Do Evangelho segundo S. Mateus (7, 1-5)
Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos:
“Não julgueis e não sereis julgados.
Segundo o julgamento que fizerdes sereis julgados,
segundo a medida com que medirdes vos será medido.
Porque olhas o argueiro que o teu irmão tem na vista
e não reparas na trave que está na tua?
Como poderás dizer a teu irmão:
‘Deixa-me tirar o argueiro que tens na vista’,
enquanto a trave está na tua?
Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista
e então verás bem
para tirar o argueiro da vista do teu irmão”.
“Tira primeiro a trave da tua vista”. Jesus ensina-nos a renunciar à vingança e à intolerância, para quebrarmos a espiral da violência e da prepotência. Este ensinamento vale também quando é posta em causa a nossa integridade física ou a integridade dos nossos bens: a capa servia para se defender das intempéries e para cobrir o corpo durante as horas de repouso; a milha era o caminho permitido em dia de sábado. S. Paulo retomará este ensinamento: “Não pagueis a ninguém o mal com o mal…”.
Estas exigências de Jesus não são contrárias à ordem que deve existir na sociedade. Ele próprio dá o exemplo, quando pede explicações a quem lhe bate. S. Paulo, para se defender da injustiça, invoca a sua qualidade de cidadão romano, recorrendo a César. Uma coisa é a defesa dos próprios direitos, outra é a violência e a intolerância.
Senhor, rogo-te pelos ofendidos, espoliados e humilhados, para que renunciem a toda a vingança e se deixem guiar pelo amor de Jesus Cristo.
Pensamento do Padre Dehon
Jesus diz-nos que é preciso suportar a injúria com paciência e dar o bem pelo mal. (ASC 28).