jesus reafirma que o objetivo final da sua missão é oferecer aos homens o alimento da Vida eterna. Para receber essa Vida, os discípulos são convidados a “comer a carne” e a “beber o sangue” de Jesus – isto é, a aderir à sua pessoa, a assimilar o seu projeto, a interiorizar as suas atitudes e os seus critérios de vida, a viver d’Ele. Na celebração da eucaristia, a comunidade de Jesus senta-se com Ele à mesa e recebe d’Ele o alimento que dá Vida.
A segunda leitura lembra aos cristãos a sua opção por Cristo. Exorta-os a não adormecerem, a repensarem continuamente as suas opções e os seus compromissos, a não se deixarem tentar pelo caminho da facilidade e do comodismo, a viverem com empenho e entusiasmo o seguimento de Cristo, a empenharem-se no testemunho dos valores em que acreditam.
LEITURA I – Provérbios 9,1-6
A Sabedoria edificou a sua casa e levantou sete colunas.
Abateu os seus animais,
preparou o vinho e pôs a mesa.
Enviou as suas servas
a proclamar nos pontos mais altos da cidade:
«Quem é inexperiente venha por aqui».
E aos insensatos ela diz:
«Vinde comer do meu pão e beber do vinho que vos preparei.
Deixai a insensatez e vivereis;
segui o caminho da prudência».
CONTEXTO
O “Livro dos Provérbios” apresenta diversas coleções de ditos, de sentenças, de máximas, de provérbios (“mashal”) onde se cristaliza o resultado da reflexão e da experiência (“sabedoria”) de várias gerações de “sábios” antigos (israelitas e alguns não israelitas). O objetivo desses provérbios é definir uma espécie de “ordem” do mundo e da sociedade que, uma vez apreendida e aceite pelo indivíduo, o levará a uma integração plena no meio em que está inserido. Dessa forma, o indivíduo poderá viver sem traumas nem sobressaltos que destruam a sua harmonia interior e o incapacitem para dar o seu contributo à comunidade. Ficará, assim, de posse da chave para viver em harmonia consigo mesmo e com os outros, e assegurará uma vida feliz, tranquila e próspera.
O livro apresenta-se como tendo sido composto por Salomão (cf. Pr 1,1), o rei “sábio”, conhecido pelos seus dotes de governação, pelos seus dons literários, por numerosas sentenças sábias (cf. 1 Re 3,16-28; 5,7; 10,1-9.23) e que se tornou uma espécie de “padrão” da tradição sapiencial… Na realidade, não podemos aceitar, de forma acrítica, essa indicação: a leitura atenta do livro revela que estamos diante de coleções de proveniência diversa, compostas em épocas diversas. Alguns dos materiais apresentados no livro podem ser do séc. X a.C., a época de Salomão (embora isso não nos garanta que venham do próprio Salomão); outros, no entanto, são bem mais recentes.
O texto que nos é proposto como primeira leitura neste vigésimo domingo comum integra uma secção que poderíamos intitular, genericamente, “instruções e advertências” (cf. Pr 1,8-9,18). Trata-se de um conjunto de exortações e de instruções de um pai/educador, convidando o filho a adquirir a “sabedoria”. É dentro desta secção que nos aparece a antítese entre a “senhora sabedoria” e a “senhora insensatez” (cf. Pr 9,1-6.13-18) – um dos textos emblemáticos do “Livro dos Provérbios”. A nossa leitura é, precisamente, a primeira parte da antítese (a apresentação da “senhora sabedoria”).
Segundo os especialistas, esta secção é a parte mais recente do “Livro dos Provérbios” e não pode ser anterior ao séc. IV ou III a.C.. Provavelmente, foi escrita como introdução ao livro quando todas as outras secções já estavam organizadas.
MENSAGEM
Como cenário de fundo desta “parábola” está a questão das opções de vida. Os sábios de Israel acreditam que o homem pode escolher, quando se trata de definir os seus horizontes, entre viver de acordo com a “senhora sabedoria” ou viver de acordo com a “senhora loucura” (que é apresentada também na sequência – cf. Pr 9,13-18). Conforme a opção que fizer, o homem colherá êxito, realização, felicidade, vida ou, em contrapartida, inêxito, fracasso, desgraça, morte.
No texto, a “sabedoria” é apresentada como uma dama importante, diligente e ativa, que construiu uma “casa” (vers. 1) perfeita. Essa “casa” tem, naturalmente, “sete colunas”, pois o número sete é, no universo cultural judaico, o número da plenitude, da perfeição. A “casa” da “senhora sabedoria” é, portanto, uma “casa” onde se pode encontrar a perfeição, a plenitude, a vida, a felicidade.
