Missão «Na Rota dos Livros» – Moçambique 2017

Foi de mangas arregaçadas e coração aberto que no passado mês de Agosto 3 voluntários da ALVD Lisboa, Milú (Psicóloga), Celina (Professora) e João (Eng,Civil), partiram para Moçambique em Missão de voluntariado por 30 dias e com dois objetivos principais: ajudar uma comunidade na província de Nampula, no incentivo à leitura e realizar um inquérito sobre o impacto dos livros que a associação envia desde 2010 para diversas bibliotecas, escolas, seminários, etc, de Moçambique.

Foram recebidos em Nampula pela fraterna comunidade Dehoniana de Napipine pelo superior Pe. Carlos Lobo e seus confrades Pe. Elias Ciscato, Pe Adérito Barbosa (Presidente da ALVD) e Pe. Tadeu Loba. Ali ficou o “centro de operações” da missão. Desta comunidade partiram para o primeiro objetivo em Namina e depois para o segundo, a missão ” Na rota dos Livros” pelas províncias de Nampula, Zambézia, Sofala e Manica. Aqui regressaram para depois partirem para Portugal como haviam chegado, via Maputo.

Em Namina, na província de Nampula, foram para a comunidade das Irmãs Missionárias Capuchinhas, local para onde foi desenhado o projeto de incentivo à leitura. No entanto, quando chegaram ao terreno tiveram que o ajustar pois a Irmã Helena, coordenadora da comunidade, dando-se conta que tinha valências de engenharia civil entre os voluntários pediu ajuda para a canalização em 4 casas de banho (ficaram todas com o projeto de canalização feito e duas já a funcionar… em 4 dias). Também por aqueles dias dois padrinhos da escolinha tinham iniciado um trabalho minucioso de pintura didática no interior da única sala de aula da Escolinha que tinha de ser continuado e terminado rapidamente pois as aulas já tinham começado. Outro voluntário teve de, sobretudo, assegurar essa continuidade. Ficou assim o terceiro voluntario mais responsável pela implementação do projeto inicial de incentivo à leitura na escolinha e na biblioteca frequentada por estudantes que a utilizam sobretudo para estudar e realizar trabalhos escolares.

A Missão “Na rota dos livros”, teve início em Nampula onde foi entrevistada a Drª Elizabete Szabo da Biblioteca da UCM de NAMPULA e nos dias e localidades seguintes, até regresso a Nampula, foram entrevistados: o Pe Eurico do Seminário Filosófico S.Carlos Lwanga de NAMPULA, o Pe. Salvador Muapasse da Escola Primária Completa de Imala-MUECATE, a Irª Ana Maria da Biblioteca do Centro Cultural de NAPIPINE, o Pe Tadeu Loba coordenador da Escolinha São Pedro em NAPIPINE, a Irmã Helena Lima coordenadora da Biblioteca das Irªs Missionárias Capuchinhas de NAMINA, a Profª Edna Cardoso diretora da Escola Profissional Familiar Rural de MECUBURI, o Dr Armando Simão diretor da extensão da UCM em NACALA e o Dr Décio Dias diretor pedagógico da mesma universidade, os bibliotecários Belmiro Francisco e Santana Xavier da Biblioteca do Centro Juvenil no ALTO MOLÓCUÈ, o Dr Miguel Sousa diretor do IFP do ALTO MOLÓCUÈ, o Pe Augusto João diretor do projecto P.R.C.A.E.N e da biblioteca NAUELA, o bibliotecário Fernando Manuel Raimundo da Biblioteca do Centro Polivalente do GURÚÈ, o Bispo do Gurúè D. Francisco Lerma Martinez, o Sr Crimildo Domingos Fogueiro coordenador do Centro Ponto de Encontro em QUELIMANE, o Engº Martins Aboo chefe da concessão LevasFlor em Condué-MUANZA, Engª Cláudia Esteves Gestora da LevasFlor na BEIRA, o reitor Pe. Alberto Ferreira e Vice-Reitor Armindo Tambo da UCM da BEIRA, a profª Maria Albertina Barbito da Faculdade de Economia da UCM da BEIRA, o Bispo da Beira D. Cláudio Dalla Zuanna e Irª Margarida coordenadora da Biblioteca da comunidade das Irªs do Instituto Jesus Maria José do ILE.

Foram excedidas as entrevistas inicialmente previstas e, também as expectativas que os voluntários levavam sobre o impacto dos livros pois, por exemplo algumas pessoas que souberam da passagem de uma “comitiva de portugueses que têm livros” fizeram por ir ao seu encontro para explicar a sua própria necessidade livreira e bibliotecária. Os voluntários constataram assim que os livros que são enviados são uma necessidade e uma mais-valia pois, se por um lado praticamente não existem nas aldeias, vilas e cidades de interior (mas também nas cidades mais cosmopolitas faltam papelarias e bibliotecas que vendam ou disponibilizem este “produto”) por outro lado e concomitantemente, não há ainda a cultura e o gosto pela leitura.

Durante a viagem houve ainda oportunidade para avaliarem locais que manifestaram interesse e necessidade em receber futuros voluntários: comunidade Dehoniana em Milevane, concessão LevasFlor em Condué e comunidade Irªs Jesus Maria José no Ile.

Não faltou um fim-de-semana de lazer e cultura para irem às praias da Chocas e Fernão Veloso e conhecer a Ilha de Moçambique, a primeira capital do país onde Camões viveu e reviu os Lusiadas;
Conscientes de que foram com uma missão e voltam com duas ou três, estes voluntários estão a elaborar um relatório com a descrição pormenorizada da Missão da ALVD em Moçambique 2017 com resultados, conclusões e sugestões de melhoria para o futuro.

Esta intervenção missionária revestiu-se de grande sentido de serviço e de entrega à missão a que os voluntários se propuseram, sentiram-se cristãos empenhados no anúncio do Evangelho e trazem uma vontade ainda maior de servir, particularmente o povo Moçambicano nas comunidades que lhes proporcionaram experiências maravilhosas, carinho, sorrisos e xima (e um galo que os acordava às 4 da manhã 🙂 .
E… pretendem continuar a servir a ALVD porque ser voluntário Dehoniano já não é só uma experiencia única, é um estilo de vida!

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