ADVENTO, TEMPO DA IGREJA MISSIONÁRIA

A liturgia do Advento coloca-nos em atitude de espera, e em oração pela salvação universal. Não é um tempo fictício. Como escreve D. Nocent: “Preparando-nos para a festa do Natal, pensamos nos justos do Antigo Testamento, lemos os seus oráculos, cantamos os seus salmos e rezamos as suas orações.

Mas não o fazemos colocando-nos no seu lugar, como se Cristo ainda não tivesse vindo, embora saibamos que já veio. Não! O Advento é um tempo real. Podemos dizer, com toda a verdade, a oração dos justos do Antigo Testamento e esperar a realização das profecias, porque elas ainda não estão plenamente realizadas em nós, nem no nosso mundo. Hão de sê-lo com a segunda vinda de Cristo. Devemos esperar e preparar essa vinda”. Como? Rezando por um Advento pleno e definitivo, pela vinda de Cristo a todos os povos; renovando a consciência de sermos Igreja em Missão e “reserva de esperança” para o mundo; vivendo a “profecia” do Messias Libertador, procurando tornar reais as experiências do Deus libertador do Povo de Israel, e as imagens utópicas da paz e da concórdia; testemunhando que Deus não falta às suas promessas – como demonstra o Natal! – e participando na missão escatológica da Igreja no mundo, que anima a esperança dos homens e os projeta para um futuro messiânico de que o Natal é primícias e confirmação.

A espiritualidade do Advento é, pois, empenhativa. Não se pode limitar a expressões folclóricas ou de devoção inconsequente. Viver o Advento exige de nós um renovado esforço para recuperarmos a consciência de sermos Igreja para o mundo, reserva de esperança e de alegria, Esposa vigilante de Cristo na oração e no apostolado, Esposa exultante no louvor do Senhor que veio e há de vir; que vem! Como escreve S. Bernardo, “de pouco me serve que tenha encarnado e nascido, se não encarnar e nascer em mim.”

Escreve o Padre Dehon: “Durante todo o Advento, a Igreja convida-nos a escutar S. João Baptista, que prega a conversão para preparar os homens ao nascimento e às graças do Redentor.”. “O temor do Senhor é adoçado no tempo do Advento pela espera do dia de Natal, pela espera do nascimento do Salvador que é uma garantia de esperança, de confiança e de amor.”. Aos missionários o Padre Dehon diz: “Devemos ser ardorosos em dar a conhecer e amar Jesus e o amor admirável que o seu divino Coração nos mostra em todos os seus mistérios”.

Fernando Fonseca, SCJ

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