Por estes dias realiza-se, em Roma, a IX Conferência Geral da nossa Congregação, na modalidade que o contexto pandémico permite. A Conferência, que a pandemia também adiou e condicionou, propõe pôr-nos a refletir e a partilhar acerca do nosso compromisso social enquanto Congregação, nas diferentes latitudes em que estamos presentes.
O ponto de partida é sempre o Evangelho, naturalmente. Mas esta é também uma oportunidade singular para revisitarmos o Padre Dehon e a sua preocupação constante em procurar responder da melhor forma às grandes questões que marcavam a sociedade do seu tempo, que afetavam especialmente os mais pobres e desprotegidos da sociedade, como sucede em todas as sociedades de todos os tempos. No tempo do Padre Dehon, a grande questão social, sabemo-lo, era a situação de grande precariedade e vulnerabilidade em que viviam as classes operárias. Inspirado e apoiado na visão profética do Papa Leão XIII, explicitada especialmente na Encíclica Rerum Novarum, o Padre Dehon tornou-se apóstolo incansável do pensamento social cristão, desdobrando-se numa multiplicidade de ações e de iniciativas para dar a conhecer e a pôr em prática os ensinamentos do Sumo Pontífice.
Aproveitando a realização deste evento especial da Congregação, vamos começar uma “viagem” pelas Obras Sociais do Padre Dehon, sem sabermos ao certo até onde este caminho nos levará. Sabemos que os textos estão disponíveis em Dehondocs, também graças ao trabalho extraordinário de tradução do P. Manuel Jardim. Mas aqui queremos relevar alguns dos traços mais significativos da obra e da ação do Padre Dehon no âmbito social. Havemos de começar pelo Manual Social Cristão, verdadeiro manancial do pensamento social do nosso Fundador. E a este se seguirão outros textos de cariz social que queremos partilhar com todos.
Sou eu que assumo a partilha destes textos, mas faço-o também a partir da reflexão e da partilha que vamos fazendo na Comissão Provincial para a Justiça e Paz e Integridade da Criação.
P. José Agostinho Sousa, scj