Nessa “casa”, a “senhora sabedoria” organiza um “banquete”. Prepara comida e vinho em abundância e põe a mesa (vers. 2); depois, envia as suas servas para que proclamem “nos pontos mais altos da cidade”, o convite para participar no banquete (vers. 3). Para os sábios tradicionais, esta “casa” para onde a “dona sabedoria” convida, seria provavelmente a escola onde se ensinava a sabedoria. A “comida” e o “vinho” referir-se-iam ao “alimento sapiencial” aí servido – quer dizer, a essas regras práticas ensinadas nas escolas sapienciais, destinadas a dotar os alunos das qualificações de que necessitavam para enfrentar os problemas do dia a dia, de forma a terem êxito nos seus empreendimentos e a serem felizes.
É preciso dizer, no entanto, que os círculos religiosos de Israel irão rapidamente ultrapassar a perspetiva “profana” da sabedoria, cultivada pelos sábios tradicionais; e irão falar dela como a primeira criação de Deus (cf. Pr 8,22-31), que veio habitar em Jerusalém e deitou raízes no meio do Povo de Deus (Sir 24,7-19), manifestando-se sob a forma concreta da Lei (Sir 24,23-34). Quem aceitar viver de acordo com os mandamentos da Lei, é sábio: terá sucesso na vida, será feliz, encontrará a Vida verdadeira.
Quem são os destinatários do convite feito pela “senhora sabedoria”? São os “simples” (na tradução que nos é proposta no Missal Romano, referem-se “os inexperientes) e os “insensatos” (vers. 4-6). Estes últimos, porém, devem previamente estar dispostos a deixar a insensatez e a seguir o “caminho da prudência”. Os “simples” equivalem aos “pobres” da literatura bíblica: são os pequenos, os humildes, aqueles que não vivem instalados em esquemas de orgulho e de autossuficiência e têm sempre o coração aberto a Deus e às suas propostas. Os “insensatos” que querem seguir o caminho da prudência são aqueles que não se conformam com a sua fragilidade e debilidade e estão dispostos a fazer um esforço no sentido de reformular a sua vida… Uns e outros têm o coração aberto ao convite da “sabedoria” e estão dispostos a acolher os seus dons.
Os ecos da parábola do “banquete da dona Sabedoria” chegaram ao Novo Testamento. Jesus contou, Ele próprio, uma parábola sobre um banquete das núpcias de um filho de um rei (cf. Mt 22,1-14; Lc 14,15-24), para o qual foram convidados os pobres e os marginalizados. É possível que a parábola contada por Jesus tenha sido influenciada pela parábola do “banquete da dona Sabedoria”. Jesus, aquele a quem a catequese primitiva designa como “sabedoria de Deus” (1 Co 1,24), veio ao encontro dos homens para lhes oferecer o “pão vivo descido do céu”, que dará Vida eterna.
INTERPELAÇÕES
- A questão das opções é absolutamente determinante na construção da nossa vida. O que são opções corretas? O que é que determina o êxito ou o fracasso da nossa existência? O que é que nos faz viver uma vida com sentido? Em que caminhos podemos encontrar a nossa felicidade e a nossa realização plena? Todos os dias nos deparamos com mil e uma respostas a estas questões. Os líderes políticos, os publicitários, os “fazedores de opinião”, os agentes dos lobbies, não cessam de nos soprar indicações que, segundo eles, nos garantem o sucesso, o êxito, a realização, a felicidade. Como discernir, no meio desse vendaval de propostas, aquilo que nos ajuda e aquilo que nos prejudica? Em quem acreditar? Para os cristãos, há uma “sabedoria” que não pode ser ignorada: Jesus, a “sabedoria de Deus”. Andaremos bem-avisados se as propostas de Jesus forem o critério decisivo para sabermos o que nos serve e o que não nos serve, aquilo que nos realiza e aquilo que nos prejudica, aquilo que nos traz paz e aquilo que nos rouba a paz, aquilo que nos leva à Vida e aquilo que nos leva à morte. Procuramos conduzir a nossa vida pela “sabedoria” que é Jesus? As palavras e os gestos de Jesus são indicações decisivas para construirmos a nossa vida?
