Impressões da Polónia

O Encontro de Superiores Maiores SCJ da Europa proporcionou-me esta vinda à Polónia, pela primeira vez. Deixo aqui algumas breves impressões:

 

O país

A Polónia é um grande país da Europa Central. Possui mais de 38 milhões de habitantes. Viveu muitos anos sob o regime comunista que foi derrubado em 1989. Desde 1 de Maio de 2004 que faz parte da Comunidade Europeia, mas ainda não adoptou a moeda comum da Europa. O zloty é a moeda local e são necessários pouco mais de quatro zloty para fazer um euro. É um país em desenvolvimento. Ainda não há uma rede de autoestradas a unir todo o país. As comunicações por comboio são também lentas.  Por aqui vemos implantadas algumas empresas portuguesas. Fica-se com a sensação de que ainda há muito para fazer.

 

A religiosidade

Mais de 90% da população considera-se católica. No entanto, parecem evidentes os sinais da secularização. Nestes últimos anos a Polónia deu um salto político, económico e social que apanhou a Igreja desprevenida e pouco preparada para enfrentar estas mudanças profundas. Muitos parecem estar a afastar-se da religião. Durante o regime comunista a religião vivia-se às escondidas. Santa Faustina, com a sua espiritualidade da misericórdia, e João Paulo II marcam a história espiritual recente da Polónia. A canonização de João Paulo II (27 de Abril de 2014) levará a Roma 2 milhões de polacos. Um número impressionante. A Igreja na Polónia parece-me ainda bastante clericalizada, com pouco espaço para os leigos. A próxima Jornada Mundial da Juventude, em 2016, será aqui em Cracóvia. E a cidade já se prepara para este evento que congregará milhares de jovens. Por exemplo o aeroporto João Paulo II está a ser reestruturado e constrói-se uma nova aerogare.

 

A alimentação

A Polónia é um grande produtor mundial de batata. Não admira que por estes dias só se tenha visto batata à mesa! Arroz e massa não fazem parte habitual da dieta alimentar deste povo. O peixe é uma raridade! As refeições são muito à base de enchidos. O pequeno-almoço e o jantar são semelhantes: enchidos, queijos, ovos, pão e chá. Ao almoço toma-se uma refeição quente. A cerveja acompanha normalmente as refeições, à excepção do almoço!

 

A cidade de Cracóvia

Estes dias foram de trabalho e não deu para conhecer a cidade. Apenas ontem à noite, com os nossos confrades espanhóis, demos uma volta pela cidade. É uma cidade bonita e muito antiga. O Vístula, maior rio da Polónia contorna a cidade. Foi uma das poucas cidades que escapou à destruição da Segunda Guerra Mundial. E o pouco que foi destruído foi rigorosamente reconstruído no pós-guerra. É Património da Humanidade desde 1978. Cracóvia é a segunda maior cidade da Polónia. É uma cidade de universidades e de estudantes.

João Paulo II foi arcebispo desta cidade que honra religiosamente a sua memória.

 

Os Dehonianos na Polónia

A presença Dehoniana na Polónia é bastante forte. A Província possui mais de 250 religiosos. Cerca de 50 estão foram do país, em territórios de missão e na colaboração com outras entidades da Congregação. Existem 26 comunidades Dehonianas. Dedicam-se à pastoral vocacional e juvenil e à formação dos candidatos. No escolasticado de Stadniki estão 17 religiosos em formação. No noviciado em Stopnica estão 3 noviços. Possuem alguns centros de espiritualidade para acolhimento de grupos e para a orientação de retiros. Estão em 14 paróquias onde trabalham quase 30 Dehonianos. Aqui em Cracóvia existem 4 comunidades Dehonianas. Uma delas é responsável pelas Edições Dehonianas, uma casa editora, mesmo aqui ao lado da Domus Mater, onde passámos estes dias.

Com a queda dos regimes comunistas, os confrades da Polónia estenderam-se para os países do leste europeu. Graças a eles a presença Dehoniana é hoje uma realidade em países como a Croácia, a Moldávia, a Ucrânia, a Bieolorrússia, a Eslováquia.

 

Zeferino Policarpo, scj

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