Semana da Província: Há razões para a esperança

Uma voz clama na capela “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” e assim inicia-se o segundo dia da Semana da Província. Frades e confrades louvamos a Deus por mais um dia, agradecemos pela nossa vocação, agradecemos por estarmos reunidos. Mais um dia, mais uma razão para termos esperança!

Rezadas as orações, transferimo-nos para outro sítio, onde fomos rezar a vida. Este dia, programaticamente destinado para algumas conferências, fez-nos reflectir, primeiramente, sobre a realidade da Igreja na Europa. Os religiosos de Alfragide, a partir desta exortação de João Paulo II, (re)exortaram à necessidade de não nos deixarmos cair na infelicidade de desanimarmos perante uma Europa que pelos indicadores noticiosos parece caminhar para um vazio sem destino. Do mesmo modo que se apresentam factores negativos, também se podem apontar indicadores pastorais de esperança. E o cristão tem muitos mais motivos para “esperar”, porque tem a Cristo. Aos olhos do Papa e pelas palavras dos oradores, nós somos condutores da esperança porque acreditamos (em Jesus Cristo), anunciamos (o Evangelho), celebramos (os sacramentos) e servimos (a Igreja).

Por isso mesmo, fizemos da teoria a prática e, após o habitual convívio que em todos os intervalos nos alegramos de realizar, houve um espaço para, em grupo, idealizarmos uma “Carta de Esperança” endereçada a pessoas em diversas situações de vida. Cartas essas, que na presença do Senhor Sacramentado foram lidas e apresentadas como prece. Entre cantos e preces, fizemos a nossa oração, sendo depois sucedida, por uma alegre refeição.

Deixámos então a mesa e partimos para o convívio. Trocámos experiências, demos umas gargalhadas, reflectimos as nossas dificuldades e depois descontraídos ingressamos em mais uma sessão de esperança. Desta vez, de um modo muito concreto tivemos contacto com a dureza das realidades de que sofrem alguns dos nossos irmãos por este país fora. Primeiro, fomos tocados pela situação difícil que passam muitas famílias, quando confrontadas pelas infelicidades da crueldade humana, em especial a violência doméstica, como nos apresentou o Manuel Matias. Depois, o Licínio Lima, apresentou-nos mais uma situação de fronteira onde é necessário um trabalho árduo para transmitir a esperança: a prisão e os processos de reinserção social. Foram realidades de fronteira, que nos fizeram ver que é necessário mais do que nunca tomar todas as dificuldades desta vida e transformá-las em esperança de uma vida melhor, de uma vida próxima de Cristo.

Neste clima de seriedade foi continuado o discurso e apresentada, pelo Superior Provincial e por alguns confrades por ele indicados, a situação da nossa Província a vários níveis. Fosse no campo da pastoral vocacional, missionária, paroquial, juvenil ou outra, concluiu-se que mais do que dificuldades os dehonianos têm oportunidades para dinamizar, renovar, transmitir ou continuar a esperança. Ou seja, todas as indicações provinciais foram direccionadas para um compromisso pessoal e comunitário de contínua renovação na esperança, cuidando de tudo aquilo em que estamos empenhados.

Para culminar este dia, mais dehoniano não podia haver do que a celebração comunitária da Eucaristia. À celebração da Eucaristia presidiu o nosso irmão Pe. Basílio, que juntamente com o Irmão Camacho celebram neste ano os 50 anos da Primeira Profissão. Mais um dia, mais uma razão para termos esperança!

 

António Jesus (noviço scj)

Tiago Pereira, scj

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