- Os que são admitidos na casa da “dona Sabedoria” e que participam do banquete que ela preparou são os “simples” e os “insensatos que querem deixar a insensatez e seguir o caminho da prudência”. Os “simples” são aqueles que não têm o coração demasiado cheio de si próprio, que não se fecham no orgulho e na autossuficiência, que reconhecem a sua pequenez e finitude e que se entregam com humildade e confiança nas mãos de Deus; os “insensatos que buscam o caminho da prudência” são aqueles que estão dispostos a mudar, que não se conformam com a vida do homem velho e querem ir mais além… Uns e outros são o paradigma de uma determinada atitude: a atitude de abertura aos dons de Deus, de disponibilidade para acolher a Vida de Deus… Como é que nos situamos diante de Deus, das suas indicações e propostas? Reconhecemos a nossa pequenez e a nossa incapacidade para encontrarmos, contando apenas connosco, o caminho para a realização, para a felicidade, para a Vida plena?
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 33 (34)
Refrão: Saboreai e vede como o Senhor é bom.
A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor:
escutem e alegrem-se os humildes.
Temei o Senhor, vós os seus fiéis,
porque nada falta aos que O temem.
Os poderosos empobrecem e passam fome,
aos que procuram o Senhor não faltará riqueza alguma.
Vinde, filhos, escutai-me,
vou ensinar-vos o temor do Senhor.
Qual é o homem que ama a vida,
que deseja longos dias de felicidade?
Guarda do mal a tua língua
e da mentira os teus lábios.
Evita o mal e faz o bem,
procura a paz e segue os seus passos.
LEITURA II – Efésios 5,15-20
Irmãos:
Vede bem como procedeis.
Não vivais como insensatos, mas como pessoas inteligentes.
Aproveitai bem o tempo, porque os dias que correm são maus.
Por isso não sejais irrefletidos,
mas procurai compreender qual é a vontade do Senhor.
Não vos embriagueis com o vinho, que é causa de luxúria,
mas enchei-vos do Espírito Santo,
recitando entre vós salmos, hinos e cânticos espirituais,
cantando e salmodiando em vossos corações,
dando graças, por tudo e em todo o tempo, a Deus Pai,
em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.
CONTEXTO
Éfeso, situada na costa ocidental da Ásia Menor era, na antiguidade, considerada a segunda cidade do Império romano, logo a seguir a Roma. A sua numerosa população, o seu importante porto de mar e o seu templo dedicado a Ártemis (considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo), tornavam-na conhecida em todo o Mediterrâneo.
Paulo esteve em Éfeso mais de dois anos, no decurso da sua terceira viagem missionária. Durante esse tempo ensinou “na escola de Tirano” (At 19,9), propondo a Boa nova de Jesus. Como resultado da ação do apóstolo, nasceu uma comunidade cristã viva e fervorosa, que vivia com entusiasmo o seu compromisso com Jesus. Os laços entre Paulo e os cristãos de Éfeso eram fortes. Ao embarcar para a Palestina, no final dessa viagem missionária, Paulo despediu-se dos representantes da Igreja de Éfeso com um discurso veemente e apaixonado, revelador dos laços que o uniam aos cristãos dessa cidade (cf. At 20,1738).
Estranhamente, a carta aos Efésios é uma carta algo impessoal, onde não aparecem sinais dessa relação forte que unia Paulo à comunidade. Alguns consideram, por isso, que a Carta aos Efésios não seria um texto paulino, mas um texto redigido por um seu discípulo de Paulo, alguns anos após a morte do apóstolo. Muitos consideram, no entanto, que se trataria de uma “carta circular”, redigida por Paulo enquanto estava na prisão (em Cesareia Marítima? Em Roma?) e dirigida a diversas comunidades do ocidente da Ásia Menor, entre as quais se contava também a comunidade cristã de Éfeso.
O texto que nos é proposto como primeira leitura neste vigésimo domingo comum pertence à segunda parte da carta (cf. Ef 4,1-6,20). Nessa “exortação aos batizados”, Paulo retoma alguns dos temas tradicionais do catecismo primitivo e convida os cristãos a deixarem a antiga forma de viver para assumir a nova, revestindo-se de Cristo (cf. Ef 4,17-31), imitando Deus (cf. Ef 4,32-5,2), passando das trevas à luz (cf. Ef 5,3-20). Como cenário de fundo da reflexão paulina está sempre a necessidade de os cristãos deixarem a vida do homem velho, para assumirem a vida do Homem Novo. É neste sentido que devem ser entendidos essas normas práticas de conduta que Paulo apresenta aos seus cristãos no texto que nos é proposto.
MENSAGEM
O texto é antecedido pelo fragmento de um antigo hino cristão que convida os crentes a redescobrirem a luz de Cristo: “desperta, tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo brilhará para ti” (Ef 5,14). Os discípulos de Cristo não podem instalar-se numa fé morna e acomodada; necessitam de revitalizar a cada passo do caminho que percorrem o seu compromisso com Cristo e com as suas propostas. O que é que significa, na perspetiva de Paulo, acordar de novo para a luz, ou viver como “filho da luz”?
