Mensagem do Superior Provincial para a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus.
Estamos a celebrar a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, Patrono da nossa Congregação e de toda a nossa Família Dehoniana.
Todos os anos temos oportunidade de viver uma jornada especialmente dedicada à contemplação do sinal maior do amor de Deus por nós. Sim, é de contemplação que nos fala o nº 21 das nossas Constituições: “Com S. João, vemos no Lado aberto do Crucificado o sinal do amor que, na doação total de Si mesmo, recria o homem segundo Deus. Contemplando o Coração de Cristo, símbolo privilegiado desse amor, somos fortalecidos na nossa vocação. Com efeito, somos chamados a inserir-nos nesse movimento de amor redentor, doando-nos aos irmãos, com e como Cristo. Nisto conhecemos o amor: Ele deu a vida por nós e nós devemos também dar a vida pelos nossos irmãos (1 Jo 3, 16)”.
A contemplação não é uma atitude passiva, mas uma atitude que deve brotar do mais íntimo do nosso coração e nos deve impelir a sair de nós próprios para ir ao encontro dos outros, imitando o amor, o dom e o serviço que o Coração de Cristo nos ensina. E se todos os anos somos interpelados a contemplar e a viver este amor que nos vem de Deus, este ano temos a razão acrescida para celebrar intensamente esta solenidade, em contexto do Jubileu Extraordinário da Misericórdia.
O Papa Francisco não se tem cansado de nos lembrar que o amor cristão não é mera teoria ou somatório de belas palavras ou de boas intenções, mas que é um amor concreto, em acção, que se realiza na prática das obras de misericórdia, tanto as chamadas corporais como as espirituais.
O Governo Geral da nossa Congregação enviou-nos uma carta por ocasião desta Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, que podemos, aliás, consultar na íntegra nesta mesma página. Nesta mensagem, o P. Heiner Wilmer e seu Conselho convidam-nos a olhar de perto para a obra de misericórdia que nos manda dar pousada aos peregrinos. É um tema mais actual que nunca e o Superior Geral pede-nos que não passemos ao lado nem vivamos indiferentes ao drama que atinge milhões de irmãos nossos que se vêem forçados a abandonar as suas terras, as suas famílias, procurando fugir de situações de fome, de guerra e violência, de perseguições. Acontece na África e na Ásia, na Europa, na América ou na Austrália; é um problema universal e transversal, que nos bate à porta e entra pelas nossas casas adentro, que mais não seja através dos media.
Que podemos e devemos fazer perante tamanho drama? O Superior Geral lembra-nos que um dia o Senhor irá perguntar-nos o que Lhe fizemos quando Ele era estrangeiro e sem tecto (Mt 25). Que vamos fazer? A mensagem diz-nos que sejamos proactivos e criativos na resposta de acolhimento que é necessário dar a estes nossos irmãos em sofrimento extremo. Que o Coração de Jesus nos ilumine e nos torne capazes de ir ao encontro e de dar respostas consistentes a este drama dos nossos dias.
Feliz celebração do Coração de Jesus a todos os confrades, amigos e benfeitores, a toda a Família Dehoniana. Bem hajam.
P. José Agostinho de Figueiredo Sousa,
superior provincial