Do Evangelho segundo S. João (19, 9-17)
Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos:
“Assim como o Pai Me amou, também Eu vos amei.
Permanecei no meu amor.
Se guardardes os meus mandamentos,
permanecereis no meu amor,
assim como Eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai
e permaneço no seu amor.
Disse-vos estas coisas,
para que a minha alegria esteja em vós
e a vossa alegria seja completa.
É este o meu mandamento:
que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei.
Ninguém tem maior amor
do que aquele que dá a vida pelos amigos.
Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando.
Já não vos chamo servos,
porque o servo não sabe o que faz o seu senhor;
mas chamo-vos amigos,
porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi a meu Pai.
Não fostes vós que Me escolhestes;
fui Eu que vos escolhi e destinei,
para que vades e deis fruto
e o vosso fruto permaneça.
E assim, tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome,
Ele vo-lo concederá.
O que vos mando é que vos ameis uns aos outros”.
“Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos”. Ao despedir-se dos discípulos, Jesus oferece-lhes ensinamentos fundamentais para a sua vida e ação no mundo. Os discípulos são fruto da obra de Jesus, formando uma comunidade de homens livres, porque acolheram a proposta salvadora que o Pai, por meio d’Ele, lhes apresentou. Nasceram do amor do Pai, que se fez presente na ação e nas palavras do Senhor. Estão vinculados a Jesus, e devem cumprir os “mandamentos” que lhes deixa, como Ele cumpriu os “mandamentos” do Pai. Devem ser testemunhas da salvação de Deus, e levar a libertação aos irmãos. Essa proposta, que conduz à vida, à alegria, resume-se no amor: “É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei.” Jesus amou até às últimas consequências, até ao dom da vida. Assim devem também fazer os discípulos, amando-se uns aos outros com um amor que é serviço simples e humilde, doação total, entrega radical. Desse amor nascerá a comunidade de homens novos, animados pelo Espírito, num mundo novo.
Senhor Jesus, rogo-te pelos discípulos que escolhes e envias, pelos que amam a Deus acima de tudo, e por aqueles que dão a vida pelos amigos.
Pensamento do Padre Dehon
Senhor, dá-me a graça de amar o meu próximo a teu exemplo, até ao sacrifício, até à morte, se for preciso. (ASC 418).