Quando encontraram Cristo, os cristãos encontraram a verdadeira sabedoria (cf. 1 Co 1,18-31). Cristo ensinou-os a viver de uma forma nova, mais livre, mais humana, mais feliz. Ora, depois dessa bela experiência, seria bastante estúpido (“como insensatos” – vers. 15) prescindir dos valores que Cristo propôs e voltar aos valores do homem velho. É verdade que os tempos não são favoráveis e não ajudam a que se viva com coerência a própria fé; mas isso não é razão para optar por caminhos que não levam a lado nenhum. O cristão, mesmo em ambientes difíceis e adversos, mantém-se fiel à verdade, dá testemunho daquilo em que acredita, vive de acordo com as recomendações do Senhor Jesus (vers. 16-17).
“Não vos embriagueis com vinho, que leva à vida desregrada, mas deixai-vos encher do Espírito” (vers. 18) – aconselha Paulo. Já o livro dos Provérbios avisava contra “o vinho”, que “morde como uma serpente, pica como uma víbora” e leva a pronunciar “palavras incoerentes” (Pr 23,30-32). O conselho de Paulo pode, à primeira vista, parecer desfasado neste contexto… Mas o “vinho” representa aqui, provavelmente, todos esses valores materiais que seduzem os homens, que os levam ao desregramento, à insensatez, à perda de controle sobre atitudes e comportamentos (inclusive em contextos litúrgicos cristãos – cf. 1 Co 11,220-22); em contrapartida, o Espírito significa a Vida de Deus, essa Vida nova que os crentes receberam no dia do seu Batismo e que deve levá-los a viverem animados por um dinamismo de Vida nova (“como eleitos de Deus, revesti-vos de sentimentos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de paciência, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente” – Cl 3,12-13).
Esses que vivem animados pelo Espírito, devem praticar um culto digno de Deus, “com salmos, hinos e cânticos espirituais” que expressem a gratidão, o louvor, a ação de graças (vers. 19-20). Uma comunidade que se junta à volta de Deus para rezar é uma comunidade vigilante, fraterna, piedosa, ciente dos dons de Deus, que caminha unida na descoberta dos planos de Deus para os homens e para o mundo (vers. 19-20).
INTERPELAÇÕES
- Não resulta fácil vivermos sempre a cem por cento os compromissos que assumimos no nosso batismo. Com o passar do tempo, com o cansaço, com a monotonia, com o desencanto, com as preocupações e problemas que a vida traz, chegam a acomodação, a instalação, a tentação de “deixar correr” e passamos a viver a fé de uma forma “morna”, pouco empenhada, às vezes pouco consentânea com os compromissos que assumimos com Cristo. O autor da Carta aos Efésios diz, a propósito disto, que é uma estupidez termos descoberto e experimentado a Vida verdadeira e deixarmos que o homem velho do egoísmo e do pecado nos domine de novo… Não necessitaremos de “acordar” do sono que nos paralisa e de reencontrar o entusiasmo, a novidade de Deus, o desafio da fé? O que podemos fazer para revitalizar o nosso compromisso com a Vida nova que nos foi oferecida no dia do nosso batismo?
- A todos os instantes somos bombardeados com propostas de valores que, pretensamente, nos asseguram o êxito, o triunfo, a popularidade, a realização, a felicidade. No entanto, já reparamos que muitos vezes os valores que nos “vendem” não fazem mais do que aumentar a frustração e o vazio que enche a nossa vida de nada. O autor da Carta aos Efésios diz-nos para não acolhermos, de forma acrítica, os valores que nos são propostos. A verdadeira sabedoria está em conseguir discernir aquilo que nos ajuda a viver uma vida mais humana e mais digna daquilo que nos traz desilusão e sofrimento. Quais são os valores a que damos importância e que dirigem a nossa vida? Esses valores ajudam-nos a encontrar a paz, a viver uma vida com sentido, uma vida mais feliz e realizada?
- O viver “no Espírito” implica ainda, na perspetiva de Paulo, a oração, o louvor, a ação de graças. Um crente que tem Deus como a coordenada fundamental da sua existência e que se sente chamado a fazer parte da família de Deus é um crente que vive em diálogo contínuo com Deus. É nesse diálogo que ele percebe os planos e os projetos de Deus para si próprio e para o mundo e encontra a coragem para percorrer o caminho da fidelidade e do compromisso. Conseguimos, no meio da azáfama e da tensão em que a nossa vida diária decorre, encontrar tempo e disponibilidade para falar com Deus e para escutar as propostas que Ele nos apresenta? Estamos conscientes dos dons de Deus e respondemos-Lhe com o louvor e a ação de graças?
