Seminário Anthropologia Cordis: Conclusões e perspectivas

Hoje foi o último dia do Seminário, dedicado às sínteses finais ou à projecção para o futuro, como há-de a nível da Congregação, continuar-se a reflectir e a viver o que ao longo destes dias do seminário nos ocupou. Assim, a primeira parte da manhã foi ocupada com as reuniões a nível continental e, depois, em plenário, com o pôr em comum  ao menos três linhas ou pontos que deveriam constituir um programa para o futuro.

É muito difícil resumir toda a riqueza da reflexão que representa um pouco a riqueza da vivência do mesmo carisma e espiritualidade a nível dos quatro continentes nos quais a Congregação se encontra presente. Mas parece-me que se pode sintetizar a convergência de todos nos seguintes pontos: aprofundar a nossa espiritualidade a partir das suas fontes; aprofundar e rever criticamente a importância das mediações concretas da espiritualidade ao nível das práticas (no sentido dos exercícios, muitos dos quais se encontram sugeridos no Directório Espiritual, e ver a sua relação com o que poderia designar-se como os princípios constitutivos de umaantropologida cordis de perfil dehoniano; desenvolver (e fazer a relação com a vida) a figura ou o estilo dehoniano, em torno dos temas da confiança e do dom.

Eu fazia parte do grupo do continente europeu. O meu contributo específico no debate consistiu em relativizar as diferenças culturais, porque o mais importante são as pessoas que vivem em determinados contextos e não os contextos. Por outro lado, procurei relativizar um certo pessimismo a respeito da Europa, como se ela devesse desistir e capitular, como que se envergonhando da sua história e da sua tradição. Sem ser europeísta, gosto da Europa, gosto muito de viver em Portugal e concretamente em Lisboa e não alinho pessoalmente numa mentalidade decadentista, como se a Europa e a Congregação na Europa e em Portugal fosse um projecto fracassado e sem futuro. O futuro será o que somos e seremos; a Congregação e a Província serão o que nós acreditarmos que será; o desafio é a aproveitar o kairos e sermos homens de esperança. O futuro da Igreja e da Congregação está onde nós estivermos.

Na tarde, foi dado tempo ao Conselheiro Geral, Pe. John van den Hengel, que falou da preparação para o próximo Capítulo Geral em 2015. Depois foi a vez do Pe. Stefen Tertünte nos falar do Centro Sudi Dehoniano em Roma, do seu novo perfil, dos seus estatutos e do seu programa. Apresentou nas suas linhas gerais um esboço de estatutos e de programa, que, no seu essencial, consiste no estudo do património literário do Padre Dehon, que praticamente dentro de pouco tempo estará todo on-line à disposição dos investigadores. Os trabalhos do seminário terminaram com a celebração eucarística, celebrada em espanhol, presidida pelo Pe. Fernando Rodríguez Garrapucho, da Espanha.

José Jacinto Ferreira de Farias, scj 

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