PADRE JOAQUIM ANTÓNIO – GOSTO IMENSO DO PAPA FRANCISCO

Fomos ao encontro do Padre Joaquim António Magalhães, sacerdote Dehoniano, que é atualmente o superior da Casa do Sagrado Coração de Jesus, em Aveiro, e pároco em Esgueira.

Quisemos conhecê-lo melhor e procurar dar-lhe a palavra para que nos apresente a sua vida e a sua visão de fé em relação à Igreja e ao mundo em que vivemos.

 

Quem é o Padre Joaquim António?

Sou natural de Amarante. Nasci em 1976. Sou filho de uma família humilde, uma família cristã, naturalmente. Foi aí que nasci e foi aí que se desenvolveu a minha vocação.

 

E depois? Quando aparece o seminário?

Aparece como uma graça de Deus. Não sinto que tenha tido uma vocação precoce para ser padre. É verdade que admirava muito o sacerdote da minha paróquia; na minha família sempre se falou bem desta possibilidade de vocação. Na catequese, também se foi falando da vocação. E naturalmente que a certa altura foi despertada também pelos padres Dehonianos que passaram na minha escola e me convidaram para ir ao seminário. Foi aí que nasceu um encanto especial pela vida sacerdotal.

 

Pode falar-nos desse percurso?

Depois dos encontros de pré-seminário, fui admitido ao seminário. Passei pelo de Rio Tinto e de Coimbra, onde fui acompanhado. No noviciado somos chamados a dar uma resposta diferente, já mais madura, refletida e consciente do que queremos para a nossa vida.

 

O que significa para si ser Sacerdote do Coração de Jesus?

Pessoalmente, sempre me vi muito identificado com a espiritualidade do Coração de Jesus. Sempre me atraiu muito. É um aspeto, talvez o principal do carisma Dehoniano. Além disso, atrai-me muito toda a forma de ser Dehoniano: o amor, a reparação, a adoração, a maneira de viver a Vida Religiosa nas comunidades. Acho que só quem vive numa comunidade Dehoniana pode saber e sentir o que é isto de ser Dehoniano.

 

Como padre Dehoniano, esteve catorze anos ao serviço das missões, em Madagáscar. É uma modalidade de contacto muito próximo com as pessoas na sua realidade. Como é que estes serviços concretos traduzem na prática a identidade Dehoniana?

Nas missões, em Madagáscar, senti-me um verdadeiro religioso Dehoniano. Primeiro, pelo grande carinho que o Padre Dehon teve pelas missões e a grande visão missionária do Padre Dehon. Ele, mesmo não tendo sido um missionário no terreno, sentia-se missionário por todos aqueles missionários que ele enviou, ajudou, patrocinou ao longo do seu ministério de Fundador. Tudo isto mostra também o grande amor do Padre Dehon pela Igreja. De certa forma, nós, como Dehonianos, recebemos este gosto, este interesse pela missão: a missão de levar Jesus Cristo aos outros.

 

E como surgiu o desejo missionário no seu caso concreto?

Eu fui percebendo a dimensão missionária da nossa Congregação com o testemunho missionário dos padres que vinham ao encontro das nossas vidas, nos seminários. Iam passando e, com tanto entusiasmo e carinho, iam falando da sua experiência missionária em contextos tão diversos.Sem dúvida nenhuma, isso transformou a minha vida. Quando fui fazer o meu estágio de vida religiosa nas missões, isso transformou a minha forma de ver a Igreja. Conheci um mundo diferente. E isso trouxe-me uma outra visão da Igreja Católica. Nunca tinha saído de Portugal. Mas a experiência missionária abriu-me para uma dimensão universal da mensagem cristã, que é com certeza para nós, mas também igualmente para todos os povos.

 

Há 10 anos que foi eleito o Papa Francisco. Que significa o Papa Francisco para si e para o momento presente da Igreja?

Gosto imenso do Papa Francisco. Tive a oportunidade de estar pessoalmente perto dele, no ano que vivi em Roma.Acho o Papa Francisco uma pessoa muito evangélica, não só no que ensina, mas também e sobretudo no seu testemunho de vida pessoal. É isso que mais me encanta no Papa Francisco: a sua simplicidade, a forma como exerce o seu ministério papal, em proximidade com as pessoas, sem se abstrair da situação real e concreta das pessoas. Ele aproxima-se das pessoas: desde os jovens, às crianças, aos mais velhos, aos padres. Ele tem sido uma figura carismática que tem aproximado mais as pessoas de Deus.

 

Quer deixar uma mensagem aos nossos amigos e benfeitores com quem contactamos através desta revista?

Antes de mais, deixo uma palavra de agradecimento aos nossos benfeitores. Entendo que, se hoje sou Sacerdote do Coração de Jesus, muito se deve ao testemunho cristão e nomeadamente aos nossos benfeitores. Quando nos dirigimos aos nossos benfeitores, pedimos sempre, antes de mais, que rezem por nós nas suas orações e, em segundo lugar, também que nos ajudem de forma material.Além disso, gostaria de deixar uma palavra de amizade e de esperança. Vivemos num mundo complexo, sobretudo neste momento em que saiu o relatório da Comissão Independente para o estudo dos abusos sexuais. Há vozes dissonantes, muitas críticas. Mas gostaria de dizer aos nossos benfeitores que a nossa esperança é Jesus Cristo e o nosso olhar deve estar sempre em Jesus Cristo, que é o essencial da fé.

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