ALELUIA – Jo 6,56
Aleluia. Aleluia.
Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue
permanece em mim e Eu nele, diz o Senhor.
EVANGELHO – João 6,51-58
Naquele tempo,
disse Jesus à multidão:
«Eu sou o pão vivo que desceu do Céu.
Quem comer deste pão viverá eternamente.
E o pão que Eu hei-de dar é minha carne,
que Eu darei pela vida do mundo».
Os judeus discutiam entre si:
«Como pode ele dar-nos a sua carne a comer?»
E Jesus disse-lhes:
«Em verdade, em verdade vos digo:
Se não comerdes a carne do Filho do homem
e não beberdes o seu sangue,
não tereis a vida em vós.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue
tem a vida eterna;
e Eu o ressuscitarei no último dia.
A minha carne é verdadeira comida
e o meu sangue é verdadeira bebida.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue
permanece em Mim e eu nele.
Assim como o Pai, que vive, Me enviou
e eu vivo pelo Pai,
também aquele que Me come viverá por Mim.
Este é o pão que desceu do Céu;
não é como o dos vossos pais, que o comeram e morreram:
quem comer deste pão viverá eternamente».
CONTEXTO
Jesus está na sinagoga de Cafarnaum. À sua volta estão muitos daqueles que, no dia anterior, tinham sido agraciados com uma refeição de pão e de peixe (cf. Jo 6,1-15). Jesus diz-lhes que devem correr atrás, não do alimento que perece, mas do alimento que dá a Vida eterna (cf. Jo 6,22-58). Fala-lhes também de si próprio como o “pão que desceu do céu para dar Vida ao mundo”; e convida-os a comer desse pão. Também estão ali alguns líderes judaicos (os “judeus”) que recebem com hostilidade as palavras de Jesus.
No trecho do “discurso do pão da Vida” que a liturgia deste vigésimo domingo comum nos serve, Jesus avança um pouco mais e convida os seus interlocutores a comer a sua carne e a beber o seu sangue. São palavras inauditas, impossíveis de ser entendidas pelos interlocutores de Jesus, se as situarmos no cenário da sinagoga de Cafarnaum. Elas só são compreensíveis após a instituição da eucaristia, na última ceia.
Alguns biblistas pensam que este trecho poderia ser uma reflexão da primitiva comunidade cristã, que reinterpretou a primeira parte do “discurso do pão da Vida”, explicitando-a a partir da celebração eucarística posterior. Outros, contudo, pensam que João reelaborou e colocou neste lugar uma série de materiais que estavam inicialmente incluídos no relato da última ceia, mas que foram deslocados para aqui por conveniências teológicas, já que na sua versão da última ceia, o autor do Quarto Evangelho preferiu dar relevo à cena do lava pés (no entanto, dada a relevância que o discurso eucarístico de Jesus assumiu na tradição cristã, João não quis omiti-lo completamente, transladando-o para o lugar que lhe pareceu mais apropriado: o cenário do discurso sobre “o pão descido do céu para dar Vida ao mundo).
Seja como for, o discurso sobre o “pão da vida” (cf. Jo 6,22-58) ficou, no esquema final do Quarto Evangelho, com a seguinte sequência lógica: os homens buscam o pão material; Jesus traz-lhes o “pão do céu que dá vida ao mundo”; e o pão eucarístico realiza, de forma plena, a missão de Jesus no sentido de dar Vida ao homem.
MENSAGEM
Depois de Se declarar “o pão vivo que desceu do céu” para dar aos homens a vida definitiva (vers. 51a), Jesus identifica esse “pão” com a sua “carne” (vers. 51b). A palavra “carne” (em grego: “sarx”) designa a pessoa na sua condição terrena: o ser humano frágil e precário, que vive com a morte física no horizonte. Jesus tornou-se “carne” quando se vestiu da fragilidade e da precariedade dos humanos e veio habitar com os homens (“a Palavra fez-se carne e veio habitar no meio de nós” – Jo 1,14). Jesus incarnado é o “pão” que desceu do céu e se fez pessoa humana para nos mostrar, com as suas palavras, com os seus gestos, com o seu amor até ao extremo, com a sua entrega na cruz, como é que devemos viver. Jesus, o “pão” descido do céu, tornou-se pessoa (“carne”) para nos dar Vida. Segundo Jesus, esse pão (“carne”) deve ser comido, a fim de se tornar fonte de Vida eterna.
