Fátima: Encontro de Formação para Noviços

Mais um ano, mais uma nova oportunidade de escutar, reflectir e rezar a vida. Todo o peregrino antes de iniciar a sua caminhada pára e entrega as suas forças à reflexão, ao discernimento das questões mais pertinentes do ser. A abertura de mais um ano é sempre um espaço privilegiado para essa mesma reflexão rezada.

A Fátima acorrem, anualmente, milhares de peregrinos dos mais variados cantos do mundo. Mas desse universo de peregrinos, já Janeiro conhece um particular grupo: são noviços e noviças, também eles “peregrinos” de uma etapa formativa que os fará religiosos e religiosas ao serviço da Igreja, independentemente do hábito que enverguem.

Durante cinco dias, os quase 60 noviços e noviças pertencentes a 15 diferentes Congregações com noviciado em Portugal, deixaram-se orientar pelo Pe. Filipe Martins, SJ e pela Ir. Sofia Soares, ACI, que expuseram a temática “discernimento espiritual e formação de consciência”. Tão perto do dia em que se entregarão ao Senhor, nada mais relevante do que uma abordagem sobre o modo como devemos discernir questões importantes da nossa vida. Tantas vezes repetiram que “mais importante que as respostas, são as perguntas”, pois é a partir delas que tomamos consciência da orientação interior que nos move.

O resultado do que produzimos nas nossas vidas depende do tesouro mantido no nosso coração. A temática abordada insistia que a vocação, em especial a direccionada para a vida consagrada, é um caminho individual e único, mas nunca solitário. Todo o esforço humano para entender o mundo interior é vão se não vivido pelo “nós” e rezado com o “Tu”. Daí que o curso proporcionasse, além dos tempos de formação propriamente dita, tempos de encontro pessoal e reflexão (TEC) , tempos de experiência de grupo (TAG), especialmente dedicados para a partilha de vivências e discussão de temas, e tempos de encontro com Deus (TED) , onde deixámos que fosse Deus a agir sobre o nosso mundo interior e por meio d’Ele analisar esse mesmo mundo. Ainda que “envergando” carismas distintos, fosse na oração da manhã ou na Eucaristia, centro e culminar de cada dia actividades, viveu-se um peculiar espírito comunitário, como se fossemos todos membros do mesmo “convento”.

Cinco dias que marcaram cada uma dos participantes, tanto pela reflexão oferecida e vivida, como pelo simples gesto da convivência e partilha de experiências nos momentos de “não-formação”. A Fátima chegaram felizes, pois grande era o desejo de ver o íntimo compreendido, de Fátima saem a cantar porque perceberam as graças que Deus tem oferecido.

António Silva, noviço Dehoniano