em foco – MISSÕES

MOÇAMBIQUE75 anos de presença Dehoniana

Alessandro Capoferri, scj, Superior Provincial de Moçambique

Moçambique: um nome e uma terra que evocam memórias em muita gente que cá passou anos da sua vida.

Aqui também os Dehonianos, como Congregação, já passaram 75 anos! Foi a 27 de Março de 1947 que os padres Pietro Comi, Agostino De Ruschi, Luigi Pezzotta e Raffaele Pizzi, da Província Italiana, chegaram ao Alto Molocué, na Zambézia. Aos confrades Dehonianos foi confiado o norte da Zambézia, que lentamente viu nascer as “missões” marcadas pela evangelização e promoção humana. Isto levou à formação de catequistas e criação de escolas e ao nascimento da “igreja ministerial”, no estilo das “pequenas comunidades” que foi bem encarnado na igreja da Zambézia, e que ainda hoje a carateriza.

Depois de passar pela experiência da Independência do país (25/06/1975), os Dehonianos enfrentaram corajosamente outros desafios como as nacionalizações das missões e a expulsão das residências. No entanto decidiram ficar com o povo, ao lado das comunidades.

Logo depois começou o terrível tempo da guerra civil (1976-1992). E também durante a guerra os Dehonianos tudo fizeram para resistir ao lado do povo. Apesar de todas estas dificuldades, a presença Dehoniana em Moçambique nunca parou e o fruto mais bonito tem sido o crescimento das comunidades cristãs mesmo em tempos de guerra e de dispersão. As comunidades tornaram-se protagonistas de histórias de fé que manifestam a ação do Espírito.

A 4 de Outubro 1992 foi assinado, em Roma, o Acordo de Paz. Abriu-se o tempo da reconciliação e da reconstrução, iniciando-se a reorganização da presença nas missões de onde tinham saído durante a guerra. Como Dehonianos, sentimos a necessidade de estar presentes na comunidade cristã e é isto que carateriza a nossa história aqui. Com a paz, iniciou-se a recuperação do Centro Polivalente Padre Dehon, no Gurué, dedicado à educação técnico-profissional; e do Centro de Milevane, dedicado à pastoral e animação dos ministérios. Mais tarde criou-se o Centro Juvenil Padre Dehon, no Alto Molocué.

Em 1998 a então Região passou a Província. Com o desenvolvimento da Província, as casas de formação também cresceram: a comunidade para o ano Propedêutico, a comunidade para o estudo da Filosofia e a comunidade para o Noviciado. A Teologia é feita em comunidades internacionais. As perspetivas vocacionais são boas e esperamos um crescimento constante. Presentemente, dos 44 membros da Província, a maioria – 34 – é moçambicana. Os Dehonianos estão presentes em 4 paróquias na Diocese de Gurué, 1 paróquia na Arquidiocese de Nampula e 2 paróquias na Arquidiocese de Maputo. Agradecemos ao Coração de Cristo que abençoa a Província de Moçambique com vocações.

Celebrando 75 anos de presença, há espaço para a alegria e também para pedir perdão por toda a pobreza e infidelidade. Louvamos a fidelidade de Deus que acompanha, com o seu Espírito, o serviço dos Dehonianos. Celebramos a paixão pelo Reino do Coração de Cristo manifestada pelos confrades de Itália, de Portugal, de Moçambique. Recordamos aqueles que aqui deram as suas vidas: 55 confrades já entraram na glória do Senhor e, desses, 21 estão sepultados em Moçambique. Agradecemos em particular à Província de Portugal que tanto tem contribuido para o desenvolvimento da presença Dehoniana em Moçambique. Que o Senhor abençoe todos.

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