Os “judeus” não entendem as palavras de Jesus (vers. 51). Quando Jesus Se apresentou como “pão vivo descido do céu para dar a vida ao mundo”, eles entenderam que Ele pretendia ser uma espécie de “mestre de sabedoria” que trazia aos homens palavras sábias, palavras de Deus (também isso eles tinham dificuldade em aceitar; mas, pelo menos, entendiam aonde Ele queria chegar). Mas agora Jesus fala em “comer” a sua “carne”. O que significa isto? Convenhamos que são palavras difíceis de entender, se não nos colocarmos numa perspetiva eucarística; por isso, os “judeus” não as entendem (quem as entende é a comunidade de João, que as lê tendo em conta a prática da celebração eucarística e o seu significado).
Na sequência, Jesus reitera a sua afirmação, desta vez com mais desenvolvimentos: Ele não só vai dar a “comer” a sua carne, mas também a beber o seu sangue; e quem os aceitar recebe vida definitiva (vers. 53). A referência à “carne” é, como já vimos, a maneira de expressar a realidade de Jesus enquanto ser humano que veio ao nosso encontro para nos mostrar, com as suas palavras, com os seus gestos, com o seu estilo de vida, com a sua forma de acolher e cuidar dos mais frágeis, com o seu amor até ao extremo, como é que nós devíamos viver. A referência ao “sangue” coloca-nos no contexto da paixão de Jesus e leva-nos a contemplar aquele momento supremo da sua entrega, até à última gota de sangue, por amor. “Carne” e “sangue” resumem uma vida vivida em registo de entrega, de doação, de amor até ao extremo. Ora, é essa realidade que se manifestou em cada passo da vida de Jesus e, de forma radical, na cruz, que Ele convida a “comer” e a “beber”, isto é, a “interiorizar”, a “assimilar”.
Jesus não está, naturalmente, a falar do seu corpo físico. A sua carne e o seu sangue não se podem comer ou beber materialmente. Está a pedir, simplesmente, que os seus discípulos assimilem essa vida de amor, de dom, de entrega, que Ele mostrou na sua pessoa – nos seus gestos, no seu amor, na sua doação aos homens – e que teve a sua expressão mais radical na cruz quando, por amor, ofereceu totalmente a sua vida, até à última gota de sangue. Para terem Vida, os discípulos de Jesus têm de se alimentar d’Ele, de se nutrirem do seu alento vital, de interiorizar as suas atitudes e os seus critérios de vida. Quem “assimilar” essa Vida e aceitar viver da mesma forma – no amor e no dom total da vida, até à morte – terá Vida plena e definitiva. A Eucaristia é o memorial de tudo isto: da vida, da paixão, da morte e da ressurreição de Jesus. Atualiza esta realidade na comunidade cristã e na vida dos crentes. Esse mesmo Jesus que amou até às últimas consequências, que pôs a sua vida ao serviço dos homens, que Se deu na cruz, oferece-Se como alimento aos seus.
Quem “come” a “carne” de Jesus e “bebe” o seu “sangue”, assimila esta proposta. Compromete-se a viver e a amar como Jesus; e, como Jesus, encontra Vida eterna, Vida que a morte nunca poderá vencer (vers. 54-55). Por outro lado, quem “come” a “carne” de Jesus e “bebe” o seu “sangue”, identifica-se com Ele e torna-se um com Ele (vers. 56). Vive em comunhão íntima com Jesus, em total sintonia com Ele. Mais tarde Jesus, para descrever esta realidade, usará a imagem da videira e dos ramos: o discípulo de Jesus – o que se alimenta da Vida que Jesus oferece – será como um ramo ligado à videira e que dela recebe Vida (cf. Jo 15,1-8).
Outro dos efeitos de “comer a carne” e “beber o sangue” de Jesus é comprometer-se com o mesmo projeto que Ele, por mandato de Deus, procurou concretizar no mundo. A Vida que o discípulo recebe de Jesus empurra-o para testemunhar, com total dedicação, o projeto que o Pai tem para o mundo e para os homens (vers. 57).
Para terminar esta conversa, retoma-se o tema do maná… O alimento dado por Deus ao Povo no caminho do deserto, alimentou fisicamente o Povo em caminhada, mas não lhe assegurou a chegada à terra da liberdade; mas o alimento que Jesus tem para oferecer será, verdadeiramente, alimento de Vida eterna. É desse alimento que nascerá o novo Povo de Deus, esse Povo que se alimenta, na eucaristia, com a “carne” e o “sangue” de Jesus (vers. 58).
