A conhecer Luanda e Viana…

Esta segunda semana em Angola foi quase toda vivida na nossa Casa Padre Dehon, em Viana, arredores de Luanda.

Tem sido uma semana passada sobretudo em casa, a aproveitar para pôr a leitura e a escrita em dia e para falar com os confrades que formam a comunidade. Mas é claro que há saídas inevitáveis, que se prendem sobretudo com a preocupação de ficar a conhecer melhor a missão e de também ter uma ideia geral do ambiente urbano envolvente. Pelo meio, ainda deu para visitar alguns amigos portugueses que por aqui vivem, e que poderão constituir uma boa ajuda no apoio a projectos futuros da nossa missão.

Tenho celebrado Missa em casa, com a comunidade, ou na sede da Paróquia do Rosário, até por uma questão de necessidade, uma vez que o Pároco, P. Max, se encontra de férias. Nesta há sempre muita gente, mesmo à semana e às 6:30 da manhã. As missas são sempre muito animadas, há sempre um dos grupos corais que puxa pelo canto. É interessante o bom hábito de rezar as Laudes, integradas na Missa. Nota-se que as pessoas já estão bem habituadas a fazê-lo. As Irmãs Dominicanas do Rosário participam habitualmente na celebração e uma vez até deu para ir tomar pequeno-almoço a casa delas, ali paredes-meias com a Paróquia.

Ponto alto destes dias foi a visita aos diferentes lugares de culto da Paróquia: Santa Bakhita, Santa Filomena e Santa Maria. Havia um dado comum a todas: encontrámos sempre grupos corais a ensaiar, mesmo que as missas que vão animar sejam só a 7 ou a 14 de Fevereiro! E todos cantavam bem e com muito entusiasmo. Esta visita permitiu ver in loco o muito trabalho já feito pelos nossos missionários nestes curtos anos de presença em Angola. Merece particular destaque a comunidade de Santa Maria, que está empenhada na construção de uma nova e grande igreja, que se arrisca a ser, dizem, a maior de Angola. Quando passámos por lá estavam a começar a levantar paredes. Pediram-nos a bênção e oração para levar a bom porto tamanha empreitada.

Desta volta e de outras que dei aqui por Viana e em Luanda, há dois aspectos menos positivos que merecem destaque: o péssimo estado de algumas ruas, que as chuvas tornam praticamente intransitáveis; a quantidade incrível de enormes lixeiras espalhadas um pouco por todo o lado, que ameaçam seriamente a qualidade de vida e a saúde pública. São dois problemas de urgente resolução, para o bem de Angola e das suas populações. De resto, vê-se muita construção, muito tráfego automóvel, mas também se ouvem muitos lamentos acerca da situação actual de crise, que torna a vida muito difícil, para alguns quase insustentável. E isso também se repercute na missão, naturalmente.   

P. José Agostinho F. Sousa   

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