INTERPELAÇÕES
- A parte final do “discurso do pão da Vida” (Jo 6,26-58) – precisamente o texto que escutamos neste vigésimo domingo comum – coloca-nos, indubitavelmente, em contexto eucarístico. Leva-nos às palavras e aos gestos de Jesus na última ceia, quando Ele deu aos discípulos o pão e o cálice e os convidou a “comer” o seu corpo e a “beber” o seu sangue (cf. Mc 14,22-25). A eucaristia revive e atualiza a vida, os gestos, as palavras de Jesus, a sua paixão, morte e ressurreição. A eucaristia é uma experiência central para os seguidores de Jesus; a Igreja vive e alimenta-se da eucaristia. Ora, um dos sinais mais graves da crise da fé cristã entre nós é o abandono tão generalizado da eucaristia dominical. Revela indiferença por Jesus, pelo projeto de Jesus, pela Vida que Jesus quer oferecer. Que importância é que a eucaristia assume na nossa vida e na nossa existência cristã? Para nós, a eucaristia é um rito tradicional a que “assistimos” por obrigação, para acalmar a consciência ou para cumprir as regras do “religiosamente correto”, ou é um encontro pessoal e comunitário com esse Jesus que é fonte inesgotável de Vida? O que podemos fazer – inclusive ao nível do ritual eucarístico – para tornar a celebração da eucaristia uma experiência forte, sentida e inolvidável de encontro com Jesus?
- Muito novos ainda, depois de uma preparação mais ou menos conseguida, aproximamo-nos da mesa eucarística e fizemos a “primeira comunhão”. Tinham-nos ensinado que, no momento de comungar, Jesus vinha ao nosso encontro e ficava connosco pela graça do sacramento da eucaristia. Depois disso, entramos numa espiral de comunhões, muitas vezes rotineiras e pouco sentidas. Em cada celebração eucarística, no momento previsto, colocamo-nos distraidamente na fila para cumprir o rito sacramental de receber o pão consagrado e voltamos ao nosso lugar, sem mais consequências nem desenvolvimentos… Como é que sentimos e vivemos o encontro com Jesus feito “pão” para nos dar Vida? O momento em que recebemos Jesus no pão eucarístico é sentido por nós como o momento em que O acolhemos no coração, em que nos abrimos à sua verdade, em que acolhemos o seu Evangelho, em que interiorizamos o seu estilo de vida, em que O colocamos no centro da nossa vida?
- Na Eucaristia, o alimento servido é o próprio Jesus. Quem acolhe (quem “come”) essa Vida que Ele oferece torna-se, portanto, um com Ele. “Comer” cada domingo (ou cada dia) o alimento que Jesus oferece e que é a sua própria pessoa, leva os crentes a uma comunhão total de vida com Ele. É a Vida de Jesus que passa a circular em nós e a animar tudo aquilo que fazemos. Celebrar a Eucaristia é aprofundar os laços familiares que nos unem a Jesus, é identificarmo-nos com Ele. Quando comungamos, temos a consciência clara de que ficamos intimamente ligados a Jesus e que Jesus fica connosco, a alimentar a nossa vida a partir de dentro?
- Na conceção judaica, a partilha do mesmo alimento à volta da mesa gera entre os convivas familiaridade e comunhão. Assim, os crentes que participam da Eucaristia passam a ser irmãos: em todos circula a mesma Vida, a Vida que brota da mesma “videira” que é Jesus. Dessa forma, a participação na eucaristia tem de resultar no reforço da comunhão dos irmãos. Uma comunidade que celebra a eucaristia e que vive depois na divisão, no ciúme, no conflito, no orgulho, na autossuficiência, na indiferença para com as dores e as necessidades dos irmãos, é uma comunidade que não está a ser coerente com aquilo que celebra; e, nesse caso, a celebração eucarística é uma incoerência e uma mentira. O pão eucarístico que partilhamos com outros irmãos leva-nos a ser testemunhas e sinais de união e de comunhão? A participação na eucaristia torna-nos menos egoístas e mais atentos aos irmãos e irmãs que caminham ao nosso lado?
- “Comer a carne” e “beber o sangue” de Jesus implica um compromisso com esse mesmo projeto que Jesus procurou concretizar em toda a sua vida, em todos os seus gestos, em todas as suas palavras. Como Jesus, o crente que celebra a Eucaristia tem de levar ao mundo e aos homens essa vida que aí recebe… Tem de lutar, como Jesus, contra a injustiça, o egoísmo, a opressão, o pecado; tem de esforçar-se, como Jesus, por eliminar tudo o que desfeia o mundo e causa sofrimento e morte; tem de construir, como Jesus, um mundo de liberdade, de amor e de paz; tem de testemunhar, como Jesus, que a vida verdadeira é aquela que se faz amor, serviço, partilha, doação até às últimas consequências. Se a Eucaristia for, de facto, uma experiência profunda e sentida de adesão a Cristo e ao seu projeto, dela resultará o imperativo de uma entrega semelhante à de Cristo em favor dos nossos irmãos e da construção de um mundo novo. A Vida que recebemos de Jesus leva-nos ao compromisso com a transformação do mundo?
- Jesus apresenta-se como fonte de Vida para todos aqueles que aceitam a sua proposta e decidem caminhar atrás d’Ele. Ele garante poder saciar a nossa fome de Vida eterna e verdadeira. Na verdade, todos nós andamos à procura dessa Vida, de uma Vida que nos realize. Muitas vezes fazemo-lo em caminhos equivocados e temos, depois, de lidar com a frustração e a desilusão. Constatamos, a partir de experiências amargas, que o dinheiro, o poder, a ambição, o êxito social, a marca do carro que utilizamos, a qualidade da urbanização onde vivemos, a capacidade do nosso smartphone, não saciam nossa fome de Vida. Na nossa busca de Vida, há lugar para Jesus e para a proposta de Vida que Ele faz? Estamos disponíveis para acolher as indicações de Jesus, mesmo que elas nos pareçam desfasadas dos valores que a nossa sociedade cultiva e impõe?
ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS PARA O 20.º DOMINGO DO TEMPO COMUM
(adaptadas, em parte, de “Signes d’aujourd’hui”)
1. A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 20.º Domingo do Tempo Comum, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.
2. BILHETE DE EVANGELHO.
O conviva é aquele que “vive com” o tempo de uma refeição. Jesus faz continuamente referência à relação que O une a seu Pai; eles vivem a convivência, Eu vivo pelo Pai”, diz Jesus. Mas acrescenta: “também aquele que Me come viverá por Mim”. Em cada Eucaristia, não estamos ao lado de Cristo ressuscitado, Ele vem morar em nós para viver em nós. Temos de dizer, como São Paulo: “Não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim”. É isso a comunhão, esta união total. É o momento de dizer: “Este mistério é grande!” É grande, porque nunca acabaremos de nos maravilhar e de dar graças. Hoje, se Cristo vem habitar em nós, é para que nós habitemos n’Ele. Vivamos as nossas Eucaristias verdadeiramente como um tempo de convivência.
3. À ESCUTA DA PALAVRA.
Jesus é insistente: não cessa de repetir que os seus discípulos devem comer a sua carne e beber o seu sangue! Ainda hoje, tal linguagem é chocante, inaceitável para a nossa razão e para a nossa sensibilidade. Sabemos, é certo, que São João escreve depois da Ressurreição e que as palavras de Jesus só se podem aceitar e compreender a essa luz. Uma das palavras-chave do discurso de Jesus é “morar”: aqui e em tantas passagens do Evangelho… Morar com alguém é entrar na sua intimidade, para ficar juntos. É isso que Deus quer: “estar com” com os homens, “Emanuel”, para que nós estejamos também com Ele. Não podemos aceder ao sentido profundo das palavras de Jesus sobre a sua carne a comer e o seu sangue a beber se não nos colocarmos no registo do amor que exige a presença, o “estar com” dos dois seres que se amam. No amor, é tudo ou nada. O seu amor por nós é tal que Ele quer dar-Se na totalidade do seu ser e quer que esse dom dure sempre. Esta experiência já acontece humanamente: num momento de intensa comunhão com o ser amado, desejamos ardentemente que isso dure sempre. Ao escolher o meio do banquete eucarístico para colocar em nós a sua presença de Ressuscitado, Jesus quer enraizar-Se em nós e alimentar o gérmen da Vida eterna que será doravante a sua. Eis porque Ele pode afirmar: “quem comer deste pão viverá eternamente”. Participar na Eucaristia, comungar do corpo e do sangue de Jesus ressuscitado, é oferecer-Lhe o nosso “espaço humano” muito concreto, toda a nossa pessoa para que Ele venha habitar em nós. Então podemos, desde agora, ser um com Ele: “já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim!”.
4. PARA A SEMANA QUE SE SEGUE…
O importante é viver e partilhar a vida. Nesta semana, poderíamos estar particularmente atentos àqueles que têm dificuldade em viver, porque o seu sofrimento é demasiado pesado… Talvez poderemos, simplesmente, estar presentes a seu lado e dizer-lhes uma palavra de vida, algumas palavras do coração que saibam reacender a esperança.
UNIDOS PELA PALAVRA DE DEUS
PROPOSTA PARA ESCUTAR, PARTILHAR, VIVER E ANUNCIAR A PALAVRA
Grupo Dinamizador:
José Ornelas, Joaquim Garrido, Manuel Barbosa, Ricardo Freire, António Monteiro
Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)
Rua Cidade de Tete, 10 – 1800-129 LISBOA – Portugal
www.dehonianos.org